Mônica Martelli adapta seu espetáculo para o cinema

O jeito falante e animado camufla a habilidade observadora de Mônica Martelli. Analisar o universo feminino tem sido a principal área de atuação da nova integrante do elenco do 'Saia Justa, do GNT, ao longo de sua carreira. Após oito anos em cartaz com a peça Os Homens São de Marte… E É Pra Lá que Eu Vou, a atriz desdobrou diversos outros trabalhos voltados para as mulheres, como Os Dilemas de Irene, também exibido pelo canal a cabo.

"Vou vivendo minha vida e aprendendo. E, talvez, esse seja o meu diferencial: o olhar que tenho sobre esses assuntos. Gosto de ler e observar sobre as mulheres. Somos muito complexas e todos querem nos entender", afirma.

O Saia Justa estreou em 2002 e Mônica acompanha o programa desde sua formação original, encabeçada por sua chará Waldvogel. O caráter democrático dos debates da produção sempre chamaram a atenção da atriz. Por isso, não hesitou em aceitar o convite da diretora do GNT, Daniela Migani, para integrar o casting da nova temporada junto com Maria Ribeiro, Barbara Gancia, sob o comando de Astrid Fontenelle.

"É um local aberto para diversas ideias. O bacana do programa é você não ter compromisso com a razão. Ninguém está certo ou errado. Cada um expõe seus argumentos de forma intelectualizada", valoriza.

Mônica, que já trabalhou como roteirista, jornalista e atriz, assume uma postura mais espontânea e natural possível durante os programas. Ao longo dos episódios, ela busca relatar suas experiências pessoais para exemplificar os temas.

"Não tento fazer uma personagem. Até meu espetáculo é muito autobiográfico e repleto de histórias minhas. Sempre falo o que estou pensando", ressalta a atriz, que acredita que seus 44 anos serviram de base para se preparar para este novo projeto.

"A vida inteira foi um laboratório para o Saia Justa. Mas é claro que estou mais por dentro do factual que, vira e mexe, é requisitado", aponta.

O contato com as novas integrantes da produção ainda é recente. Mas um dos pontos fortes nesse novo trabalho para Mônica é a mediação de Astrid, profissional cuja carreira acompanha há bastante tempo.

"A gente se admira através do trabalho. Ela é carismática e leva bem o programa", elogia.

Na contramão de muitos atores, Mônica alcançou a notoriedade na tevê através de sua peça. O fato de ter sido catapultada para a televisão a partir dos palcos proporcionou à atriz um controle muito maior sobre o destino de sua carreira. Através do espetáculo, ela teve as portas abertas para diversos canais, como Globo, e publicações, como Criativa e Época, onde assinou colunas.

"Ninguém era obrigado a saber que eu era jornalista e atriz. E o teatro me proporcionou mostrar isso. Tenho o meu espetáculo e a minha vida fora dele. A estrada principal são sempre os meus projetos. Esse tipo sucesso é algo raro'', avalia ela, que não descarta a possibilidade de voltar às novelas – seu mais recente folhetim foi 'Ti-Ti-Ti, em 2010.

"Mas novela não depende só de mim. Depende do autor, da direção, da escalação… Estou à disposição, mas meu principal objetivo são meus projetos", enfatiza.

Além do Saia Justa, Mônica está na fase de finalização do roteiro da adaptação para o cinema do seu espetáculo teatral. As filmagens devem começar em agosto.

"Ainda não tenho elenco definido. Mas, depois que o roteiro estiver pronto, já temos 70% do caminho percorrido", planeja. 

E, em 2014, a atriz deve estrear no GNT uma série em parceria com Ingrid Guimarães, que precisou ser adiada por conta do Saia Justa.
 

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