Morre Jorge Loredo, o inesquecível Zé Bonitinho
Por Redação - 26/03/15 às 09:09
Atualizada às 11h30
Uma notícia triste para o mundo do humor. Morreu na manhã desta quinta-feira (26) o humorista Jorge Loredo, o inesquecível Zé Bonitinho.
O ator estava internado no Hospital São Lucas, em Copacabana, Rio de Janeiro desde o começo de fevereiro. Os familiares não divulgaram a causa da internação, mas uma fonte ligada ao ator contou ao O Fuxico que Loredo sofria com problemas pulmonares.
A assessoria do hospital confirmou a informação a O Fuxico e informou que Loredo lutava há anos contra uma Doença Pulmunar Obstrutiva Crônica (DPOC) grave e um Efisema Pulmunar. A causa morte foi falência múltipla dos órgãos.
Loredo deixa um ensinamento de como fazer humor, era um ator disciplinado e de um coração enorme, dividindo tudo o que sabia com quem chegasse até ele. Esteve em elencos de grandes huorísticos, estreando seu mais famoso personagem na antiga TV Rio, no programa Noites Cariocas. Esteve no elenco da Escolinha do Professor Raimundo (Globo), Escolinha do Barulho (Record) e atualmente compunha o cast de A Praça é Nossa, do SBT.
Jorge Loredo, com seu Zé Bonitinho, o "Perigote das Mulheres", criou bordões como "Câmera close, microfone please", "Mulheres do meu Brasil varonil, vou lhes dar um tostão da minha voz", "O chato não é ser bonito, o chato é ser gostoso", "Aquele que não é sal grosso, mas está sempre em cima da carne seca", entre outros.
Trajetória
Jorge Loredo, que ficou conhecido como Zé Bonitinho, nasceu em Campo Grande, no Rio de Janeiro, em 7 de maio de 1925.
Aos 12 anos ele foi diagnosticado com osteomielite (inflamação óssea causada por bactéria ou fungo) na perna esquerda, doença que só foi curada nos anos 70. Aos 20 anos, devido a uma tuberculose, Jorge Loredo foi internado num sanatório para tratamento. Foi lá que, incentivado pelos médicos, participou de um grupo de teatro no hospital e descobriu sua vocação de ator.
Após receber alta, realizou um teste vocacional e identificou tendência para "atividades exibicionistas". Loredo procurou uma escola de teatro em busca de papéis "sérios". A contragosto, sua primeira audição foi para representar o monólogo cômico Como Pedir uma Moça em Casamento. Aprovado, adotou o humorismo como profissão.
Mesmo gostando de teatro desde a adolescência, o ator começou a trabalhar em um banco e cursar faculdade de Direito, quando viu um anúncio sobre uma seleção de candidatos para o Teatro do Estudante de Paschoal Carlos Magno e se inscreveu em um teste para comédia.
Loredo realizou um monólogo que conquistou a todos e logo foi selecionado, iniciando sua grande carreira. Com medo do desemprego que podia trazer a vida de artista, acabou se formando em Direito em 1957 e seguiu trabalhando como advogado especializado em previdência social e direito do trabalho.
Estreou no cinema em 1959, no longa Um Caso de Polícia e durante todos os anos de carreira como ator e humorista, colecionou grandes personagens que marcaram. Entre eles está o mendigo aristocrata e filósofo, que surgiu no fim dos anos 50 e ia ao ar no Praça da Alegria, de Manoel da Nóbrega, pai de Carlos Alberto de Nóbrega .
Com o tempo surgiu o famoso e comentado Zé Bonitinho, que foi inspirado em um amigo de Loredo da adolescência, Jarbas, que era conhecido como o ‘prigote das mulheres’. Dono de bordões que marcaram época, Zé foi um dos grande marcos na carreira do humorista.
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