Morre o compositor Aldir Blanc, vítima da Covid-19

Por - 04/05/20 às 09:15

Reprodução/YouTube/Documentário Aldir Blanc – Dois Pra Lá, Dois Pra Cá

A música popular brasileira perdeu Aldir Blanc. O compositor carioca morreu na madrugada desta segunda-feira (4), aos 73 anos, no Hospital Pedro Ernesto, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

Ele teve uma infecção generalizada em decorrência do novo coronavírus. O artista estava internado no CTI desde o dia 15 de abril e seu estado de saúde era considerado grave.

No dia 10 de abril, o compositor deu entrada com quadro de infecção generalizada na CER do Leblon, na Zona Sul carioca. Cinco dias depois ele foi transferido para o Pedro Ernesto.

Autor de sucessos

Compositor desde os anos 1960, Aldir Blanc é autor de uma vasta obra musical e literária. Uma de suas canções mais famosas, O Bêbado e a Equilibrista, feita em parceria com João Bosco, ficou eternizada na voz de Elis Regina. Ele também compôs os sucessos Bala com Bala, O Mestre-Sala dos Mares", De Frente Pro Crime e Caça à Raposa.

A obra de Blanc reúne, ainda, dezenas de canções conhecidas, feitas em parceria com outros ilustres artistas, como Moacyr Luz, Maurício Tapajós, Paulo Emílio, Carlos Lyra, Guinga, Edu Lobo, Wagner Tiso, César Costa Filho, Cristóvão Bastos, Roberto Menescal, Ivan Lins, entre outros.

Aldir Blanc Mendes nasceu no Rio de Janeiro, no dia 2 setembro de 1946. Em 1996, ingressou na Faculdade de Medicina, especializando-se em psiquiatria. Em 1973, abandonou o curso para dedicar-se exclusivamente à música, tornando-se um dos mais importantes compositores de Música Popular Brasileira (MPB).

Amigos fizeram vaquinha

Por não ter plano de saúde, amigos e artistas haviam iniciado uma campanha de arrecadação para transferir Aldir para uma unidade particular de saúde. Isabel Blanc, filha do compositor, temia que o pai não tivesse boas condições de tratamento no sistema Único de Saúde. Mas acabou optando por deixar o pai na unidade pública. 

"Acho importante informar que estamos vivendo um dia de cada vez. Quando tudo passar e nosso querido estiver seguro em casa, se não tivermos usado as doações iremos fazer as devoluções devidas. Muita transparência e honestidade. Gratidão sempre. Nem sei explicar o sentimento dessa rede de amor. Sou muito grata a cada um. Peço desculpas por não ter respondido a todos. Estou tentando. O amor é capaz de tudo. Agradeço também a cada funcionário do CER Leblon pelo carinho", escreveu Isabel no Twitter.

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