Morre o diretor de teatro Antunes Filho

Por - 03/05/19 às 07:45

Reprodução/Facebook

Luto no teatro. Morreu na noite desta quinta-feira (2) um dos principais nomes do Teatro brasileiro, o diretor José Alves Antunes Filho, conhecido por todos como Antunes Filho.

Aos 89 anos, ele tratava de um câncer de pulmão, descoberto há pouco tempo, em estágio bem avançado.

Na página do SESC, no Facebook, o anúncio:

"Nesta noite do dia 2 de maio o Sesc, o teatro e todo Brasil estão mais tristes. Lamentamos o falecimento do diretor de teatro Antunes Filho, aos 89 anos, no Hospital Sirio Libanes. Nosso companheiro de mais de 30 anos de convivência será velado amanhã, a partir das 8h, no Teatro Sesc Anchieta".

Antunes Filho foi internado no Hospital Sírio-Libanês, há duas semanas,quando sentiu um mal-estar. Realizou exames e foi detectado um câncer, em estágio avançado, no pulmão.

O corpo do diretor terá velório aberto ao público, no Teatro Sesc Anchieta e, depois, cremado em uma cerimônia fechada na Vila Alpina, Zona Leste de São Paulo.

Carreira
Antunes Filho é considerado um dos maiores diretores de Teatro do Brasil. Montou a obra de Mário de Andrade, Macunaíma (1978), foi o criador do Centro de Pesquisa Teatral (CPT). local de formação de muitos nomes importantes do teatro, nas décadas de 50 e 50, ele fez parte do Tegrou o Teatro Brasileiro de Comédia. 

Antunes foi ainda o fundador da Companhia Pequeno Teatro de Comédia (1950) e montou muitas obras de Shakespeare e Nelson Rodrigues.

Antes de trabalhar com Teatro, cursou por pouco tempo a Faculdade de Direito da USP,  optando logo pelas Artes Cênicas.   Estreou nos palcos com a peça Week-end, de Noel Coward (1953). Em 1958, fundou a companhia Pequeno Teatro de Comédia e dirigiu o espetáculo O Diário de Anne Frank, que lhe rendeu as premiações da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) e da Associação Carioca de Críticos Teatrais (ACCT). Sua fama de exigente surgiu do comprometimento que ele tinha em fazer com que o ator tivesse disciplina e perfeição em tudo que fizesse.

Nos anos 60, encenou A falecida e depois Bonitinha, Mas Ordinária, além de adaptar Vestido de Noiva para uma série de teleteatro na TV Cultura.

Seu último trabalho foi Eu Estava em Minha Casa e Esperava que a Chuva Chegasse, texto do francês Jean-Luc Lagarce, em cartaz no Teatro do Sesc Consolação desde setembro do ano passado.

Nomes como Luís Melo, Giulia Gam, Alessandra Negrini, Marcelo Médici, Camila Morgado, Laura Cardoso, Eva Wilma, Raul Cortez, Cacá Carvalho, Stênio Garcia, entre outros, foram supervisionados por Antunes Filho.

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