Morre o escritor Sérgio Sant’Anna, vítima do coronavírus

Por - 10/05/20 às 11:26

Walter Craveiro/Divulgação

Morreu neste domingo (10), o escritor Sérgio Sant'Anna. Ele deu entrada há exatamente uma semana, no Hospital Quinta D'Or, em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, com sintomas da Covid-19.

A notícia foi divulgada pela irmã de Sérgio, a também escritora Sonia Sant'Anna, por meio de seu perfil pessoal no Facebook.

"Meus queridos, o Sergio se foi. Depois a gente se fala mais. É tão estranho saber que não vou mais ver aquele que conheci no dia mesmo em que nasceu. Lembro bem, foi na casa Casa de Saúde São José, no Humaitá. Eu, a irmã mais velha, tinha 4 para 5 anos. Haviam me prometido uma irmã, que se chamaria Vânia, e fiquei braba quando me participaram o nascimento de um irmão, o hospital estava em falta de meninas. Mas quando olhei pelo vidro do berçário, lá estavam vários bercinhos ocupados e com laço rosa, sinal de que existiam meninas disponíveis. Eles é que tinham preferido pegar um menino. Depois me conformei e nos tornamos bons amigos.", escreveu.

No sábado (9), Sonia havia publicado, na mesma rede social, que o irmão apresentava sinais de melhora clínica.

"Agradeço aos amigos que me procuram em busca de notícias do Sergio. Esse apoio tem sido de grande importância para nós. Ele ficará muito contente, ao se recuperar, ao saber como vocês gostam dele. Aqui vai o último boletim. Situação pulmonar estável. Os rins continuam não respondendo bem, e vai ser feita a diálise. Aos poucos ele vai acordando, mas ainda sem recuperar de todo a consciência", publicou.

O escritor deixa dois filhos, os escritores Ivan e André Sant'Anna.

50 anos de carreira

Sérgio Sant'Anna era considerado um dos mestres do conto no país. Contista, romancista, poeta e professor, ele estreou na literatura em 1969 com o livro O Sobrevivente e em outubro do ano passado, completou 50 anos em plena atividade.

O escritor venceu quatro vezes o Prêmio Jabuti, três vezes o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) e uma vez o prêmio da Biblioteca Nacional. Sua obra foi traduzida para o alemão, italiano, francês e tcheco. 

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