Morre o músico Paulinho Tapajós, compositor de ‘Andança’

Por - 25/10/13 às 14:17

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Morreu nesta sexta-feira (25), um dos maiores compositores da música popular brasileira: Paulinho Tapajós, 68 anos. Segundo informações escritas na página do Facebook do primo do artista, o compositor e produtor musical Tibério Gaspar, Tapajós, o músico lutava contra um câncer há pelo menos seis anos.

Paulinho compôs dois de muitos outros clássicos brasileiros: Andança e Sapato Velho.

"Nesse momento recebi com muito pesar a notícia de falecimento do meu primo e amigo Paulinho Tapajós. Começamos juntos a carreira musical. Paulinho era um poeta de infinita grandeza. Estou muito triste com essa notícia embora soubesse que era inevitável e o melhor pra ele. Paulinho lutou bravamente contra um câncer. Foram uns seis anos de sofrimento intenso", escreveu Tibério em sua página.

Ainda não há informações sobre o velório de Paulinho Tapajós.

Morre o músico Paulinho Tapajós, compositor de 'Andança'

Trajetótia

Paulo Tapajós Gomes Filho, mais conhecido como Paulinho Tapajós, nasceu no Ri de Janeiro, em 17 de agosto de 1945. Foi compositor, cantor, produtor musical, escritor e arquiteto. É filho do compositor, cantor e radialista Paulo Tapajós, com quem teve as primeiras noções de música, e de Norma Tapajós, e irmão do compositor Maurício Tapajós e da cantora Dorinha Tapajós. Na infância, frequentava o auditório da Rádio Nacional, emissora da qual seu pai era diretor artístico. Cresceu em um ambiente musical, convivendo desde menino com vários artistas, como Emilinha Borba, Marlene e Radamés Gnatalli, pessoas que frequentavam a casa de seus pais.

Estudou violão na adolescência com aquele que, tempos depois virou seu parceiro, Arthur Verocai. Sua trajetória artística começou no final da década de 60, época em que ainda cursava Arquitetura na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde se formou em 1971.

No ano de 1968, Paulinho participou do projeto Música Nossa, que tinha o objetivo de promover encontros entre compositores e cantores em espetáculos realizados no Teatro Santa Rosa, no Rio de Janeiro. Foi nesse ano também que comemorou sua primeira música registrada de sua autoria: Madrugada, canção feita em parceria com Arthur Vescal que fazia parte do LP Música Nossa.

Entre os anos de 1968 e 1970, destacou-se como compositor premiado em diversos festivais de música, tendo destaque em sua participação no III Festival Internacional da Canção, onde ficou em  terceiro lugar, na fase nacional, com a canção Andança, composta com Edmundo Souto e Danilo Caymmi. A curiosidade sobre essa música é que até hoje é uma das músicas mais regravadas, alcançando quase 300 gravações. Já no IV Festival Internacional da Canção, ficou no topo, em primeiro lugar na fase nacional com Cantiga por Luciana, uma parceria com Edmundo Souto), que hoje chega à marca de 100 gravações.

Em 1969 começou a atuar como produtor musical, função que exerceu até o fim.

1972 foi o ano que marcou sua estreia como intérprete, quando gravou com sua irmã,  Dorinha Tapajós, o compacto duplo Paulinho e Dorinha. Dois anos depois,  gravou seu primeiro LP, batizado com seu nome, que trazia como destaque Se Pelo Menos Você Fosse Minha, Clara e um dos maiores sucessos cantados até hoje, Andança, canção composta com Edmundo Souto e Danilo Caymmi.

Em 1979 lançou o LP A História se Repete, com músicas Sapato Velho", com Mu Carvalho e Claudio Nucci, Pera, Uva ou Maçã, com Arthur Verocai  e Cantiga por Luciana, com Edmundo Souto), além da faixa-título, composta em parceria com Sivuca, entre outras.

Em 1980 retornou às trilhas sonoras de novelas da TV, com músicas como No Tempo dos Quintais para a novela Água Viva (Globo), Coisas do Coração, para Os Ricos Também Choram (SBT) e Minha Pequena Princesa, que fez parte da novela O Direito de Amar (Globo).

Em 1984,  Escola de Samba Unidos do Cabuçu venceu o Desfile das Escolas de Samba do Grupo 1 do Rio de Janeiro com Beth Carvalho, a Enamorada do Samba, samba-enredo de sua autoria, em parceria com Edmundo Souto, Iba Nunes e Luís Carlos da Vila.

Atuou também na área publicitária, onde realizou trabalhos de criação e produção de jingles para campanhas de clientes como Mesbla, Caderneta de Poupança Delfin, Du Loren, Classificados do Globo, Mister Pizza, Morumbi Shopping e Vila Borghese, entre outros.

Publicou livros infantis: Verde que te Quero Ver, Aprenda com a turma do verde, Eternos Meninos, Janjão, o Anjo Doidão, Pé de Sonhos, Amor de Índio, Cometa Coração, Victor James, Boi da Cara Pintada, entre outros.

Em 2002, foi Paulinho quem assinou a produção musical do Acústico de Jorge Benjor (CD, DVD e musical de televisão).

Em 2005, lançou o CD Viola Violão, em parceria com Marcello Lessa, onde pode-se encontrar releituras de Andança, Aguapé, Cabelo de Milho e Menininha do Portão, sendo o restante das composições inéditas, a maioria delas em parceria com Marcello Lessa. O álbum contou com participações de Lucinha Lins, Claudio Nucci e Simone Guimarães. Nesse mesmo ano deu início à série Lendas Brasileiras, quando publicou os livros A lenda da Vitória-Régia e A Lenda do Uirapuru, ambos pela editora Nova Fronteira.

Em agosto de 2007, foi homenageado pelo Instituto Cultural Cravo Albin na série Sarau da Pedra, onte teve uma placa com seu nome afixada no Mural da Música do Instituto, por conta de sua relevante obra musical.

Já no ano de 2008, lançou o CD solo Preparando a Canção, com releituras de Pera, Uva ou Maçã e A Velha. As demais músicas foram inéditas: Beijos (com Cartola), A Companheira (com Guilherme de Brito) e Coração Vadio, Estrela da Manhã, Forró pra Namorar e Minha Guanabara, em parceria com Claudio Nucci, além da música que dá titulo ao disco, de sua exclusiva autoria.

Temas de Novelas

1970: Irmãos Coragem, música tema de abertura da novela Irmãos Coragem, da Globo; Tema de Regina e Quem Vem de Lá, ambas para a novela A próxima Atração (Globo); Assim na Terra Como no Céu, Tema de Suzy, Amiga e o tema de abertura Mon Ami da novela Assim Na Terra como no céu (Globo); Onde você mora, PARA Verão vermelho (Globo);
1971: I Get Baby, para O Cafona (Globo); Tia Miquita em Minha doce namorada (Globo);
1972: É natural, para a novela Tempo de Viver da Rede Bandeirantes; 
1973: A Donzela para a novela As Divinas e Maravilhosas da extinta TV Tupi.

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