Morre Sérgio Ricardo, ídolo da Bossa Nova

Por - 23/07/20 às 15:20

Reprodução/TV Globo

Um dos nomes marcantes da Bossa Nova e do Cinema Novo, o cantor e compositor Sérgio Ricardo morreu na manhã desta quinta-feira (23), aos 88 anos, de causa não divulgada. Ele estava internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

A imagem do artista quebrando seu violão, no Terceiro Festival de Música Popular Brasileira, em 1967, marcou a trajetória de Sérgio Ricardo. Além de quebrar o instrumento, ele atirou sobre a plateia. Isso porque foi vaiado pelo público.

Na época, ele era um dos principais cantores de protesto da música popular, e levou ao festival a música Beto Bom de Bola, cuja fala sobre um jogador de futebol que alcança a glória mas é esquecido, e termina dizendo: "O mal também tem cura". O público considerou a crítica muito sutil e vaiou o artista.

No rádio, na TV e no cinema

Na década de 50, ele participou de novelas e programas musicais na TV Tupi.

Anos mais tarde, lançou filmes como Esse Mundo é Meu (1964), Juliana do Amor Perdido (1970) e A Noite do Espantalho (1974).

Nascido em Marília, no interior de São Paulo Sérgio Ricardo começou a estudar música aos 08 anos no conservatório da cidade. Mudou-se em 1950 para o Rio de Janeiro, onde iniciou a carreira profissional como pianista em casas noturnas. Foi nessa época que conheceu Tom Jobim e, pouco depois, começou a compor e cantar.

Em 1960, gravou o LP A Bossa Romântica de Sérgio Ricardo. Dois anos depois, participou do histórico Festival de Bossa Nova, no Carnegie Hall de Nova York (EUA), ao lado de Carlos Lyra, Tom Jobim, Roberto Menescal, João Gilberto e Sergio Mendes, entre outros.

Compôs músicas para as trilhas sonoras de Deus e o Diabo na Terra do Sol e Terra em Transe, dirigidos por Glauber Rocha. Em 1968, escreveu o roteiro musical para a peça de Ariano Suassuna O Auto da Compadecida.

Sergio Ricardo passou a se dedicar à literatura em 1991 e lançou o livro Quem Quebrou Meu Violão. Seu trabalho mais recente foi o livro de poesias Canção Calada, de 2019.

---

Tags: