‘Não lido com fama e glamour’, diz Luíza Curvo estrela de Era Uma Vez

Por - 14/04/21

Divulgação

Foi em "Era Uma Vez" que Luíza Curvo ganhou o carinho do público. Na trama das 18h, levada ao ar em 1998 na Globo, e atualmente reprisada pelo Viva, a atriz deu vida à Glorinha. Dedicada aos estudos e à arte, a artista revelou ao OFuxico que segue uma vida simples e não é chegada à glamourização da profissão: “Honestamente,  não lido com a fama e o glamour. Agradeço ter saúde e comida, principalmente, durante essa pandemia”.

Curvo também se destacou em "Chocolate com Pimenta" e na Record TV, chamou a atenção em "Chamas da Vida", ao dar vida a Michele, que mantinha um relacionamento com um rapaz diagnosticado com AIDS, "Cidadão Brasileiro", "Sansão e Dalila", "Conselho Tutelar", entre outras.

Confira! 

OFuxico: O quanto Era Uma Vez marcou sua vida?
Luíza Curvo:
Marcou bastante. Eu tinha 12 pra 13 anos e era a primeira vez que eu estava participando ativamente do núcleo protagonista de uma novela. Foi um trabalho muito especial.

OFuxico: O público te procura, reconhece nas ruas?
Luíza Curvo
: Sim. Não só por esse trabalho, mas também por outras novelas, séries, filmes e peças que fiz e sigo fazendo. As redes sociais também aproximaram o público do artista, à medida que após assistir um espetáculo ou capítulo de novela, o espectador pode também procurar aquele artista para tecer um elogio ou uma crítica. 

OFuxico: Mantém contato com o elenco, seu núcleo em especial?


Mantenho bastante com a Drica Moraes. Ela é uma amiga muito querida.

OFuxico: Do que mais se recorda da novela? Bastidores?
Luíza Curvo:
Lembro que era um ambiente muito agradável, com excelentes profissionais de todas as áreas, com um clima extremamente leve, com disciplina, diversão e desafios. O núcleo das crianças era muito unido. Vivíamos juntos, tínhamos uma relação de amizade além da profissional. 

OFuxico: O que gostaria de fazer?
Luíza Curvo:
O que estou fazendo. Um filme da peça A Gaivota de Tchekhov. 

OFuxico: Como lida com o assédio do público?
Luíza Curvo:
Gosto quando falam que assistem meus trabalhos. Meu trabalho tem relação direta com a comunicação. É importante que o público assista. Poucas pessoas passaram do limite com algum comentário ou pergunta desagradável. Gosto muito de falar sobre meu trabalho, entender a percepção do público sobre ele, mas não gosto de falar sobre a minha vida privada. Quando eu era adolescente, as pessoas eram mais invasivas em relação a curiosidades da minha vida pessoal, mas acho que depois de adulta, eu consegui conduzir o interesse das pessoas mais para os meus trabalhos do que para detalhes íntimos, nada relevantes para o público sobre meu dia a dia.

Luíza Curvo na época da novela Era Uma Vez

OFuxico: Em Chocolate com Pimenta, você esteve num núcleo cômico, mas com viés dramático. Como analisa a relação do casal? 
Luíza Curvo:
Era uma novela deliciosa com um texto sensacional, uma direção fantástica e atores fabulosos! A delicadeza de como foi tratada toda a trama do casal, apontando as dificuldades de explicar para um mundo conservador que duas pessoas se amavam independente da identidade de gênero, feito dentro do tom lúdico e cômico da novela, sensibilizou muita gente que torceu bastante pelo casal. Aliás, nunca encontrei ninguém que tenha falado que eles não deveriam ter ficado juntos … 

OFuxico: Chamas da Vida também é um marco pela questão do tema HIV/AIDS. Por que é tão importante abordar esses temas? E como ele repercute na sua carreira e no público? Como foi todo o processo?
Luíza Curvo:
É importante porque democratiza o debate. Leva o tema para a sala de estar da família, faz com que membros das próprias famílias se vejam representados. A representatividade é fundamental. Existem muitos temas que ainda são tabus na nossa sociedade e quebrar isso, iluminando o debate e permitindo que as pessoas entendam o significado de empatia é muito importante. 

No caso da novela Chamas da Vida foi um trabalho excepcional da Cristianne Fridman, junto com sua equipe, da equipe de direção de Edgar Miranda e do ator brilhante Rogeh Gobeth, [namorado de Michele na história diagnosticado com AIDS] que souberam dar luz a esse tema de forma precisa, apontando pelos personagens suas questões, dúvidas, medos, vitórias e informando o público de forma responsável. 

OFuxico: Como é o seu dia a dia? No sentido de lidar com fama e glamour?

Honestamente,  não lido com a fama e o glamour. Agradeço ter saúde e comida, principalmente, durante essa pandemia que já dura mais de um ano. Meu dia a dia envolve cuidados diários com a casa, alimentação, saúde e trabalho de pesquisa para o próximo filme.

OFuxico: Como buscou se aprimorar na profissão?
Luíza Curvo:
Me formei em cinema, depois cursei alguns anos de direção teatral na UFRJ mas não me formei porque não consegui conciliar os trabalhos com a faculdade, que era no período noturno.  Fui para Cuba fazer um curso de construção dramática na EICTV. E fiz também uma pós-graduação em cenografia e figurino na Belas Artes. Sempre fui muito estudiosa, então, determinados temas me encantaram dentro do universo artístico. Ainda tenho vontade de fazer um mestrado em história da arte.

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