Nego do Borel se destaca ainda mais após a Dança dos Famosos e já pensa em carreira internacional
Por Redação - 23/10/16 às 11:48
Leno Maycon, nome de batismo, é uma mistura de de John Lenon e Michael Jackson. Mas foi como Nego do Borel, "nome de artista que nasceu para brilhar", como ele mesmo constata, que esse carioca da Tijuca, na Zona Oeste carioca, se tornou famoso.
O funkeiro tem se destacado cada vez mais no cenário nacional: são 25 shows por mês, mais de três milhões de seguidores no Instagram, cinco milhões no Facebook e 175 milhões de visualizações em videoclipes. O ex-catador de latinhas, que agora é do elenco da novela teen Malhação, caiu ainda mais nas graças do público com seu bailado na Dança dos Famosos, quadro do Domingão do Faustão.
"Estou muito realizado. Tenho minha casa, sou ator da Globo, estou na Dança dos Famosos… Isso vai muito além do que eu sonhava. E mais coisas boas estão vindo por aí. Se Papai do Céu falasse hoje 'Para', eu pararia satisfeito pra caramba", disse ele à revista Canal Extra, suplemento do jornal Extra.
À publicação, o funkeiro falou sobre sua intimidade com a dança.
"Sempre tive molejo. Na comunidade, inventava umas coreografias loucas, de outro mundo. Nos meus shows, tenho um balé, mas nada é igual à 'Dança'. Está difícil. Às vezes, só tenho três dias para ensaiar. É muita correria: shows, textos para decorar… Mas estou dando o meu melhor. Agora vamos para o mata-mata (fase de eliminação)".
Na disputa pelo primeiro lugar, é preciso, além de ritmo, ter jogo de cintura para não se deixar abater pelo julgamento em rede nacional. E o cantor está sentindo na pele essa pressão.
"É como se eu voltasse a ser criança, quando minha mãe me encostava na parede e dizia: "Fala a verdade". Faz anos que eu não sentia o que estou sentindo quando fico diante do júri e da plateia. Uma coisa é estar no funk, que não tem ninguém para te julgar, é só cantar e pronto. Na internet, você vê os comentários só se quiser. Outra coisa é encarar o monstro de frente e não poder fazer nada. Uns falam bem, outros, mal, mas é para a gente melhorar. Tudo ali é válido, é um aprendizado".
Ao Extra, o artista contou que, fora do palco, já teve que rebolar para driblar a fome. Antigo morador de um dos "barraquinhos mais humildes do morro do Borel", o funkeiro lembra que precisou abandonar a escola na 4ª série para trabalhar e ajudar no sustento da casa. Segundo ele, sem a música, estaria perdido.
"Cantei em ônibus, rodei em mototáxi, fui cobrador de kombi… Cheguei a passar fome. Só minha avó trabalhava e tinha oito nas costas dela. Às vezes, a gente só almoçava, não jantava. Eu morava perto da Floresta da Tijuca e tinha uma lixeira atrás da casa. Então entrava rato, cobra… Mas era um barraco arrumadinho. Se eu não tivesse tido essas oportunidades, eu estaria morto, igual à maioria dos meus amigos. Papai do Céu me salvou. Deus foi muito bom comigo".
Para fugir das tentações e riscos do tráfico e das drogas, o carioca, de 24 anos, decidiu, após testemunhar muitas perdas, que queria fazer diferente.
"Eu vi muitos amigos morrendo, sendo presos, as famílias chorando… E eu chorava muito também. Tomei aquilo como exemplo e não quis para minha vida. Decidi vencer, dar orgulho para minha mãe (Roseli Viana) e minha avó (Neli Gomes). Então comecei a fazer evento, torneio de futebol dentro da comunidade, foquei na música, no meu lado artístico. Graças a Deus, consegui me desvincular e não segui o mesmo caminho que eles".
O agora ator contou também que ao entrar para o elenco de Malhação, ganhou uma noção de responsabilidade até então desconhecida, o que foi fundamental para seu amadurecimento.
"Antes eu postava foto no banheiro, no vaso, agora não. Sou mais estiloso! Se eu chegasse a determinados lugares, onde vou hoje, cheio de cordões, pulseiras, na malandragem de alguns anos atrás, não seria legal. A melhor coisa que aconteceu na minha vida foi Malhação. Passei muito tempo sem ter um compromisso sério, nem no quartel, porque eu sempre fui dono de mim. Fazia o que queria! Malhação parece uma clínica de tratamento. Você chega com uma mente e sai com outra totalmente diferente. Me ajudou muito como pessoa".
Como tomou gosto pelas artes, o ex-menino do Borel planeja ampliar seu campo de atuação, no teatro.
"Estou com muita vontade de aprender um pouquinho de cada coisa. Fui convidado para fazer uma peça, mas, como renovei com Malhação, deixei para a próxima. Se der para conciliar minha música com novela, teatro, tudo bem".
Proprietário de cinco imóveis, Nego tem como um de seus conselheiros de finanças o craque Neymar, com quem mantém uma amizade a distância. O cantor só faz questão de enfatizar que a relação com o jogador de futebol não foi construída por interesse. Nego renovou o círculo de amizades com a fama, mas mantém os parceiros de infância do Borel por perto.
Na música, ele pensa em firmar novas parcerias e experimentar outros gêneros. Fã de Seu Jorge, sonha gravar com o cantor.
"Acho que ele tem o perfil do Neguinho do Borel, veio de baixo e hoje é um vencedor. Quero fazer uma parceria com o pessoal do sertanejo também".
Ciente de que se manter sob os holofotes não é tarefa fácil, ele diz não temer que o sucesso seja passageiro. Sem pensar pequeno, Nego quer levar seu funk para gringo ver. Esta semana, embarca para uma turnê nos Estados Unidos.
"Não tenho medo de sair da mídia, tenho o pé no chão. É complicada essa vida de artista, cheia de altos e baixos, mas sempre procuro me atualizar. Penso em carreira internacional".
Redação
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