Netinho critica Ivete após cantora defender vacinação contra a Covid-19

Por - 16/02/21 às 19:05 - Última Atualização: 6 abril 2021

Reprodução/Instagram

Após Ivete Sangalo, em uma live de carnaval na qual participou, ter dito que é a favor da vacina para a Covid-19 e que o lema brasileiro deveria ser "Deixa as armas para lá, traz a ciência!", o cantor Netinho, da Banda Beijo, fez um post em específico para discordar da fala da cantora em seu Instagram, na última segunda-feira (15).

"Joga as armas pra lá!", "Traz a siência!". DECEPCIONADO, eu LAMENTO repostar isso aqui mas as VERDADES PRECISAM SER DITAS: A cantora @ivetesangalo desfruta de seguranças armados, carro blindado e casa em condomínio fechado. As vezes a pessoa fica tão distante da realidade do povo, que acha que o mundo é o "país das maravilhas" que seu dinheiro lhe proporciona.(AVISO AOS QUE TÊM DIFICULDADE DE ENTENDIMENTO: "siência" é IRONIA a respeito do que os canhotos acreditam ser ciência).", escreveu ele.

 

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Nos comentários, o público concordou com o músico, tecendo crítica a Ivete e "sua turma".

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Nem só a festa ganhou destaque no Carnaval improvisado realizado pelas estrelas da Bahia. Os decretos que facilitam a posse e o porte de armamentos e munições, publicados pelo presidente Bolsonaro, foi motivo de protesto.

Ivete Sangalo e Claudia Leitte animaram o sábado, 13, com uma Live onde não faltou a alegria e o alto astral, porém um momento singular chamou a atenção dos foliões virtuais. Veveta não deixou o ato do presidente passar batido e trocou o refrão de uma de suas músicas para pedir mais responsabilidade e mandou um recado ao presidente ao cantar Muito Obrigado Axé, quando mudou parte da letra em protesto ao negacionismo e a violência tão latentes no governo atual. “Joga as armas pra lá e traz a ciência” e “Joga as armas pra lá, traz a vacina”,  decretou Ivete. A letra original da música diz "Joga as armas pra lá / Faz a festa", "Joga as armas pra lá / Faz um samba" e "Joga as armas pra lá / Traz a orquestra".

A paródia improvisada por Veveta deixou clara a posição da cantora frente ao empenho de Bolsonaro em facilitar a compra e registro de armas no Brasil, e ao negacionismo que impera durante a pandemia do novo coronavírus, cuja gravidade tem sido insistentemente negada por um governante que faz piada sobre o uso de máscaras, incentiva o uso de medicações sem eficácia comprovada e desrespeita a lei ao não usar máscara e promover aglomerações.  

O protesto  bem colocado de Ivete motivou uma infinidade de reações de apoio nas redes sociais e fez a hashtag #ForaBolsonaro levar o presidente ao topo do ranking dos termos mais discutidos na internet brasileira.

Políticos também se manifestaram após fala da cantora. O senador Humberto Costa (PT) por exemplo postou: "Menos armas e mais ciência e vacina. O recado do povo brasileiro na voz de Ivete Sangalo foi reforçado neste sábado”.

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O protesto elegante de Maria Bethânia

 

Maria Bethânia também fez um elegante protesto no início de sua maravilhosa live realizada no sábado. logo no início do show, a cantora fez seu decreto, que diga-se de passagem foi bem mais valioso que as atitudes do governante:  “Eu quero vacina, respeito, verdade e misericórdia”, afirmou Bethânia após cantar a capella Explode coração, canção escrita por Gonzaguinha em 1978.

 

Durante um show impecável a voz firme da cantora soou em defesa dos oprimidos e injustiçados  com canções que retrataram a indignação justa e necessária perante a tantos acontecimentos inaceitáveis ocorridos nos últimos anos em nosso país. Uma composição inédita de Adriana Calcanhotto, 2 de Junho, protestou contra a trágica morte do menino Miguel Otávio Santana da Silva, 5anos. Ele morreu após cair do nono andar de um prédio em Recife. Sari Mariana Gaspar Corte Real, a ex-patroa da mãe do garoto, foi indiciada pelo crime de abandono de incapaz.

O show iluminado e sincero de Bethânia trouxe de volta canções que marcaram os tristes tempos da ditadura militar retratados nos versos de Cálice, um dos mais famosos hinos de resistência ao regime militar composto por Chico Buarque e Gilberto Gil em 1973.  Através de metáforas e duplos sentidos, a canção protesta contra a repressão e a violência do governo autoritário da época que infelizmente ameaça se repetir nos dias atuais.

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