Neurocirurgião fala sobre a avaliação médica feita em Gugu Liberato

Por - 24/11/19 às 15:30

Reprodução/Record TV

Na noite de sábado (23), o Jornal Nacional, da Globo, mostrou uma entrevista com o neurocirurgião Guilherme Lepsky, chamado pela família de Gugu para acompanhar o estado clínico do apresentador no hospital.

Após o acidente que sofreu em sua casa, em Orlando, nos EUA, quando fazia um reparo no ar condicionado, no sótão,  e caiu de cerca de quatro metros de altura, Gugu deu entrada no hospital com escala Glasgow 3 (essa escala mede a atividade cerebral e vai de 0 a 15), o que significa dizer que sua atividade cerebral já era baixíssima. O médico falou sobre essa escala:

 “Uma coisa é a avaliação da gravidade neurológica no momento que o paciente entra: ‘Ah, é grave, não é grave, vamos ou não vamos fazer algo’. A outra coisa é o diagnóstico da morte encefálica, que demanda tempo. Para falar que o quadro é irreversível, e a gente está falando para o futuro, a gente tem que olhar um pouquinho para o passado, para as horas que passaram, e ver se houve alguma mudança positiva no quadro neurológico", explicou.

Segundo o médico, para diagnosticar uma morte encefálica, é necessário algum tempo de análise, pois o quadro é evolutivo.

"Precisa ter um tempo de observação mínimo, que não pode ser menor do que seis horas. Isto que foi feito. Ele tinha alguma atividade respiratória no início. Não era de início morte encefálica. Ele tinha de início alguma atividade na prova de apneia, a prova que se faz. Acontece que o quadro foi se deteriorando rapidamente e aí as provas subsequentes comprovaram isso. São feitas pelo menos duas provas, há um intervalo, aqui nos EUA este intervalo não é limitado, pode ser feito 15 minutos depois, 20 minutos depois".

Segundo o médico, Gugu chegou ainda respirando voluntariamente, mas não respondia aos exames de reflexo profundo.

Os médicos fizeram ainda uma angiografia, que detectou que não havia mais fluxo de sangue para o cérebro.

O Hospital do Coração, em São Paulo, estava com estrutura pronta para atendimento, mas não foi necessário.

A família realizou o desejo de Gugu em relação a doação de órgãos e, segundo a equipe médica americana, cerca de 50 pessoas poderão ser beneficiadas com a doação. Gugu tinha 60 anos.

O translado do corpo segundo informações da assessoria de imprensa

Ainda não temos a data correta da chegada do corpo ao Brasil. Todo esse processo está seguindo os tramites legais. Acreditamos que antes de quarta-feira isso não ocorrerá. Atendendo a uma vontade sua, todos os órgãos do apresentador foram doados. Segundo informações da equipe médica responsável, essa doação poderá beneficiar até 50 pessoas. O velório acontecerá na assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e será aberto ao público para que possam se despedir de Gugu. A data ainda não foi definida. Gugu será sepultado no jazigo da família no Cemitério Getsêmani, em São Paulo. Assim que novas informações estiverem disponíveis, informaremos prontamente. Mais uma vez agradecemos o carinho e respeito de todos os amigos da imprensa.

Acidente
Gugu sofreu um acidente caseiro na quarta-feira (20). Ele teve uma queda de uma altura de cerca de quatro metros, quando fazia um reparo no ar condicionado instalado no sótão. Foi prontamente socorrido pela equipe de resgate e admitido no Orlando Health Medical Center, onde permaneceu na Unidade de Terapia Intensiva, acompanhado pela equipe médica local. Mãe e irmãos do apresentador, respectivamente dona Maria do Céu, Amandio e Aparecida,  viajaram para Orlando, chegando ao hospital por volta das 19h30 da quinta-feira (21).

Observação médica
Na admissão no hospital, Gugu deu entrada em escala de *Glasgow de 3 ( usada para medir a consciência e a evolução das lesões cerebrais em um paciente) e os exames iniciais constataram sangramento intracraniano. Em virtude da gravidade neurológica, não foi indicado qualquer procedimento cirúrgico. Durante o período de observação foi constatada a ausência de atividade cerebral.

O anúncio da morte
A morte encefálica foi confirmada na sexta-feira (22), pelo Prof. Dr. Guilherme Lepski, neurocirurgião brasileiro chamado pela família, que após ver as imagens dos exames em detalhes, confirmou a irreversibilidade do quadro clínico diante da mãe do apresentador, Maria do Céu, dos irmãos Amandio Augusto e Aparecida Liberato, e da mãe de seus filhos, Rose Miriam Di Matteo.

 

 

Tudo sobre a morte de Gugu Liberato

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