Neusa Borges espera indenização da Justiça para compra da casa própria

Por - 23/07/11 às 10:05

Divulgação/TV Globo

No ar na reprise de O Clone, na pele da doce governanta Dalva, e prestes a atuar em A Vida da Gente, novela global das seis, escrita por Lícia Manzo e dirigida por Jayme Monjardim, Neusa Borges se mantém firme em seus propósitos. Ela afirma que não aceita qualquer personagem. Talvez por isso passe “algumas temporadas” sem trabalhar, o que a obriga a buscar ajuda nos padrinhos Gloria Perez, Marcos Schetmann e Jayme Monjardim.

Mas Neusa não se importa. Aos 70 anos de vida e 54 de carreira, ela acredita que faz diferença, mas se diz cansada e já fala em aposentadoria. Para ficar em paz, só espera receber a indenização da escola de samba carioca Unidos da Tijuca e, enfim, comprar a casa própria. No Carnaval de 2003, Neusa se preparava para iniciar o desfile, quando caiu de uma altura de 10 metros. A queda lhe deu prejuízos imensos, que acabaram dificultando ainda mais as poucas oportunidades de trabalho.

Em conversa com o site O Fuxico, a atriz falou de seus planos:

 

O Fuxico: Dalva, de O Clone, ainda rende muitos comentários nas ruas?

Neusa Borges: Muitos! As pessoas ainda dizem que a queriam em casa, como conselheira e governanta. Foi um trabalho extremamente especial e prazeroso.

OF: Seu trabalho mais recente foi em Araguaia. O que você tem feito desde então?

NB: Eu moro seis meses no Rio, seis meses em Salvador. Isso há 16 anos. Passei um tempo lá e voltei porque vou participar da próxima novela das 18h, A Vida da Gente.

OF: Então, as coisas andam bem!

NB: Depende do ponto de vista. Eu continuo tendo que trabalhar para me manter, dia após dia, continuo atrás do sonho da casa própria, continuo esperando minha indenização sair…e principalmente continuo contando com os amigos.

OF: A indenização do acidente sofrido no Carnaval?

NB: Exatamente. Há oito anos eu espero por isso. Será com esse dinheiro que comprarei, enfim, a minha casa. Até hoje, com 54 anos de carreira, não consegui comprar nem um barraco. Vivo de aluguel. Na Bahia, fico quando estou sem trabalho porque lá a vida é mais barata. Graças a esse acidente, ganhei 22 parafusos na bacia e três placas de titânio no joelho. Não tive ajuda da escola e fui para a Justiça. Já ganhei em todas as instâncias, mas a indenização não veio. O mundo está cagando na minha cabeça, mas continuo rindo.

OF: Seus amigos ajudam de que forma?

NB: Eu sei que sou boa, sou uma atriz do cacete, sou negona, pomba-gira, maluca. Sempre trabalhei por obra, nunca fui contratada. Antes de Araguaia, estava há dois anos sem trabalho, não tinha dinheiro para o aluguel, aí apelei mais uma vez para meus três anjos: Glória Perez, Marcos Schetmann e Jayme Monjardim. Só eles confiam em mim.

OF: Como você avalia a participação dos atores negros no cenário atual, na TV?

NB: Enquanto estiver viva, sei que a voz do povo é a voz de Deus, e o povo me ama. As divas brancas todas estão aí, as pretas não. Aliás, tem as pretas que embranquecem, alisam cabelo, pintam de louro, colocam mexas e se dizem morenas. Ou assumem serem negras quando lhes é conveniente e politicamente correto. Não me enquadro nisso, tenho um imenso orgulho da minha negritude.

OF: O que você ainda almeja na carreira?

NB: Estou cansada de remar contra a maré, acabo passando por inconveniente. São muitos anos batendo na mesma tecla… a minha motivação é a minha família. Penso que daqui a pouco estará na hora de me aposentar. Preciso, antes disso, comprar minha casa!

 

 

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