Nívea Maria é dispensada da Globo após 51 anos na emissora

Por - 18/03/22 às 11:00

Nívea MariaFoto: Estevam Avellar/Globo

Mais uma baixa no elenco fixo da Globo. Após 51 anos trabalhando na emissora, Nívea Maria não teve o contrato renovado. Seguindo a política que tem sido adotada desde 2018, ela atuará agora apenas com acordo por obra. Nívea chegou à Globo em 1971 e estreou no ano seguinte em “O Primeiro Amor” (1972). Depois, emendou trabalhos em novelas como Uma Rosa com Amor (1972), O Semideus (1973), Corrida do Ouro (1974), Gabriela (1975) e a segunda versão de A Moreninha (1975).

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“Estou pronta e preparada para novos voos”, afirmou a veterana.

“Cheguei à Globo vinda da rede Excelsior e Tupi de São Paulo, daquele time de pioneiros da TV brasileira. São 50 anos de respeito pela emissora, respeito dos nossos colegas, do público e da imprensa”, disse ela à colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo.

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“Foram muitas experiências extraordinárias. Fiz trabalhos antológicos em séries, no humor e nas novelas. E personagens importantes da nossa literatura que me marcaram e marcaram o grande público, como em ‘A Moreninha’, ‘Maria, Maria’, ‘Gabriela’, ‘A Casa das Sete Mulheres’”, relembrou ela.

LUTA CONTRA A DEPRESSÃO

Em 2017, quando estava no ar na novela “Tempo de Amar”, Nívea Maria relembrou um momento difícil de sua vida, quando chegou a passar cinco dias desacordada, na UTI, por conta de um grave problema de saúde.

“Tive um edema de glote e fiquei fora do ar, em outra dimensão. Não senti nada, não sofri, mas quase morri. (…) Estava fazendo a novela Além do Tempo. Quando penso neste momento, acredito cada vez mais que não vale sofrer por bobagem. Quero mais é tranquilidade e ser feliz”, afirmou ela.

Nívea ainda contou que lutou contra a depressão: “Sofri de depressão exatamente no momento em que fui separada do Herval (Rossano, ator e diretor, que morreu em 2007), como eu digo. Não optei por isso. Passei por esta crise pessoal e não percebi. Meus filhos que me alertaram e me levaram ao médico, onde vou até hoje. A doença tira a vontade de comer, dormir, olhar e conversar. A gente acha normal passar três dias em casa trancada, sem tomar banho e acredita que é suficiente aquela cama ou aquele sofá, para você ficar parada, olhando para a parede. Estava me apagando”, declarou Nívea à revista Contigo.

“E não foi apenas crise pessoal. Tive inseguranças, medo de me tornar inútil dentro da dramaturgia. As coisas não são muito a favor de atores da minha idade. Os temas, as histórias giram em torno de relações mais jovens, problemas da atualidade. Normalmente, a pessoa que tem mais de 50 anos não é protagonista destas histórias. Mas, quando fui designada a fazer a Maria, de A Casa das Sete Mulheres (minissérie exibida em 2003, pela Globo), tive a oportunidade de resgatar o prazer da minha profissão. Consegui os aplausos que precisava”, disse a renomada artista.

Ainda na ocasião, Nívea também contou que, depois do término do casamento com Herval, viveu um período que chamou de “libertinagem tardia”.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino