Novo formato do Criança Esperança causa grande expectativa nos artistas

Levemente repaginado, o Criança Esperança traz uma nova perspectiva este ano. Nas edições anteriores, o programa era apresentado no formato de um grande show. Em 2013, um dia inteiro da programação da Globo será dedicado ao projeto.

 "Será tudo menos circence e mais televisivo", promete Luiz Gleiser, diretor de núcleo.

Apesar de estender a ação para os outros programas, tudo continua com a "cara do Didi", visto que a figura de Renato Aragão será destaque durante vários momentos do dia. No sábado, dia 31, Bom dia Brasil, Bem Estar, Mais Você e Encontro com Fátima Bernardes, normalmente exibidos durante a semana, terão transmissão ao vivo e apresentarão temas relacionados à ação. Durante a noite, o tradicional show com atores, cantores e artistas de todo o país, fechará o projeto.

Iniciativa já testada em outros anos, o Mesão da Esperança, que reúne vários artistas para atenderem os telespectadores, terá mais espaço na programação: a cada meia hora, invadirá a programação em flashes ao vivo. Do outro lado da linha, o público poderá fazer sua doação e falar com os apresentadores Alex Escobar, Ana Furtado, André Marques, Glenda Kozlowski, Glória Maria, Sandra Annenberg, Tadeu Schimidt, Tiago Leifert e Zeca Camargo. Ana Furtado, inclusive, é a idealizadora do "mesão". E não disfarça a satisfação de testemunhar o crescimento do projeto nos ltimos dois anos.

"Era uma ideia, na época, mirabolante, quase impossível de ser realizada. Mas agarrei com todo amor e deu muito certo", comemora Ana.

A entrada triufante de Renato Aragão no show, como todos os anos, ainda é um mistério. O comediante afirma ser sempre uma surpresa até para ele.

"Eu sou o último a saber, como aqueles bonequinhos jogados na fogueira. Um dia, vou fazer diferente e surpreender todo mundo", diverte-se.

A primeira aparição de Renato no dia será durante o Encontro com Fátima Bernardes. Ele, que será homenageado durante o programa, afirma que também não tem conhecimento do que acontecerá.

"É sempre uma emoção", ressalta Renato que, este ano, não estará no comando do show.

A apresentação ficará por conta de Patrícia Poeta, Fernanda Lima e Lázaro Ramos. Lázaro, que passa uma temporada em Nova Iorque, retorna ao Brasil especialmente para o programa.

"O convite me deixou muito feliz. É a minha estreia no ao vivo. Estou ansioso, mas sei que estou protegido", assume o ator, que também é embaixador da Unicef, Fundo das Nações Unidas para a Infância, parceira do Criança Esperança.

Além da grande mobilização em torno do projeto durante o mês do programa, os apresentadores envolvidos garantem sua participação na iniciativa ao longo de todo o ano. A jornalista Glória Maria, presente desde a primeira edição, é prova desta continuidade.

"Estive, principalmente, no Nordeste, mais de 50 vezes. Acompanhei o crescimento da ideia ao longo desses anos. É um orgulho ver que algo que foi plantado no passado consegue crescer", emociona-se.

Segundo Glória, umas das principais vantagens do Criança Esperança é a cobertura feita após as doações, comprovando a efetividade do projeto.

O Criança Esperança surgiu a partir de uma idéia de Renato Aragão. Durante uma seca no Ceará, na década de 1980, ele resolveu ajudar seus conterrâneos e pediu auxílio à Globo. A emissora abraçou a ideia e fez um programa assistencialista, na época chamado de SOS Nordeste. O sucesso foi imediato e as doações tão grandes, que foi necessária a ajuda do exército para levar todos os suprimentos. No ano seguinte, em 1986, a Globo resolveu fixar o projeto em sua grade anual, mas voltado para crianças e com um nome diferente. Hoje, 28 anos após o primeiro programa, Renato relembra um episódio marcante dessa trajetória.

"No começo, quando ainda era 'SOS Nordeste', um garoto de rua chegou até mim e me deu um cruzeiro para doar. Ele precisava desse dinheiro tanto quanto as demais crianças", conta o comediante, que ficou tão sensibilizado com o gesto, que mesmo que a ação não aceitasse doações em dinheiro na época, fez questão de entregar o valor para a arrecadação.

"E é isso que importa: somente o gesto, não o valor", completa.

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