Onde está o meu coração: o que esperar da nova série do Globoplay

Por - 05/05/21 às 08:00

Foto: Divulgação

“Onde está o meu coração”, série do Globoplay que conta com grandes nomes como Fábio Assunção, Letícia Colin e Manu Moreli, teve o seu primeiro de dez episódios exibidos na Tv Globo na noite de segunda-feira (3). Gravada em 2019 para ser lançada em 2020, a trama conta com outros nove episódios que estarão disponíveis para os assinantes da plataforma de streaming.

Escrita por George Moura e Sergio Goldenberg (de Onde Nascem Os Fortes e O Canto da Sereia), a história se passa em São Paulo e gira em torno de Amanda (Leticia Colin), uma jovem médica, de classe alta, viciada em crack. O vício acaba afetando todos a sua volta, principalmente a família.

Pensando nisso, OFuxico resolveu comentar um poquinho sobre a produção e listou alguns motivos pelos quais você não pode perder. Segue a lista!

  1. O elenco é formado por grandes nomes como Fábio Assunção e Letícia Colin;
  2. A trama imerge na realidade dos dependentes químicos e reforça a importânte de tratar o vício como uma doença legítima;
  3. A série quebra com os estigmas e cutuca preconceitos sobre o universo do mundo das drogas;
  4. Com um recorte único, muito mais do que a violência o crime que acompanham o mundo das drogas, a trama procura focar no adoecimento da família e no quanto o vício afeta todos que estão perto.

Confira!

Quebrando estigmas 

Com o objetivo de mostrar como a dependência química é um problema de saúde tão legítimo quanto qualquer outra doença e o quanto o sofrimento do dependente se transfere para uma família inteira, a trama também busca tratar das relações familiares durante este momento. Muito mais do que o tráfico e a violência do mundo das drogas, a atração tem como objetivo abordar em como o vício afeta também aqueles que estão ao redor do viciado. 

Amanda, mesmo vindo de uma família privilegiada, ser casada com um homem que a ama e ter sucesso no seu início de carreira como médica, não consegue lutar contra outras questões emocionais e a pressão diária do trabalho dentro do hospital, ficando sobrecarregada e se rendendo às drogas. Como algo certeiro e dramaturgicamente pensado, a jovem, por ser da área, sabe dos riscos nocivos da sua dependência e mesmo assim não consegue se livrar.

Amanda e os pais em

Quebrando estigmas que envolvem o dependente químico, a série promete expor questões muitas vezes escondidas do mundo das drogas. A escolha da personagem ser uma viciada em crack de classe média, já diz muita coisa, principalmente pelo fato do usuário desta droga estar sempre relacionado às pessoas que ficam, por exemplo, na Cracolândia, região do centro de São Paulo em que pessoas em situação de rua vagam, pedindo dinheiro, usando muita droga e em alta vulnerabilidade. 

Não são só nesses ambientes que a droga circula. Ela, inclusive, está mais presente nas classes média/alta do que se imagina. Tal fato é, muitas vezes, escondido, mascarado etc. E a trama perturba, justamente, estes preconceitos.

Imersão na trama

Logo no primeiro episódio, os pais percebem a situação debilitada da filha e se dividem: a mãe acha que Amanda deve ser acolhida, enquanto o pai quer que a jovem seja internada numa clínica, mesmo contra a vontade dela. Pegando em um ponto sensível que permeia a questão, a obra trata os conflitos na família e levanta perguntas sobre como lidar com o problema, sem necessariamente trazer respostas. 

Mas, para isso, foi necessário que os próprios atores mergulhassem neste universo e ficassem cada vez mais próximos desta realidade. 

Fábio Assunção enfrentou durante anos a dependência química e, em 2019, quando a série foi gravada, ele estava no início de um processo de recuperação que mudou a vida dele. O ator perdeu 27 quilos, investiu no autoconhecimento, na espiritualidade e na saúde.

Amanda de

O ator levou Letícia para os Narcóticos Anônimos e ajudou a atriz na construção do personagem.

"Levei a Letícia ao N.A. [Narcóticos Anônimos]. Os diretores quiseram tratar esse tema com muito respeito. Queríamos mergulhar no tema para que ele fosse abordado de uma maneira bacana. Fizemos rodas de partilha emocionantes, que nos garantiram momentos ótimos”, disse Fábio em entrevista a QUEM. 

Não só isso, o jogo de câmera também traz um impacto diferente para a trama. Filmada inteiramente em locações, em São Paulo, "Onde Está Meu Coração" trata a cidade praticamente como uma personagem. Com a câmera na mão, a diretora Luisa Lima acompanha o drama da médica Amanda com compaixão, sentindo a pulsação dela. Numa cena do primeiro episódio, a médica deixa a sala de cirurgia, após um trabalho bem-sucedido, e corre para se drogar no banheiro.

Amanda, sob pressão, deixa a sala de cirurgia e vai para o banheiro usar drogas

"A gente mergulha nas trevas para descobrir possibilidades de cura. Atravessando esses estados de sofrimento tão profundos, que a gente pudesse resgatar aquilo que está faltando para as pessoas: nosso senso de alteridade", disse Luísa em entrevista ao UOL.

Mas o que esperar?

Os dez episódios da trama serão liberados na madrugada desta quarta-feira (4) no Globoplay. “Onde está o meu coração" promete entregar uma história de não ficção que fala de amor, desequilíbrios e uma quebra gigantesca de estigmas ainda tão enraizados no universo das drogas, trazendo um enfoque muito além da política, violência e criminalidade, mas principalmente o adoecimento da família.

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