Oscar Magrini experimenta o poder de uma farda

Por - 12/04/13 às 08:37

Pedro Paulo Figueiredo / Carta Z Notícias

A reação do público a um personagem é sempre uma incógnita. Por mais que o papel seja uma grande aposta do autor, sua popularidade depende de outros fatores além de um texto bem escrito. Como a entrega do ator que o interpreta. Atualmente na pele do Coronel Nunes de Salve Jorge, Oscar Magrini tem se surpreendido cada vez mais com a abordagem dos telespectadores nas ruas.

Durante a preparação para o papel, ele não imaginava que o oficial rígido e sem sex appeal visível fosse chamar tanta atenção do público feminino.

"Quando elas estão em bando, sempre tem uma com um comentário mais ousado. Falam coisas como: 'É um senhor desse que eu estou precisando lá em casa'", conta, aos risos.

Apesar de parecer natural ao interpretar o Coronel na tevê, a construção do personagem não foi fácil. Magrini teve, junto com o resto do elenco que integra o núcleo da cavalaria do Exército na trama de Gloria Perez, de fazer um workshop bem específico. O ator passou um semana na AMAN – Academia Militar das Agulhas Negras, localizada no município de Resende, sul do Rio de Janeiro. Lá, pôde aprender um pouco da disciplina e dos trejeitos militares que o papel exige. Uma das principais características que Magrini coloca em Nunes é a fala pausada, que ele ressalta ser bem diferente da sua maneira real de falar.

"O elogio maior é o que veio do general da AMAN, que me ligou para dizer que eu estava ótimo. É o reconhecimento vindo do próprio Exército brasileiro", acredita.

Com mais de 20 anos de carreira, Magrini ficou conhecido pelo perfil de galã cafajeste. A coleção de personagens inescrupulosos começou com seu primeiro papel na tevê, quando interpretou o capanga Marco em Deus Nos Acuda, de 1992. Mas seu mau-caráter mais marcante só veio em 1996, ao encarnar o gigolô Ralf em O Rei do Gado. Depois do folhetim de Benedito Ruy Barbosa, o ator continuou interpretando inmeros homens mulherengos, gananciosos e violentos, como o vilão Agenor de Canavial de Paixões, exibida pelo SBT em 2003 e, mais recentemente, Mauro, o advogado antiético, de Negócio da China, que a Globo levou ao ar em 2008.

"Depois de O Rei do Gado, Silvio de Abreu me chamou para participar do elenco de Torre de Babel e disse para eu não esperar a mesma repercussão que tive com o Ralf. Mas o personagem acabou fazendo sucesso e foi com a novela do Silvio que o pblico aprendeu o meu nome", relembra.

Além de ter atuado na Record, no SBT e na Globo, sua emissora atual, Magrini também já fez sucesso fora do Brasil. Em 2001, foi convidado pela autora de telenovelas Marilcia Abreu para integrar o elenco do folhetim Ganância, produzido pela emissora portuguesa SIC. A repercussão no país europeu foi tamanha que logo seu personagem foi morto na trama para que o ator pudesse protagonizar outra novela do mesmo canal, A Senhora das Águas, escrita por Manuel Arouca.

"Foi uma experiência muito bacana, fiquei um ano em Portugal, então decidi voltar. Mas até hoje tenho portas abertas por lá", garante. 

Aos 51 anos, Oscar não tem a vaidade abalada pela idade. Mas considera extremamente importante para sua carreira artística cuidar da própria aparência. E como, além de ator, é formado em Educação Física, essa preocupação com o corpo se revela na prática de esportes e exercícios. Para manter a forma, ele faz diversas atividades, entre elas Muay Thai, ginástica, corrida e alongamento.


"Eu cuido do meu corpo porque o considero um instrumento de trabalho. Sem contar que, mesmo com a minha idade, a molecada de 25 ou 30 anos não consegue acompanhar o meu ritmo", conclui.

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