Otaviano Costa diz estar mostrando o seu lado sério, em Salve Jorge

Sempre com sorriso no rosto e jeito bem-humorado, Otaviano Costa acabou trilhando uma carreira artística mais voltada para a comédia. Logo em sua estreia na tevê, em 1990, integrou o elenco de Escolinha do Golias, exibido pelo SBT. Seus últimos trabalhos em novelas também foram engraçados. Em Caras & Bocas, de 2009, fez o baiano Adenor. E em Morde & Assopra, de 2011, interpretou o pilantra Élcio que se travestia de Elaine. Por isso mesmo, o ator estava com vontade de encarnar um tipo completamente diferente do que fez nos ltimos anos. E a oportunidade de viver o advogado Haroldo, em Salve Jorge, veio bem a calhar.

"O mais legal é que as pessoas estão vendo um lado meu que fazia tempo que não viam. Um lado sério, um trabalho naturalista", aponta.

Para traçar o perfil do personagem, Otaviano contou com algumas palavras-chave de Gloria Perez. Antes do início das gravações, a autora revelou que Haroldo era leve, alegre e galanteador. Nada muito além disso. O que o ator encarou como uma maneira instigante de realizar o trabalho.

"A Gloria prefere desenvolver os personagens a partir de um ponto zero, não nos fornece tantos subsídios. É desafiador, por um lado, e difícil, por outro, porque você cria a psicologia do papel a partir da escrita", explica ele, que costuma usar a intuição para compor os personagens que interpreta.

Otaviano também foi a campo ver de perto o dia a dia de escritórios de advocacia e aproveitou elementos de um advogado que conheceu.

"Gosto de me apropriar de personalidades verdadeiras, não de trabalhos compostos por outro ator", ressalta.

Outro personagem distante do humor importante na carreira do ator foi Bruno Molinaro, de Amor e Intrigas, exibida pela Record em 2007. Era um vilão que, de tão mau, chegava a bater nos próprios pais. Na época, fazia 12 anos que Otaviano estava longe da interpretação.

"Meu lado apresentador ficou muito tempo no ar. Agradeço muito ao Luiz Antônio Rocha, que me colocou nessa novela e olhou para mim com outros olhos, lembrou do meu lado ator", frisa.

Aliás, foi o mesmo produtor de elenco, agora trabalhando na Globo, que convidou Otaviano para Salve Jorge.

"Não sabia como era o personagem direito, mas ele falou que não ia ser nada do universo cômico. Eu já tinha conversado sobre querer uma coisa diferenciada", recorda.

Com uma carreira extensa na apresentação de programas de tevê, Otaviano mata um pouco a saudade dessa sua outra faceta quando trabalha como apresentador em eventos corporativos.

"São arenas com 2500 pessoas e eu comandando. Isso me alimenta muito, me acalma", diz.

Desde a infância, nas reuniões familiares, ele já demonstrava que levava jeito para comunicador. Na adolescência, chegou a ser presidente de grêmio estudantil. Aos 15 anos, começou a trabalhar em rádio e, aos 16, entrou na televisão.

"Não planejei, foi acontecendo. Paralelo a isso, fui fazendo cursos e ganhando bojo para enfrentar a vida", revela.

"Mas tenho absoluta fé que tudo que me levou a chegar onde estou hoje foi baseado no indício de que amo o que faço, espero ser bom no que faço e acho que estou no caminho certo", acrescenta.

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