Pacto Brutal: “Dani não aguentava mais, esse cara dando pressão nela”, afirma Raul Gazolla
Por Redação - 22/07/22 às 07:30 - Última Atualização: 28 julho 2022
(Alerta Spoiler)
A HBO Max disponibilizou em seu catálogo a série documental “Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez” e a receptividade do público foi imensa. Com direção de Tatiana Issa e Guto Barra, que também assina o roteiro, a produção Max Original de cinco episódios reconstitui com detalhes os fatos e o julgamento do caso que impactou o Brasil no início dos anos 90.
Em 1992, a atriz e bailarina Daniella Perez foi assassinada por Guilherme de Pádua e sua esposa, Paula Thomaz, em um crime cruelmente premeditado. A morte prematura da jovem de 22 anos mexeu com o País. O assassinato da Daniella, filha da autora e produtora brasileira, ganhadora do Emmy Internacional, Gloria Perez, ganhou notoriedade e ocupou as primeiras páginas dos jornais nacionais por anos.
Conforme OFuxico contou, o primeiro episódio, chamado “A Noite que Nunca Acabou” e faz uma reconstituição do dia da morte de Daniella. Já no segundo, que recebeu o título de “Os Assassinos”, os telespectadores conseguem ter dimensão a respeito da prisão de Guilherme de Pádua e que depois acabou sendo solto pela Justiça, além de depoimentos de amigos e familiares sobre como era Daniella Perez nos bastidores.
“Ela foi uma das maiores paixões que eu já tive na minha vida. A nossa vida era uma festa…o carinho um pelo outro…A gente tinha o plano de ter um filho. Não deu tempo, infelizmente”, chegou a afirmar Raul Gazolla.
DEPOIMENTO NA DELEGACIA
Na delegacia, Guilherme de Pádua deu um depoimento de mais de dez horas. Cidade Oliveira, ex-delegado da 16ª DP que investigou o caso, contou: “Eu falei para ele: ‘Guilherme isso aqui não é estúdio de TV não. Isso aqui é uma delegacia de polícia. Você não vai dar uma de ator para cima de mim, que você não vai conseguir.”
Na época, ele negou a autoria do crime, mas o delegado chegou a dizer que não existiam mais dúvidas.
“A coisa foi planejada”, continuou Cidade. Mais tarde, Pádua chegou a confessar o crime. Ele confessou que deu as tesouradas no peito de Daniella e afirmou que a vítima tinha algum interesse sexual nele.
Paulo Freitas, advogado assistente de acusação do caso disse: “Ele cria uma versão fantasiosa, de que ela era uma louca perigosa, a vítima, que estivesse o assediando e que ele que amava a mulher a rejeitava. Então, ela num desatino o levou ao local do crime e partiu para cima dele com uma tesoura para matá-lo. E ele diz que tirou a tesoura das mãos dela e se defendeu.”
NA CADEIA
Fábio Assunção revelou que, no dia seguinte à prisão de Guilherme, foi até a delegacia e entrou na cela: “Eu estava incrédulo. Tinham duas camas de solteiro. Eu sentei em uma e ele olhou para mim e falou: ‘Eu acabei com a minha vida’. Olha que coisa egóica. Ele matou uma pessoa, mas ele achou que acabou com a vida dele.”
José Muiños Piñeiro Filho, promotor do caso, chegou a dizer que Guilherme, em um determinado momento de seu depoimento, quis mostrar uma tatuagem que tinha no pênis com o nome da mulher, Paula Thomaz, que estava grávida de quatro meses.
“Ele quis se apresentar nesse primeiro momento como aquele homem heroico, que estava se sacrificando pela mulher que estava grávida, com quem ele vivia muito bem a ponto de se tatuar com o nome dela. Ele se ofereceu para mostrar o pênis dele, porque tinha uma tatuagem, numa declaração de amor à mulher”, revelou.
Mais tarde, as investigações mostraram que Paula Thomaz também estava envolvida no crime. Dias depois, Guilherme foi solto e iria responder à Justiça em liberdade, mas a decisão foi revogada e ele se apresentou na delegacia novamente. Já Paula foi internada em uma clínica.
O segundo episódio mostra ainda Gloria Perez lamentando a forma como algumas revistas publicaram a notícia, na época: “O crime virou uma continuidade da novela. Não era Daniella Perez que tinha sido morta, era Yasmin. Não era Guilherme de Pádua o assassino, era Bira. Você acaba dando margem para que o público faça todas as fantasias. As pessoas viam ele tentando chegar perto dela toda hora, tentando ter vantagens. Ele era insistente”, contou Gloria Perez.
Raul Gazolla completou: “Nunca passou pela minha cabeça que a Dani tinha algo com esse cara. Eu via como ela recebia as mensagens na secretária eletrônica. Ela não aguenta mais, esse cara dando pressão nela. Este covarde.”
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