Pacto Brutal: “Daniella Perez foi vítima de ritual macabro”, diz desembargador

Por - 28/07/22 às 16:44

Guilherme de PaduaReprodução/HBO Max

A HBO Max divulgou, na tarde desta quinta-feira, 28 de julho, os três últimos episódios da série documental “Pacto Brutal – O Assassinato de Daniella Perez”. Com direção de Tatiana Issa e Guto Barra, que também assina o roteiro, a produção Max Original de cinco episódios reconstitui com detalhes os fatos e o julgamento do caso que impactou o Brasil no início dos anos 1990.

Em 1992, a atriz e bailarina Daniella Perez foi assassinada por Guilherme de Pádua e sua esposa, Paula Thomaz, em um crime cruelmente premeditado. A morte prematura da jovem de 22 anos mexeu com o País. O assassinato da Daniella, filha da autora e produtora brasileira, ganhadora do Emmy Internacional, Gloria Perez, ganhou notoriedade e ocupou as primeiras páginas dos jornais nacionais por anos.

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O terceiro episódio recebe o nome de “Mãe Investigadora” e traz Gloria Perez lutando por Justiça e para que o caso fosse investigado a fundo. A autora esteve em programas de TV e pediu 1 milhão de assinaturas para tentar mudar a lei de crimes contra a vida e a história do País. Um fato curioso é que na época da investigação, o ator Eri Johnson, que estava muito abalado com a morte da amiga, Daniella Perez, recebeu uma ligação anônima de uma mulher informando que quem tinha assassinado a filha de Gloria Perez seria Paula Thomaz.

“É verdade. Eu enviei isto para a Gloria”, conta Eri no documentário. A autora também recebeu ligação anônima e começou uma verdadeira luta para elucidar o crime.

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Ainda no mesmo episódio, Gloria revela que a chegada de Guilherme de Pádua ao elenco da trama, foi algo de ‘destino’. “O papel do Bira era para ser do Alexandre Frota”, lembrou Gloria. Porém, na época, Frota já estava escalado para outro folhetim.

DE ONDE VIERAM?

O quarto episódio recebe o nome de “De Onde Vieram” e mostra um pouco sobre as personalidades dos assassinos. Na 16ª DP, que investigou o caso, Guilherme foi interrogado e, em um primeiro momento, se mostrou apaixonado e protegendo a mulher, Paula Thomaz, que na época estava grávida. Mais tarde, no tribunal, os dois chegaram a se acusar, ao longo do processo.

A psiquiatra e escritora Ana Beatriz Barbosa chega a falar sobre os traços de Pádua: “Um estudo do caso você vê no Guilherme todas as características de um psicopata. Certos crimes somente um psicopata é capaz de fazer.”

“O Guilherme era muito over, ele falava algumas coisas que todo mundo se olhava tentando entender”, disse Maurício Mattar.

Já Paula Thomaz é mostrada no documentário como uma mulher ciumenta e barraqueira.

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RITUAL MACABRO

Gloria Perez ainda comenta sobre a relação dos assassinos: “A situação dos dois é uma ligação completamente ritualística. Ela começa numa tatuagem nas partes íntimas e ela se sacramenta em um assassinato a dois. É muito ritualístico”. Guilherme tatuou o nome de Paula em seu pênis e Paula tinha tatuado o nome dele na virilha e em meio de duas semanas eles cometeram o crime.

O desembargador José Filho e promotor do caso Daniella Perez afirmou: “A vítima foi sacrificada. Houve um ritual. Não estou dizendo magia negra, é ritual. Foi premeditado. Tinha uma razão de ser. Cada um com sua psicopatia.Foram 12 golpes no coração.”

O advogado Paulo Freitas completou: “Durante a investigação apareceram inúmeras evidências de que havia um ritual. Primeiro surgiram provas de que ela e ele tinham certos hábitos ritualísticos vinculados a algum tipo de exotismo religioso.”

Maurício Mattar comenta ainda que chegou a ver Guilherme venerando uma imagem no camarim: “Fiquei com aquilo, pelo comportamento.”

A série diz ainda que o local onde o corpo da atriz foi encontrado também tinha sinais de ritual que chamaram a atenção das autoridades. Era a última noite de lua cheia daquele ano. Uma mecha de cabelo da atriz foi cortada e um objeto pessoal chegou a sumir, era uma aliança.

“O túmulo também sofria ataques, tentavam abrir a lápide. Toda semana era alguma coisa”, relembrou Gloria. A família decidiu fazer uma exumação e mudar o local do sepultamento.

“O caixão estava com uma coloração diferente. Eu me assustei e pedi para abrirem. Quando eu a vi, me atirei em sua direção e chorei”, disse a autora.

A série ainda traz detalhes dos dias de prisão de Guilherme e Paula. Ele chegava a receber cartas de homens e mulheres que chegavam até a o pedir em casamento. O livro escrito por Guilherme também é mencionado no documentário. Nele, Pádua dá sua versão do crime.

O quinto episódio chamado “Justiça” mostrou detalhes do julgamento dos assassinos e de como os dois conseguiram a liberdade por bom comportamento.

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