Paloma Bernardi: “Toda mulher tem um lado sensual”

Por - 24/11/12 às 08:00

Ag.News

Quando soube que interpretaria a prostituta Rosângela, de Salve Jorge, Paloma Bernardi começou a estudar o universo do tráfico internacional de mulheres. Além de frequentar as palestras sobre o assunto oferecidas pela Globo, leu o livro O Ano em que Trafiquei Mulheres, do escritor Antonio Salas, e conversou com garotas de programa.

"Esse laboratório foi muito forte e me deu bagagem para viver a personagem. Dá vontade de levantar mesmo a bandeira e alertar as mulheres sobre esse perigo porque é muito triste", opina. 

Na trama, Rosângela vai para a Europa achando que trabalhará como modelo, mas acaba sendo trancafiada e obrigada a se prostituir. Depois de perceber as dificuldades de conseguir fugir dessa vida por causa dos violentos capangas, que sempre estão por perto, ela decide se aliar aos traficantes. Com isso, tem incorporado, cada vez mais, um tom egoísta e ares de vilã.

"Ela arranja meios próprios para sobreviver. A Rosângela começa a usar a sensualidade e a ser fofoqueira para se aliar aos que estão no comando e ter uma situação melhor ali", conta. 

Este é o terceiro trabalho de Paloma na Globo. Antes, fez Viver a Vida, de 2009, e Insensato Coração, de 2011. Também passou pelo SBT e pela Record, mas tem um carinho especial pela atual emissora.

"Com certeza, entrar na Globo é ganhar um voto de confiança e estar em uma vitrine", avalia a atriz, que admite que está trabalhando onde sempre quis.

"Sonhava em estar nas novelas da Globo e é muito bom chegar até aqui. Mas não sou nenhuma Fernanda Montenegro. Tenho um longo caminho a percorrer", emociona-se.    

O Fuxico: Você já interpretou muitas mocinhas na tevê. Como é encarar agora uma vilã?

Paloma Bernardi: A grande vilã é a Lívia, da Claudia Raia. A Rosângela tem pitadas de vilania. Mas já estou muito feliz com isso porque dentro da televisão só tive oportunidade de fazer personagens boazinhas, ingênuas, puras, virgens e amigas. Então foi maravilhoso que a Glória Perez (autora) e o Marcos Shechtman (diretor de ncleo) tenham olhado para mim e visto que posso fazer coisas diferentes. Independentemente de ser um papel que vá ter mais destaque ou não, já é uma oportunidade enorme porque nenhuma cena que eu tenho é leve. As sequências sempre têm um mistério, uma pulga atrás da orelha, uma emoção forte. Trabalhar com essas nuances é muito instigante.  

OF – Já teve medo de ficar marcada como uma atriz que só interpreta o perfil de boa moça?

PB:  Nunca. Acho que tudo tem o seu tempo, tem a sua hora. Eu agradeço muito aos autores que me deram a oportunidade de estar aqui na televisão mostrando a minha "carinha", como o Maneco e o Gilberto Braga. As mocinhas me abriram portas e, com o tempo, espero ir conquistando papéis cada vez mais diferentes. 

OF: Além de ter um certo desvio de caráter, a Rosângela é uma personagem muito sensual. Como é explorar isso na tevê? 

PB: Eu estou muito à vontade e tranquila. Principalmente por causa da produção e da direção da novela, que quer mostrar a realidade sem pudor, mas sem expor de forma desnecessária. Além disso, a sensualidade é uma coisa que eu sempre tive. Toda mulher tem um lado sensual. Eu sou quando preciso e aqui nesse trabalho acho importante ser. 

OF: Já pensou em desistir da carreira por causa das dificuldades e negativas?

PB: Nunca pensei em desistir, mas a tristeza sempre bate. É muito difícil você receber um não. Eu venho fazendo testes para cinema, mas, às vezes, não é o meu perfil, às vezes, é porque não combina com os atores que vão fazer a família ou algo assim. São detalhezinhos que fazem você não fazer aquele trabalho. Eu sofro, passo o dia chorando e pensando no quanto me dediquei. Mas eu entendo que faz parte e que os "nãos" são importantes para o meu crescimento. O que é para ser meu está reservado.

Paloma Bernardi assiste show sentada no colo de Thiago Martins

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