Para Lilia Cabral Saramandaia tem o que todos gostaríam: “voar, criar raízes, ser eterno”

Por - 29/06/13 às 10:25

Luiza Dantas/Carta Z Notícias

Emendar trabalhos na televisão não é um problema para Lilia Cabral. Com mais de trinta anos de carreira artística, ela ainda sente a necessidade de estar constantemente envolvida em um novo projeto. Atualmente no ar na pele da apaixonada Vitória Vilar no remake de Saramandaia, a atriz acredita que se entregar com uma certa frequência a diferentes personagens faz parte de seu ofício. Prova disso é sua própria trajetória. Desde que estreou na tevê, na novela Os Adolescentes, exibida pela Band em 1981, Lilia segue sem grandes intervalos entre as produções em que atua.

"Eu acho que um ano fora do ar já é muita coisa. Dá para descansar muito", argumenta.

A grande variedade de convites para dar vida a personagens interessantes é uma das razões pela qual a atriz se diz motivada a participar de diversas produções seguidas. Nos últimos 10 anos, por exemplo, Lilia alternou trabalhos bem-humorados com dramas que chamaram a atenção do público. Interpretou desde a socialite mau-caráter que foge com o circo, em Chocolate Com Pimenta, até a dona de casa que sofre com os ataques violentos do marido em A Favorita. E mesmo creditando o sucesso à sorte de ser chamada para os papéis certos, ela confessa que avalia a história de cada um deles antes de aceitar integrar o elenco de uma produção.

Para Lilia Cabral Saramandaia tem o que todos gostaríam: "Na verdade, eu aceito participar de uma novela tanto pelo personagem quanto pela trama como um todo", explica.

Na adaptação de Saramandaia, assinada por Ricardo Linhares, Lilia dá vida à empresária Vitória. Anos depois de ter se afastado de Bole-Bole, ela retorna para acompanhar os preparativos do casamento de sua filha Zélia, interpretada por Leandra Leal. Recém-viúva, a personagem vê uma antiga paixão se reacender. E acaba se envolvendo novamente com o corrupto Zico Rosado, de José Mayer.

"Na trama, ela volta a se apaixonar e acredita em uma redenção para o seu amado. É como uma adolescente", analisa.

A parceria com José Mayer na tevê, inclusive, é de longa data. Com o remake, os dois já contabilizam cinco produções em que fizeram par romântico. Entre elas, Tieta, exibida em 1989, História de Amor, de 1995 e Fina Estampa, último trabalho da dupla. Mas, dessa vez, a dinâmica do casal será diferente. Enquanto nos folhetins anteriores as personagens de Lilia não tinham seu amor correspondido pelos garanhões vividos pelo ator, agora os papéis embarcam em uma paixão recíproca.

"O nosso grande desafio é fazer o público esquecer que já fizemos par romântico outras vezes e enxergar apenas o nossos personagens atuais", acredita.

O traço de realismo fantástico da obra, originalmente escrita por Dias Gomes, foi essencial na hora da atriz aceitar participar de seu remake. Lilia se diz encantada com os personagens exóticos da trama e acredita que esse é um trabalho diferenciado em sua carreira. Tanto pela parte estética, que puxa para um olhar cinematográfico, quanto pela história lúdica da novela.

"É incrível interpretar essa fantasia com tanta naturalidade. As pessoas perguntam o que é Saramandaia, eu digo que é o sonho de todo brasileiro. Poder voar, criar raízes, ser eterno… É o que as pessoas gostariam de ser", define.

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