Para Marcela Muniz, novela com personagem popular é sucesso garantido

Por - 22/09/13 às 16:11

Luiza Dantas /Carta Z Notícias

É pelo retorno do espectador que a maioria dos atores percebe o impacto de seu trabalho. Por isso mesmo, Marcela Muniz deixa claro que prefere interpretar papéis que criem uma identificação evidente com o grande público. Caso dos tipos mais populares, como a mãe de família Geni de Dona Xepa, novela que se encerra esta semana, na Record. Depois de uma carreira de 33 anos dedicados principalmente à televisão e ao teatro, a atriz assume que se sente confortável encarnando mulheres das alas economicamente menos favorecidas dos folhetins.

"Qualquer novela com personagens populares faz mais sucesso. O subúrbio é artisticamente mais interessante do que as mansões e prédios de luxo", teoriza, deixando claro que, ao mesmo tempo, essa é uma das características que dificulta o trabalho do ator.

"Exige mais cuidado para não ridicularizar. Porém, traz mais prazer também", justifica.

Na história, adaptada por Gustavo Reiz, Geni é uma dona de casa que criou sozinha a filha Yasmin, vivida por Pérola Faria. Como alguns de seus momentos de lazer se dão na gafieira da vila onde mora, Marcela iniciou a preparação para interpretar a personagem com aulas de dança de salão. Uma atividade que não chegou a ser complicada, já que a atriz faz balé desde pequena.

"Balé clássico é a base de qualquer dança. Mas fiz 10 aulas, cinco delas com o próprio Alexandre Barillari", conta, referindo-se ao intérprete do conturbado Robério, seu parceiro "pé de valsa". 

A parceria com Barillari, inclusive, possibilitou uma nova aproximação entre Marcela e a comédia. A atriz entrega que, atualmente, esse é o gênero que mais lhe interessa. Isso depois que, em 2005, viveu a italiana Gênova em Os Ricos Também Choram, escrita por Gustavo Reiz e Aimar Labaki e exibida pelo SBT. Quando foi escalada para o papel, Marcela se questionava como entraria tão fundo no humor, algo que até então não tinha feito.

"Deu muito certo. Tanto que a emissora chegou a cogitar criar uma série com minha personagem e o papel do Nicola Siri, que fazia meu par na história", lembra. 

Aos 46 anos de idade, um dos pontos que também considera positivo ao se despedir de Dona Xepa é ter experimentado explorar mais sua sensualidade na televisão. A atriz já tinha feito algumas sequências, em outros trabalhos, que mostravam seu corpo. Mas nunca com um figurino que, em todas as cenas, valorizasse suas formas.

"É uma situação nova. Optei por constituir família e me dividi entre filhos e trabalho. Acho que poucas pessoas me enxergariam como uma mulher que poderia viver um tipo sensual", avalia Marcela, que já se acostumou a viver papéis mais novos que ela e clareou o cabelo para a atual personagem.

Mesmo aparentando menos idade, Marcela garante que é justamente a possibilidade de experimentar tipos mais maduros sua atual motivação artística.

"Lido muito bem com a passagem do tempo. Até pensei em emagrecer um pouco para 'Dona Xepa', mas não para parecer jovem. Desejo papéis da minha faixa etária também", avisa.

Enquanto não surge um novo trabalho na televisão, a atriz pretende se dedicar ao teatro e, principalmente, ao curso de Gastronomia. Já até pediu um estágio ao "chef" Claude Troigross.

"Nunca pensei em deixar de atuar, mas pretendo conciliar as duas carreiras daqui para frente", avisa.

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