Passione: História
Por Redação - 12/05/10 às 10:01
Com estreia em 17 de maio, Passione é a nova novela das oito da TV Globo. A trama é ambientada em dois universos: na moderna e movimentada São Paulo e na Itália.
Escrita por Silvio de Abreu, com direção de núcleo de Denise Saraceni e direção-geral de Carlos Araújo e Luiz Henrique Rios, a história é cercada por emoção, mistério, ação e romance.
Paisagens deslumbrantes, que revelam histórias e paixões também recheiam Passsione. Pela terra, pela família, por outra pessoa, por um ideal, pelo dinheiro e por si mesmo. Há também paixões que nascem do mais puro e sincero amor, mas que não deixam de esconder segredos – que, revelados ou não, podem afetar a vida de diversas pessoas.
“Essa novela é uma junção de drama, comédia e suspense, gêneros que me interessam muito como autor. Ela não tem um mote. Eu diria que é uma trama envolvente porque tem um segredo que é revelado e que motiva uma grande história de amor e enganos”, revela o autor.
A saga de Bete e Eugênio
Elizabete (Fernanda Montenegro), quando conheceu Eugênio (Mauro Mendonça), estava envolvida com outro homem, de quem ficou grávida e por quem foi abandonada. Eugênio, porém, era louco por ela e aceitou se casar com Bete, mesmo sabendo que ela gerava o filho de outro. Casaram-se antes que a barriga denunciasse seu estado, contra a vontade de Brígida (Cleyde Yáconis) e Antero (Leonardo Villar), pais de Eugênio, que jamais suportaram a nora. Depois de casados, revelaram a gravidez e ele mentiu para todos sobre a paternidade da criança. Foi um gesto de extrema delicadeza e uma prova incontestável do amor que sentia por ela. Por isso, Bete, além da admiração, começou a ver o parceiro com mais carinho e acabou amando-o de verdade. Infelizmente, a criança, um menino, nasceu morta e foi enterrada no túmulo da família de Eugênio. Não se sabe se por causa da decepção com a perda do primeiro filho ou por algum problema físico, Elizabete só conseguiu engravidar anos depois.
Eugênio casou-se com Elizabete quando tinha apenas uma fabriqueta e, ao lado dela, com seu positivismo, incentivo e cooperação, a Metalúrgica Gouveia se transformou em uma potência. Seu principal produto é a Magrela, a bicicleta popular mais vendida no Brasil, e também uma linha de bikes mais sofisticada, a Skinny, que figura com orgulho entre as melhores do mundo em seus vários modelos, tamanhos e cores. A empresa, hoje, além de bater de longe seus concorrentes, produz também uma linha fitness, que domina o mercado. Foi Bete que, com grande faro comercial, colocou as bicicletas na mídia, fazendo todo jovem querer uma Magrela. Foi ela também quem insistiu para que entrassem no segmento fitness e aconselhou a adoção do nome Skinny, em busca de um público que corria para as bikes importadas. Porém, com o nascimento de Saulo (Werner Schunemann), muito a contragosto, ela abandonou os negócios e passou a se dedicar unicamente à família. Então, vieram Gerson (Marcello Antony) e Melina (Mayana Moura).
Saulo, Gerson e Melina foram criados como a maioria dos filhos de uma família de classe alta. Tiveram todos os seus desejos e caprichos atendidos e aprenderam muito pouco sobre responsabilidade. Estudaram nos melhores colégios e cursaram as faculdades que quiseram.
Toda família tem seus segredos…
Bete e Eugênio trabalharam, cresceram e criaram os filhos juntos e se amam e se respeitam mutuamente até hoje. Um dia, ao chegarem de um passeio no parque, Bete avisa à enfermeira particular Clara que Eugênio passou mal durante os exercícios. Eficiente e dócil, Clara faz Eugênio repousar pelo resto do dia. Ele, porém, volta a sentir uma pontada no coração e desaba. Bete, com a ajuda de Clara, chama o médico da família e o empresário, percebendo que não tem muito tempo de vida e com os olhos cheios de arrependimento, resolve que é hora de confessar um segredo que guardou por 55 anos e que, depois daquele dia, mudaria completamente a vida de Bete.
Era quase impossível para Bete acreditar no que Eugênio balbuciava em sua agonia. Seu primeiro filho não tinha morrido? Está vivendo na Itália? Onde? Quem tinha levado a criança? Como está esse filho agora? Casado? Com filhos e netos?
Eugênio implorou pelo perdão da esposa e explicou que não suportou a ideia de criar um filho dela com outro homem. Revelou ainda que o menino havia sido entregue a um casal de empregados italianos que trabalhara para eles, os quais, por uma boa quantia em dinheiro, aceitaram criá-lo na Itália, para onde queriam voltar. E, antes de dar seu último suspiro, assegurou que o futuro do filho dela estava garantido e que havia providenciado tudo para que nada faltasse a ele e a sua família.
Procurando no cofre particular do marido morto, encontrou documentos que esclareciam o que ele havia dito sobre o futuro garantido do filho de Bete. Certamente corroído pelo remorso de seu ato covarde, Eugênio recompensou o bastardo financeiramente. Em seu testamento lia-se que Antonio Mattoli (Tony Ramos), residente em Laurenza-in-Chianti, cidade da Toscana, Itália, deveria receber como herança 50% do patrimônio de Eugênio, o que incluía uma enorme porcentagem de ações da Metalúrgica. Tudo escrito e registrado em cartório, portanto, incontestável e absolutamente legal.
Bete se depara com mais um problema: quem seria a pessoa mais indicada para suceder Eugênio na presidência da Metalúrgica Gouveia?
Como a única pessoa que sabia do assunto era Clara, era com ela que Bete desabafava. Primeiro pensou em conseguir o telefone do filho, mas concluiu que o assunto era delicado demais para ser tratado à distância. Escrever também não lhe pareceu uma boa ideia. Sabia que era inevitável um encontro e ansiava ficar cara a cara com o filho desaparecido, que talvez nem tivesse conhecimento de sua existência. Também não poderia viajar antes da missa de sétimo dia sem levantar suspeita. Conhecia a sua família e temia abordar o assunto de maneira errada, pondo a perder um futuro entrosamento entre o filho que não conheceu e os que criou – ainda mais depois que Eugênio privilegiou o bastardo no testamento. Vulnerável, a matriarca aceitou a sugestão, voltou a pedir que ela mantivesse o segredo e as duas renovaram o pacto.
A enfermeira e o golpista
Foi quando o coração de Eugênio começou a fraquejar e ele foi internado às pressas no hospital pela primeira vez que Clara entrou na vida dos Gouveia. O médico aconselhou a família a contratar uma enfermeira para acompanhar o empresário e, no dia seguinte, ela se apresentou com um excelente currículo. Bete ligou para as pessoas que assinavam as cartas de recomendação e obteve ótimas referências. Depois de instalada na casa, Clara conquistou a todos. Porém, a verdadeira Clara é ambiciosa e faz um par ideal com Fred (Reynaldo Gianecchini), que compartilha da mesma característica. Os dois se conhecem desde criança: filhos de famílias vizinhas no Tatuapé, cresceram, cada um seguiu seu rumo, voltaram a se encontrar adolescentes em uma balada e nunca mais se separaram.
Assim, quando Clara contou a seu parceiro sobre a confissão que Eugênio fez antes de morrer, traçaram um plano na hora.
Fred devia ter mais ou menos 10 anos quando seu pai, operário da Metalúrgica Gouveia, sofreu um acidente na prensa da oficina, ficando sem uma das mãos. Quando foi exigir seus direitos, os advogados da fábrica conseguiram ludibriá-lo e, lesado e humilhado pela empresa, ficou sem sua indenização e acabou se suicidando. As últimas palavras que Fred ouviu de seu pai ainda repercutiam em sua mente: “O mundo é podre, meu filho. Nunca confie em ninguém e tire da vida, a qualquer custo, tudo o que ela não quiser te dar…”.
Quando Fred fica sabendo sobre o tal herdeiro desaparecido que vê sua grande chance de entrar na Metalúrgica pela porta da frente e tirar da família Gouveia muito mais do que o dinheiro que Eugênio deixou de dar a seu pai. Enxerga aí a oportunidade de fazer com que paguem por sua infância pobre e sem pai, por ter carregado muita caixa no mercado onde trabalha sua mãe Candê (Vera Holtz) e por não ter conseguido nada na vida a não ser acumular ódio e ressentimento.
O filho perdido
As informações que Bete conseguiu sobre o filho perdido estavam corretas. Realmente ele foi levado pelo casal Mattoli para Laurenza-in-Chianti, na Itália, em terras da Toscana. O que ela não sabe ainda é que lá ele cresceu, casou-se, ficou viúvo e é pai de quatro filhos – Adamo (Germano Pereira), Agostina (Leandra Leal), Agnello (Daniel de Oliveira) e Alfredo (Miguel Roncato). Antonio Mattoli (Tony Ramos), ou Totó, como é mais conhecido, é um homem do campo, um típico “contadino”, com coração e alma de italiano. Junto com sua irmã de criação, Gemma (Aracy Balabanian), comanda com braço de ferro a família. É um homem simples e muito popular na sua cidade: simpático, falastrão, contador de histórias, de sangue quente, dramático, vital e feliz. Ficou viúvo no nascimento de seu filho mais novo, Alfredo (Miguel Roncato), e, se não fosse seu anjo da guarda Gemma, não teria conseguido sobreviver à morte da esposa e nem terminado de criar os filhos.
A dinastia do lixo
Olavo da Silva (Francisco Cuoco) hoje está bem mais calmo, mas já foi o que se pode chamar de um verdadeiro garanhão. Teve todas as mulheres que quis e todas que quiseram estar com ele também. Com o passar dos anos, um pouco mais sossegado, ele casou-se, enviuvou e casou-se novamente com Clotilde, ou Clô (Irene Ravache), como gosta de ser chamada. Uma mulher um pouco mais nova do que ele, bonitona, vaidosíssima, bem cuidada e que de boba não tem nada. Como nenhuma outra que passou pela vida dele, sabe levá-lo para onde quer e ele, encantado, faz por ela o que nunca fez por mulher alguma. O segredo de Clô está entre as quatro paredes do quarto deles e ninguém, até hoje, conseguiu saber qual é.
Olavo também é um homem de visão e de sucesso. Depois de ter tentado vários negócios, acabou se interessando pela reciclagem do lixo. Estudou, pesquisou, se dedicou e hoje é milionário graças a todas as técnicas de preservação ambiental que introduziu no país. Sua empresa tem inúmeros depósitos de detritos recicláveis por todo o Brasil e já exporta tecnologia para o mundo. Por sua atividade e pelo sucesso que obteve, a imprensa costuma se referir a ele como o ‘rei do lixo’, o que deixa Clô irritadíssima. Ela quer tudo na vida, menos ser chamada de ‘rainha do lixo’ quando faz suas compras pela Oscar Freire. Acontece que Jaqueline, ou Jackie (Alexandra Richter), a fiel secretária e eterna apaixonada por Olavo, e que se diz amicíssima e conselheira de Clô para assuntos sociais, é quem passa informações e constrói maldades sobre ela nos jornais.
Como todo bom rei, Olavo tem um herdeiro, ou melhor, herdeira. Enteada de Clô, Jéssica é uma jovem voluntariosa que se apaixonou perdidamente por Berilo, um italiano com quem teve que se casar às pressas porque ficou grávida. A princípio, Olavo foi contra a união, mas teve que acabar aceitando diante das ameaças de Jéssica de fugir com o namorado para a Itália. Mas Berilo, toda vez que a ‘princesa do lixo’ levanta essa possibilidade, faz com que ela desista da ideia, afinal o italiano é nada mais, nada menos, que o “figlio di um cane, disgraziato” que abandonou Agostina, a filha de Totó, na Itália para se dar bem no Brasil.
Olavinho, assim batizado para agradar o avô, é a alegria de Olavo. Já Clô tem horror de que o menino venha a chamá-la de vovó. Outro problema de Clô é Fortunato (Flavio Migliaccio), tio de Olavo, que mora com eles. Apesar de encostado, é abusado e fala o que lhe vem na cabeça. É o carma de Olavo, que prometeu à sua mãe, no leito de morte, sempre cuidar dele. O rei do lixo, apesar de gostar muito de Fortunato, já o teria pelas costas, não fosse o pavor de mandá-lo embora e o fantasma da mãe aparecer para cobrar.
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