Pe Lanza sobre carreira solo: ‘Quero novos públicos’

Muitas pessoas voltaram a ficar completamente enlouquecidas assim que escutaram, há pouco tempo, o mais novo single de Pe Lanza, o primeiro de sua carreira solo e que já está fazendo sucesso, principalmente na internet. 

Em entrevista para OFuxico, o cantor contou, entre outras coisas, que está super contente com a atual fase de sua vida profissional, e deu mais alguns detalhes sobre as mudanças que resolveu fazer em seu visual, agora mais sóbrio, segundo o próprio.

"Sempre usei o que fazia eu me sentir bem, e deixava a opinião das outras pessoas para lá. Nesta nova fase, não tive ninguém me ajudando, nenhum personal stylist, foi algo que aconteceu de maneira super natural. Quis tentar pegar um visual mais sóbrio, mas nem tão monocromático, para que prestassem mais atenção nas canções do que só no visual. A proposta era lançar uma parada mais musical. Hoje, tenho mais liberdade criativa e e de escolha dos meus looks, e tenho andando bem ligado no que a galera de fora, mais alternativa, está usando, tenho isso como base. Não sou muito ligado em moda, tenho um estilo até meio desleixado (risos), sempre uso roupas com as quais me sinto bem, antes eram as calças apertadas, nunca me importei com as pessoas. Tem gente que acha que é melhor eu voltar com meu antigo estilo, e gente que acha mais legal o jeito novo de me vestir. Sempre fui mutável, já tive vários cabelos diferentes, por isso não posso falar que tenho uma única referência, estou sempre em transformação, e isso é muito legal, sempre se reciclar", falou o artista sobre o assunto. 

No último dia 20 de agosto, Pe Lanza lançou, por meio da internet, o videoclipe de seu primeiro single desta nova fase da carreira, Fica Mais Um Pouco, que já ultrapassou a marca de 300 mil visualizações e deixou muita gente bem emocionada, principalmente por ser baseado em uma história real, de Thomas, ex-bateirista da banda Restart, além de ter referências como Cinema Paradiso (filme italiano de 1988) e até campanhas publicitárias de sucesso. 

"Todo mundo se emociona com a música porque ela é real, tanto no clipe quanto na letra, foi inspirada em uma história verdadeira. A mãe do Thomas (ex-bateirista da Restart) tem diabetes, e está sempre monitorando a doença, que acabou desencadeando vários outros problemas. Ela esteve a beira da morte há pouco tempo, e está em uma luta constante pela vida. O Thomas queria fazer uma música para mostrar a gratidão que um filho tem por sua mãe, já que, às vezes, com a correria dos shows e da estrada, não conseguimos aproveitar as pequenas coisas e momentos com quem realmente amamos. Em uma das nossas conversas, o Léo (outro compositor da música) perguntou para o Thomas o que ele iria dizer para a mãe se tivesse apenas mais dez minutos com ela. Abalado, ele respondeu que iria falar que queria que ela ficasse mais um pouco, além de enchê-la de abraços e pedidos de desculpas por não ter agradecido mais suas atitudes, as pequenas coisas. A música é como se fosse uma carta, não deu tempo de falar tudo pessoalmente, quisemos transformar isso em música, e colocamos as primeiras palavras do Thomas no refrão e no título para ficar bem emocionante.  A história é bem forte, e as pessoas se identificaram não só com suas famílias, mas também com histórias parecidas que construíram com seus cachorrinhos, por exemplo. Isso foi bem legal, todo mundo conseguiu se sentir integrante da história, e passamos a mensagem da música com uma imagem plástica e bonita. Fiquei bem satisfeito", contou Pe Lanza para OFuxico, dizendo ainda que a canção deixou até ânimo para a mãe do colega e amigo continuar seu tratamento. 

Além do hit, o músico também está trabalhando na divulgação de seu primeiro EP da carreira solo, que já está disponível no Spotify e conta com três músicas. Entre elas, a canção citada é a que tem o estilo mais diferente, e foi justamente por isso que ele optou por lançá-la primeiro. 

"Escolhi essa música por ser a mais diferente entre as três que estão no meu EP solo. Enquanto as outras duas estão mais ligadas ao pop, essa tem um estilo mais alternativo, folk, vai para outros lados. Também optei por ela para ver como seria a resposta do público com tantas mudanças, e optei pelo EP por ser um meio mais rápido de se consumir. Como sou novo, ainda sem nome, tenho que construir uma nova história passo a passo, tijolo por tijolo. Gravei mesmo para ver a resposta das pessoas, que está sendo bem legal, mesmo com tudo muito diferente do que eles estão acostumados.  Estou regando as sementes para que elas cresçam e a gente colha os frutos delas", afirmou o artista na ocasião, antes de se mostrar otimista com relação aos fãs que já possui, por conta da banda, e ainda pretende conquistar.

"Conquistamos uma legião de fãs com a Restart, mas agora tudo está frio, parado, até pegar fogo de novo demora, tem que ter calma, porém o calor dos fãs mais próximos da banda continuam comigo. Quero conquistar novos públicos, uma nova faixa etária, que goste de um som diferente do que a Restart fazia, e isso tem que acontecer passo a passo. É o que eu digo para todo mundo, é um momento em que tenho que ter muita tranquilidade, saber o lugar onde quero e posso chegar, trilhar o meu próprio caminho. Graças a Deus, os fãs mais fieis viveram com a gente o grupo, e foi tudo inesquecível, tanto para eles quanto para a gente, e isso é muito legal. Os fãs vão nos apoiar em tudo o que fizermos, não só eu como todos os outros integrantes, é um afeto muito grande e quero que isso permaneça por muito tempo. Construímos muitas coisas bacanas, e isso é que é legal da música, ela transporta os artistas por anos, as pessoas que nem lembravam  que eu existia, que pensavam que estava morto, bastou uma faísca para acenderem fogo que estava esquecido. Espero conseguir ainda mais fãs", disse Pe Lanza, deixando claro o tamanho da satisfação e do orgulho que está sentindo por conta das novidades profissionais. 

Mesmo com todas essas transformações, contudo, ele não deixa de lembrar e sentir saudade de tudo que passou ao lado dos colegas da Restart, de quem continua, inclusive, super amigo, além de falar dos parceiros com muito carinho, considerando-os fundamentais para seu amadurecimento, principalmente em relação à fama. 

"Essencial foi saber se por no lugar. Vivi coisas extraordinárias com a banda, ganhamos milhares de prêmios, lembro até hoje do nosso primeiro VMB, ganhamos cinco troféus e, ao mesmo tempo que tínhamos conquistado vários fãs, éramos vaiados por muita gente não gostar, por nosso estilo ir contra o gosto deles. Isso serviu muito para nos deixar com os pés no chão, na hora foi um balde de água fria, claro, mas serviu para mostrar que íamos conquistar nosso lugar. Também me ajudou a saber dos meus limites pessoais, das minhas vontades, desejos, além de ter sido essencial para eu continuar na música. A banda também me fez aprender tudo sobre o mundo artístico, me fez viver do céu ao inferno algumas vezes (risos). Me tornei uma pessoa e um artista mais sólido comigo mesmo, acreditando e sabendo do meu potencial, além de ter a certeza que não serão as críticas que vão me fazer desistir do meu sonho e da minha carreira. Sinto saudade das coisas que vivi com meus ex-companheiros, foi muito bacana. Vivemos o sonho de toda criança, que é ser lembrado, fazer sucesso por 20 anos ou mais, e isso posso dizer que consegui. Marcamos uma geração, fizemos história, e não tem preço que pague isso. Somos super amigos, demos um break porque cada um queria respirar outra coisa, de outra forma. Quando decidimos que o grupo ia parar, eu disse para eles que não tinha outros projetos de vida fora da Restart, e ia precisar acreditar em mim mesmo e criar novas possibilidades caso realmente não desse mais certo. Mas o término foi bem amigável e tranquilo, mesmo porque passamos sete, oito anos dividindo as nossas vidas. Quem sabe, daqui algum tempo, podemos nos reencontrar de novo, ninguém sabe o dia de amanhã", afirmou Pe Lanza sobre tudo o que já passou. 

Ao ser questionado se sente vontade de fazer outra coisa além de cantar, Pe Lanza aproveitou a ocasião para deixar claro que, no momento, está completamente focado em construir sua carreira solo, e que tudo que for consequência disso será lucro. 

"Apresentar já fiz, até junto com a banda, com o programa Estação Teen, e foi uma experiência bem diferente, já que temos que ter o controle do palco e da plateia quando estamos apresentando. Serviu para amadurecermos e aprendermos a lidar com as câmeras e a televisão, principalmente como banda, para onde ir, quando temos que recuar, essas coisas. Foi legal. Não sei se vou ter outra proposta, até poderia topar. Não sei o que vem por aí, estou feliz com a música, as coisas que vierem a parte são lucro. Meu foco agora é nas músicas, em fazer acontecer de novo", finalizou ele. Assista abaixo o vídeo:

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