Pecado Mortal é a primeira aposta dramática de Carlos Lombardi na Record
Por Redação - 23/09/13 às 19:36
Parece que Carlos Lombardi busca dar um novo rumo à sua carreira. Conhecido por suas obras bem-humoradas, o autor estreia, esta semana, na Record, com Pecado Mortal, declarada, por ele próprio, a mais dramática de suas tramas. A vontade de se renovar veio após 32 anos de Globo e um currículo recheado de sucessos de audiência, como Bebê a Bordo, de 1988, Quatro por Quatro, de 1994, e Uga-Uga, de 2000. No entanto, nem todas as suas marcas registradas serão deixadas para trás. O novo folhetim ainda terá um toque de humor e apostará nos descamisados, típicos das novelas do autor.
"Eu vim para a Record à espera de novidades. A nova faixa de horário me permite abordar questões que antes não podia. Nesse novo horário também vou poder ter 'descamisadas', por exemplo", argumenta.
Ambientada no final da década de 1970, Pecado Mortal terá como pano de fundo a disputa territorial entre duas facções criminosas no Rio de Janeiro: a do jogo do bicho, que até então dominava a cidade, e a do tráfico de drogas, que procurava se estabilizar. No posto de grande vilão da trama estará o inescrupuloso bicheiro italiano Michelle Vêneto, vivido por Henrique Guimarães na primeira fase e por Luiz Guilherme na segunda.
Comandante do fictício Morro do Pinguim há 30 anos, ele será surpreendido com a volta de Stella Nolasco, interpretada por Marcela Barrozo primeiro e, depois, por Betty Lago, uma antiga namorada com quem teve dois filhos gêmeos. Mais experiente, Stella retorna com o intuito de recuperar os filhos que foi obrigada a entregar para a família Vêneto. Em contrapartida a toda a criminalidade, a promotora Patrícia, de Simone Spoladore, faz de tudo para instalar a paz na cidade.
"Eu não digo que abandonei completamente a comédia. Em Pecado Mortal, a dose de drama será maior e não haverá um núcleo específico de humor, mas cada personagem terá seus momentos de dor e graça", explica o autor.
Habituada a obras bíblicas, onde tinha a possibilidade de reutilizar certos itens de uma produção para a outra, a Record teve de começar do zero tanto a caracterização quanto a cenografia de Pecado Mortal.
"Quando começamos uma produção, sempre visitamos nosso arquivo. Mas, como a novela se passa em 1977, nós não tínhamos registro de nada", relembra Anderson Souza, diretor de teledramaturgia da emissora. O investimento acabou sendo alto. Com o custo de R$ 500 mil por capítulo, foram construídos para o folhetim 55 cenários e um total de 7 mil m² de cidades cenográficas.
O figurino foi outra grande preocupação da produção da novela. Com calças apertadas, blusas estampadas e muitas cores para todos os lados, as peças características da época prometem se destacar no folhetim.
"Diferentemente de uma novela contemporânea, onde se pode comprar as roupas prontas em qualquer loja, para 'Pecado Mortal',tivemos de criar e produzir 2200 peças inspiradas na década em que se passa a trama", compara a figurinista Carol Li, idealizadora de todo o projeto.
E como não poderia faltar em uma produção de Lombardi, a ação é o fio condutor da trama. Desde lutas corpo a corpo a perseguições policiais, o folhetim traz um ritmo acelerado. As sequências de ação, inclusive, foram um aspecto determinante na hora de Alexandre Avancini escolher as câmaras Arri Alexa para gravar a novela. Comuns no cinema, elas são uma aposta do diretor para imprimir uma linguagem mais ágil em Pecado Mortal.
"As pessoas dizem que sou um diretor que gosta muito de ação. Essa pegada eu conquistei com o Lombardi. Nosso reencontro é uma retomada, algo que foi muito bem arquitetado", acredita o diretor.
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