Pedro Neschling faz texto emocionante sobre filha de um ano

Por - 19/05/18 às 16:00

Reprodução/Instagram/@pedroneschling

Na última sexta-feira (18), a pequena Carolina, filha de Pedro Neschling e Vitória Frate, completou o primeiro aninho e os pais fizeram belíssimas homenagens para a aniversariante do dia. 

O casal abriu o coração sobre as dificuldades que enfrentaram com a paternidade e a gestação e os texos emocionaram os internautas. 

Confira as homenagens completas:

Pedro Neschling: "Um ano atrás. Parto normal induzido. Foi tão lindo quanto violento. Tivemos o privilégio de contar com uma equipe médica da maior competência do mundo liderada pelo Doutor Mario de Barrosque garantiu que a Vitória tivesse a experiência que sonhava. Não sei até agora como ela aguentou. E quando aquela bichinha saiu com a cabeça toda amassada berrando roxa pelo meio de suas pernas, rolou um negócio que nunca tinha sentido antes. Não era o tal “amor que não existe igual” que muita gente fala. Nada disso. Foi um lance mais esquisito mesmo. Parecia que tava tudo rodando, piscando em câmera lenta. Fiquei com medo de me aproximar. Sem perceber direito o que estava fazendo, cortei o cordão umbilical tremendo e quando me entregaram a Carolina no colo eu só rezava para não deixar ela cair e pensava que precisava dar meu jeito de mantê-la viva. Durante os primeiros quinze dias, Carolina chorou sem parar. E por “sem parar” eu quero dizer s e m p a r a r mesmo. Vitória teve baixa produção de leite e era dia e noite com aquele pacotinho no colo, dançando e ninando, tentando fazer alguma mágica que deixasse ela calma, quem sabe dormisse um pouco. Eu me perguntava o que tinha arrumado pra minha vida. Pensava que estava tudo tranquilo antes, por que cargas d’água a gente foi inventar de ter neném. Sonhava com um dia em que ia conseguir me sentar com ela no colo e ficar parado por trinta segundos, quinze que fossem, sem ela voltar a chorar. Começou então a batalha da translactação. De novo, não sei como a Vitória aguentou. Era o dia inteiro com um saco de sondas pra cima e pra baixo, esquentando e esfriando fórmula, tentando deixar na temperatura correta. Claro que não precisa ser tão complicado, mas em nossa inexperiência dificultamos muito e um pouquinho mais. A exaustão era profunda. Impossível trabalhar, fazer qualquer outra coisa. A gente vivia para cuidar da nossa bebê e descansar nas brechas que fossem possíveis. Eu podia ficar aqui por longos parágrafos contando as aventuras que se sucederam. A descoberta da APLV justamente aos três meses quando todo mundo te diz que “você vai ver como fica mais tranquilo”, a primeira febre que me fez chorar desesperado achando que ela ia morrer, o primeiro tombo na minha primeira noite longe, a primeira gripe… Mas enquanto tudo isso passava, um dia, de repente, veio a primeira gargalhada. As primeiras reações às nossas brincadeiras. O prazer de descobrir novos gostos. O engatinhar desengonçado. Os primeiros passos inesperados com apenas nove meses. Os primeiros dentinhos irrompendo no sorriso banguelo que vou sentir saudade para o resto da vida. O primeiro chilique de alegria ao ver um au-au. E, sem que me desse conta, o tal “amor maior que tudo que você nunca sentiu igual” me arrebatou. Não tem descrição possível. Não tem comparação que dê conta. Não tem limite para o que acontece. Eu vejo a Carolina crescendo todos os dias e se tornando essa pessoinha mais linda que já pisou no planeta e me pergunto como eu pude ter tanta sorte de ter uma filha tão maravilhosa. Tão amorosa. Tão inteligente. Tão doce. Tão, tão, tão, tão! E só penso que quero ser melhor por ela. Que quero um mundo melhor pra ela. Que vou fazer o que tiver que ser feito e mais um pouco, sempre que precisar, para vê-la feliz. Hoje, caramba!, faz um ano que ela nasceu. Hoje faz um ano que minha vida ganhou um novo sentido. Obrigado, Carolina, por me reinventar. Serei pra sempre grato pela pessoa que você me tornou ao simplesmente existir. Te prometo que vou estar aqui para te ajudar a sempre encarar o mundo com esse olhar amoroso que você me dá quando te busco no berço todas as manhãs ou enquanto espalha macarrão na sua cabeça durante o jantar. Eu nunca vi nada tão bonito. Parabéns, minha filha. Seja feliz. Obrigado, Vitória. Muito obrigado, meu amor"

 

Vitória Frate: "Há exatamente um ano eu pegava Carolina no colo pela primeira vez. Se eu me concentrar ainda consigo sentir na ponta dos meus dedos o toque escorregadio e quente da sua pele. Amor? Sim, amor, mas também um imenso alívio e muito medo. Eu tinha conseguido. Com ajuda da equipe médica dos sonhos eu pari aquele serzinho roxo e bravo. Eu não estava pronta para a intensidade do parto, mas consegui. Assim como não estava pronta para todos os desafios que viriam a seguir, mas prossegui. Há um ano, junto com a minha filha, renasci. E hoje sou melhor. Obrigada, minha filha por ser tão doce e generosa. Obrigada, Pedro por ser o melhor amigo e pai que conheço, juntos somos tanto! Obrigada, Mário, Cátia e Dani por serem médicos tão sensíveis e tranquilos. Obrigada rede maravilhosa de mulheres que cada uma do seu jeito me deu a mão durante essa trajetória. Obrigada ao divino por nos permitir ser. Viva Carolina!"

 

 

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