Pedro Vinicius abre o jogo sobre o preconceito

Por - 23/03/19 às 04:00

Reprodução/Instagram

O casal Santiel, shipp de Santiago e Michael em Malhação: Vidas Brasileiras, está conquistando cada dia mais fãs nas redes sociais, a ponto de um fã clube organizar uma “manifestação” no Instagram da autora da novela, Patrícia Moretzsohn, pedindo um final feliz para os dois.

“Pensei que ia perder o emprego! Mas depois achei fofo. As pessoas querem ver o amor vencer e eu também torço para os dois terem um bom desfecho. Meu Michael merece”, disse Pedro Vinícius, interprete do garoto, em entrevista para a revista Tititi.

Natura da Paraíba, Pedro se mudou para o Rio de Janeiro para estudar e seguir seu sonho de ser ator, pois no Estado natal não teria essa oportunidade. “Sempre quis ser ator e sabia que só alcançaria essa meta se saísse de casa. Minha mãe não tinha grana nem tempo para me levar ao teatro, quem dirá para eu fazer o curso”, revelou, relembrando que a oportunidade de fazer Malhação surgiu quando Patrícia visitou a escola onde ele estuda e o estimulou a ir até a Globo fazer um teste de elenco. “Nada é por acaso, tudo rola por alguma razão”, definiu ele.

Os personagens de Pedro Vinicius e Giovanni Dopico, interprete do Santiago, protagonizaram o primeiro beijo gay em Malhação, o que foi uma experiência desafiadora, mas muito recompensadora para Pedro. “Foi uma grande surpresa, nem sabia que ainda não tinha tido (um beijo gay naquele horário), só quando cheguei para gravar que me contaram. Foi lindo esse dia, uma sensação que lembrarei para sempre. Foi uma das melhores coisas que já senti”, contou.

Sobre o preconceito sofrido, tanto pela cena como pela sua orientação sexual, ele lamenta, porém se diz acostumado com isso. “Essas ofensas não me atingem mais, até porque, o que para essas pessoas é insulto, para mim é graça, é alegria. É quem eu sou e me amo muito! Às vezes fico triste pela pessoa e penso como ela pode ter crescido em um mundo tão pequeno e cheio de repressão”, finalizou.

Pedro aproveitou o tema e comentou sobre a homofobia que homossexuais enfrentam durante o colégio. “Olha, foram cinco anos de perseguição (sobre sua época escolar). Tive que lidar com empurrões, xingos, exclusão, brigas e outras coisas mais. Evitava o banheiro masculino porque, para mim, todo menino era violento. Por exemplo, a cena do Michael sendo espancado no banheiro é muito representativa, porque, para um menino gay, o banheiro masculino é o pior lugar do mundo”, revelou, mostrando como situações vividas na trama refletem coisas que ele enfrentou em sua vida.

Pedro também falou da sua vida pessoal na entrevista. Disse que sua mãe o aceitou e apoiou desde que descobriu a sexualidade do filho, perguntando se ele já tinha beijado meninas e meninos. “Respondi sim para os dois e não deixei espaço para constatações. Beijei, sim, e achei legal, beijo a pessoa que eu acho atraente, não importa o gênero. Tenho certeza de que ela se orgulha muito de mim, em todos os aspectos”, esclareceu Pedro, mostrando que não vê problemas em falar sobre sua sexualidade abertamente.

Ao ser questionado se sofria muito assédio de meninos após a fama, Pedro disse que recebe muitas mensagens de admiradores, e alguns são bem saidinhos, mandando nudes e fazendo insinuações que desagradam o ator. “Acho péssimo isso, sabia? Prefiro quem chega devagarinho, com jeitinho, e me chama para comer sushi. É infalível. Fica a dica, galera!”, brincou.

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