Pen drive com músicas inéditas de Marília Mendonça gera impasse

Por - 19/08/2025 - 14:43

Marília MendonçaMarília Mendonça - Reprodução/Instagram

A música de Marília Mendonça segue presente mesmo após sua morte em 2021. O empresário Wander Oliveira, da Workshow, calcula que o material inédito da cantora permite lançamentos por até duas décadas. “A ideia é trabalhar 10 músicas por ano. Existem coisas para 20 anos, com folga”, afirmou.

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O acervo está dividido entre a família — representada por Ruth Dias e Murilo Huff, pai de Léo, filho e único herdeiro da artista —, a gravadora Som Livre e a Workshow, que gerenciava a carreira da cantora. Todas as partes precisam chegar a consensos sobre como preservar a imagem de Marília e definir estratégias para lançamentos futuros. As informações são podcastm “Marília – O Outro Lado da Sofrência”, do G1.

Decisões que dividem opiniões

Nem sempre há concordância entre os envolvidos. A família lançou um dueto póstumo entre Marília e Cristiano Araújo, unindo digitalmente as vozes dos dois. Wander admitiu que não aprovava a iniciativa:
“Como [a vontade] era da família, eu não achei prudente não autorizar. Mas, se tivessem me perguntado, eu não gostaria que tivesse sido feito.”

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O impasse do pen drive

Entre os materiais inéditos, um pen drive se tornou centro de atrito. Compilado por Juliano Soares, o Tchula, amigo e parceiro de composição da cantora, o dispositivo reúne cerca de 110 registros, incluindo rascunhos, vozes e violão e composições próprias e de outros artistas.

Wander declarou ter aberto mão de sua parte nos direitos e defendeu que o conteúdo seja entregue futuramente a Léo:

“Eu não achava que deveria ser meu ou de qualquer pessoa, que não fosse o Léo, o que tem nesse pen drive. Para mim, o pen drive pertence ao Léo. Eu gostaria que, no momento em que ele tivesse entendimento, fosse entregue para ele, para fazer o que quiser. Isso é a história da mãe dele.”

Entretanto, o empresário afirma que semanas após doar sua parte, o advogado da família iniciou negociações com a Som Livre para lançar as músicas do dispositivo.

Contratos e futuros lançamentos

Robson Cunha, advogado da família, reforçou que todo material produzido em vida por Marília já pertence à Som Livre, conforme contrato assinado em 2019, e confirmou tratativas para incluir os arquivos do pen drive nos próximos lançamentos. Ele negou qualquer acordo sobre guardar o material apenas como herança afetiva.

Segundo Cunha, os novos projetos ainda não avançaram porque Murilo Huff precisa assinar os contratos em nome do filho. “O Murilo obrigatoriamente precisa assinar todos os contratos que envolvem o Léo, o que ainda não aconteceu. Mas eu acredito que em breve deve acontecer, e aí nós teremos novos lançamentos da Marília”, declarou.

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