PF conclui investigação e indicia Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe

A Polícia Federal encerrou na quinta-feira, 21 de novembro, a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) em 2022. O inquérito apontou a existência de uma organização criminosa formada por políticos e militares, incluindo o ex-presidente, os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

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No total, 37 pessoas acabaram indiciadas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Até um padre consta na lista.

O relatório seguiu para o Supremo Tribunal Federal (STF), e as provas vieram de operações realizadas pela PF, que incluíram quebras de sigilos, delações premiadas, buscas e apreensões, entre outras medidas autorizadas pelo STF.

Estrutura e divisões do grupo investigado

A PF identificou que os investigados se organizaram em núcleos com tarefas específicas, o que permitiu detalhar as condutas de cada um. Os grupos incluíam:

• Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral: responsável pela propagação de informações falsas.
  
• Núcleo de Incitação Militar: buscou apoio de militares para o golpe.
  
• Núcleo Jurídico: elaborava estratégias legais para sustentação do plano.
  
• Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas: dava suporte logístico às ações.
  
• Núcleo de Inteligência Paralela: coletava informações sigilosas de forma ilícita.
  
• Núcleo Operacional para Medidas Coercitivas: executava ações práticas contra opositores.

Jair Bolsonaro se pronuncia

O ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso, avaliará o relatório. Ele pode encaminhar o caso à Procuradoria-Geral da República, pedir o aprofundamento das investigações ou rejeitar o indiciamento.

Jair Bolsonaro se pronunciou ao colunista Paulo Cappelli. O ex-presidente concentrou suas críticas no ministro, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF).

“O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Em seguida, o ex-presidente disse: “Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, finalizou o ex-presidente.

Lista completa de indiciados:

1. Ailton Gonçalves Moraes Barros
2. Alexandre Castilho Buttencourt da Silva
3. Alexandre Rodrigues Ramagem
4. Almir Garnier Santos
5. Amauri Feres Saad
6. Anderson Gustavo Torres
7. Anderson Lima de Moura
8. Angelo Martins Denicoli  
9. Augusto Heleno Ribeiro Pereira  
10. Bernardo Romão Correa Neto
11. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
12. Carlos Giovani Delevati Pasini                
13. Cleverson Ney Magalhães  
14. Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
15. Fabrício Moreira de Bastos
16. Filipe Garcia Martins                                    
17. Fernando Cerimedo    
18. Giancarlo Gomes Rodrigues                       
19. Guilherme Marques de Almeida
20. Hélio Ferreira Lima                                         
21. Jair Messias Bolsonaro                               
22. José Eduardo de Oliveira e Silva
23. Laercio Vergilio
24. Marcelo Bormevet            
25. Marcelo Costa Câmara                              
26. Mario Fernandes                                            
27. Mauro Cesar Barbosa Cid
28. Nilton Diniz Rodrigues                              
29. Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
30. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira           
31. Rafael Martins de Oliveira                           
32. Ronald Ferreira de Araújo Junior             
33. Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros
34. Tércio Arnaud Tomaz              
35. Valdemar Costa Neto          
36. Walter Souza Braga Neto    
37. Wladimir Matos Soares