Por causa da morte de Marília Mendonça, novela das 19h não terá chamadas sobre queda de avião. Entenda!

Por - 10/11/21 às 11:11

Marília MendonçaFoto: Reprodução Instagram @mariliamendoncacantora

Fatalidade, coincidência. E teledramaturgia. Marília Mendonça morreu aos 26 anos, com outras quaro pessoas, após a queda de um avião na Serra de Caratinga, na Região Rural de Minas Gerais, no último dia 05 de Novembro. No próximo dia 22, estreia na faixa das 19h, na Globo, a novela “Quanto Mais Vida, Melhor”, cujo pano de fundo é justamente um acidente de avião.

Em coletiva virtual de imprensa na manhã desta quarta-feira, 10 de novembro, o autor, Mauro Wilson, ressaltou que foi, de fato, uma riste coincidência, mas que, para a novela, tem outro sentido.

“A vida escreve roteiros ruins. Eu precisava de um local em que quatro pessoas que nunca se viram na vida, se encontram. Precisava desse local e que nenhum deles fosse culpado pelo acidente que acontece com eles. Poderia ser desastre de carro, mas foi de avião”, disse Mauro.

O autor de “Quanto Mais Vida, Melhor” destacou que não há como mudar a espinha dorsal da trama, apesar de toda a comoção em virtude da morte trágica da Rainha da Sofrência.

“Mudar isso, hoje, seria impossível Além de detonar toda a novela, e a história é uma coisa recorrente entre eles. Na trama, a morte é o destino das quatro pessoas e de todas em volta delas. Esse acontecimento (o acidente com Marília e as outras quatro pessoas que estavam com ela na aeronave) é horrível. Mas, para a novela, foi outra coisa”, afirmou.

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O diretor artístico Allan Fiterman, destacou que embora não possam mudar o fluxo da história, eles tomaram o cuidado de não exibir nas chamadas da novela as cenas do acidente, conforme estava previsto anteriormente.

“Foi uma fatalidade, ficamos tristes e o que faremos nesse momento é não vincular chamadas em torno do acidente. Na novela o acidente é um gatilho para que eles voltem a vida. Infelizmente é uma fatalidade mesmo”, disse o diretor.

A MORTE É UMA MULHER

“Quanto Mais Vida Melhor” inicia com um questionamento: O que você faria se ganhasse uma segunda chance? Esse será o dilema de Neném (Vladimir Brichta), um jogador de futebol em decadência; Paula (Giovanna Antonelli), uma empresária fashionista; Guilherme (Mateus Solano), um médico cirurgião bem-sucedido e a dançarina de pole dance Flávia (Valentna Herzag), quatro pessoas totalmente diferentes e que veem seus caminhos se cruzarem de maneira radical. Eles sofrerão um acidente aéreo e acabarão tendo um encontro com a Morte – em “pessoa”.

Na trama de Mauro Wilson, a Morte não aparecerá como uma figura tenebrosa. Será personificada em uma mulher.

“Ela é uma mulher linda, exuberante. É a morte dos desenhos animados. A Malévola é minha inspiração. E ela não dá medo algum”, explica Mauro.

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Após esse grande susto, os quatro personagens veem a Morte, e ela faz um aviso: um deles vai morrer definitivamente em um ano. Apesar de pertencerem a universos completamente diferentes, eles vão descobrir, aos poucos, que suas vidas já estavam interligadas. Sem falar que a mesma preocupação toma conta dos quatro: o medo de se afastar de quem se ama e de partir sem ter vivido ou reencontrado seu grande amor.

“A novela é sobre o amor. É sobre o que você faz pelo amor que tem, até onde você vai por ele. E isso pode te levar para o caminho ‘errado’, pode fazer você agir errado”, enfatizou Mauro.

MÉDICO RELATA COMO ENCONTROU MARÍLIA MENDONÇA NO AVIÃO

O médico, que fez o atendimento ao acidente fatal de Marília Mendonça, Kleyton Carvalho, fez diversos relatos sobre a dificuldade que enfrentou para o resgate. Além disso, em entrevista à jornalista Fernanda Freitas, ele falou da emoção em ver que atendia Marília Mendonça e que a cantora estava sem vida.

“Era um lugar de difícil acesso, extremamente íngreme e a quantidade de combustível também chamou a atenção. Era um atendimento de grande risco, não sabíamos se a aeronave poderia explodir ou cair na cachoeira. Além da correnteza muito grande, era uma coisa muito difícil essa chegada ao avião”, disse.

Carvalho ainda revelou que a ficha caiu, quando ele verificou os sinais vitais de Marília e percebeu que ela estava sem vida.

“Cheguei na aeronave, ela estava aberta, o pessoal já havia rompido a porta e ao entrar na aeronave, eu me deparei com toda a situação. Eu me deparei primeiro com o corpo do produtor e verifiquei os sinais vitais, que não havia mais. Aí fui para o lado de Marília Mendonça, que foi aí que me toquei que era a Marília Mendonça, que aí minha ficha caiu, procurei sinais vitais e também estava sem sinal”, disse.

O médico ainda revelou que tinha a preocupação em preservar a imagem dos ocupantes da aeronave.

“Quando eu estava dentro da aeronave, foi quando vi o quanto a aeronave danificou, as pessoas não tinham ideia. Vendo de fora, o avião estava quase intacto. Mas quando eu entrei na aeronave, eu entrei amarrado, pois a qualquer momento a aeronave poderia explodir ou escorregar. Era muito arriscado. Minha preocupação era preservar a imagem, o respeito pelas pessoas. Não respeito só a Marília Mendonça, mas de todos ali. A exposição dói para uma família. Isso é muito ruim”, lembrou.

“Esse atendimento vai ficar marcado para minha vida, para todos que acompanharam. Eu também sou fã incondicional de Marília Mendonça. Quando eu estava ao lado de Marília Mendonça, verificando os sinais vitais, eu estava em frente a um ídolo meu e, acima de tudo, a mãe de uma família. Ali não tinha só Marília, tinham pais de família, sonhos. A minha ficha caiu naquele momento. Quanta tristeza, quanto sofrimento no local”, acrescentou o médico.

Kleyto Carvalho ainda detalhou como encontrou os corpos dentro do avião, quando entrou na aeronave.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino