Preta Gil quase teve nome vetado no cartório por preconceito

Pouca gente sabe, mas o nome completo da artista é Preta Maria Gadelha Gil Moreira. A origem desse nome, no entanto, envolve resistência, preconceito e uma firme decisão de seu pai, Gilberto Gil. Durante uma entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Preta relembrou o episódio em que seus pais enfrentaram obstáculos logo na maternidade.

Valeu por você existir, Preta Gil!

Ao tentarem registrá-la como “Preta”, se depararam com um impasse no cartório: o escrivão se recusou a oficializar o nome, alegando que “Preta não era nome de gente”.

Diante da recusa, Gilberto Gil rebateu prontamente, apontando que nomes como Bianca, Branca e Clara nunca sofreram questionamentos, mesmo sendo também termos cromáticos. O argumento provocou reação. Após a insistência do cantor, o tabelião aceitou registrar o nome “Preta”, mas impôs uma condição: seria necessário acrescentar um nome de tradição católica.

A escolha de “Maria” partiu da avó materna da artista. De acordo com a família, seria uma alternativa segura para o caso de a menina, ao crescer, preferir um nome mais convencional. Assim, Preta Maria Gadelha Gil Moreira ganhou existência no papel, já carregando, desde o nascimento, o peso simbólico da luta por identidade.

Preta cogitou mudar o nome, mas voltou atrás

Durante a infância, a filha de Gil enfrentou episódios de bullying por conta do nome. Houve momentos em que pensou em mudá-lo. No entanto, com o passar do tempo, passou a compreender a importância histórica, política e afetiva da escolha feita por seus pais. Não apenas manteve o nome, como fez dele uma marca.

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Embora seja conhecida nacionalmente como Preta Gil, o nome que ganhou o Brasil carrega mais do que fama. Traz, em sua origem, o sinal de uma batalha vencida contra o preconceito e o retrato de uma afirmação potente sobre quem ela é.