Psiquiatra Flavio Gikovate comenta o segredo de Gerson, em Passione

Por - 09/09/10 às 08:18

Reprodução/TV Globo

Há quatro meses mantendo sigilo sobre sua participação especial na novela Passione, da Globo, o médico psiquiatra Flávio Gikovate garante estar se divertindo com a nova experiência sugerida por seu amigo, o autor Silvio de Abreu. Com 44 anos de carreira e prestes a lançar seu 30º livro Sexo (MG Editores), ele se orgulha de enfrentar um desafio inédito: tratar semanalmente o personagem Gerson, interpretado por Marcello Antony.

“Já fiz muita coisa na minha carreira… Além de atender em meu consultório participei dos mais variados programas de televisão, rádio, escrevi para várias publicações… Mas nunca pensei em atender na ficção”, diverte-se Gikovate.

Em entrevista a O Fuxico, ele conta que se tornou telespectador assíduo da trama e jura: se soubesse o que realmente deixou Diana (Carolina Dieckmann) aterrorizada, não contaria nem à sua mulher.

“O Silvio é um craque e está deixando o público intrigado, soltando pistas falsas. Mas ele já disse que o Gerson tem um problema sexual. Ainda não sabemos exatamente o que e prefiro que ele não tenha me revelado nada. Em meu consultório, funciona assim. Primeiro trabalho o emocional, a autoestima e, aos poucos, o paciente vai se abrindo. Mas garanto a você: se soubesse não diria nem à minha mulher. Você confia na pessoa, que sempre vai confiar em alguém e quando nos damos conta não existe mais segredo”, explica.

 

O Fuxico:O que o levou a aceitar o convite de Silvio de Abreu para viver o senhor mesmo na ficção?

Flávio Gikovate:Em primeiro lugar por se tratar de um trabalho de um mestre como o Silvio de Abreu, meu amigo de anos e que confio e admiro demais. Depois porque gostei da idéia de misturar ficção com realidade. Acho bastante interessante. Uma técnica que tem sido usada com êxito no cinema.

OF:Aos 44 anos de carreira, estar no horário nobre é garantia de conquistar mais popularidade…

FG:Eu sou velho, vou fazer 68 anos. Estou mais na fase da liquidação do que da promoção. Já atendi 8 mil pacientes, vendi um milhão de livros e não estou preocupado em conquistar popularidade. Minha vida profissional está esquadrinhada, não sou oportunista. Não me aventuro em projetos que não acredito para aparecer. Reverencio o trabalho do Silvio e achei fantástico enfrentar este desafio.

OF:Quando o convidou para atender o personagem Gerson, o Silvio de Abreu revelou o segredo do personagem ao senhor?

FG:De jeito nenhum. E prefiro que ele não tenha me revelado nada. Em meu consultório, funciona assim. Primeiro trabalho o emocional, a autoestima da pessoa e, aos poucos, o paciente vai se abrindo. Mas garanto a você: se soubesse não diria nem à minha mulher. Você confia na pessoa, que sempre vai confiar em alguém e quando nos damos conta não existe mais segredo. O Silvio é um craque e está deixando o público intrigado, soltando pistas falsas. Mas ele já disse que o Gerson tem um problema sexual.

OF:O senhor tem acompanhado assiduamente a novela e acha que o perfil criado pelo autor condiz com uma pessoa com esse tipo de problema?

FG:Não sou noveleiro, mas confesso que estou acompanhando esse folhetim diariamente. O Marcello Antony está brilhante e as cenas muito bem construídas.

OF:Gostou da experiência de gravar no Projac?

FG:Fiquei nervoso no início. O Antony é muito experiente e me ajudou, assim como a Denise (Saraceni, diretora). Aos poucos, as coisas fluíram. Não decorei texto, mas tinha de seguir um roteiro estabelecido e não queria atrapalhar as falas do ator. Foi um pouco tenso, mas deu certo.

OF:E o que sua família achou da idéia de participar de uma novela das 8 da Globo?

FG:Minha mulher é uma entusiasta. Mesmo sabendo que entraria na novela que já estava no ar, ela me apoiou por também admirar muito o Silvio. Sabe que sou ousado e me incentiva sempre.

OF:Esse apoio familiar falta na vida do Gerson…

FG:Por parte da mãe dele, não. Mas sua mulher não aceitou a situação. E sem amor verdadeiro não há compreensão e apoio. Então, melhor mesmo estar distante e não atrapalhar o tratamento.

OF:O problema do Gerson tem solução?

FG:Creio que sim, mas pergunte ao ‘pai’ dele (rs). Como disse, ainda não sei o que o personagem tem. Assim como um alcoólatra ou um drogado, se ele realmente seguir com seriedade um tratamento terá recuperação. Um individuo que decide parar de fumar, por exemplo, pode ficar com saudade, com muita vontade, mas chega uma hora que se liberta. Dia desses, o Gerson disse na novela que achou que fosse melhorar, mas teve uma recaída. O meu trabalho é ajudar, facilitar a melhora do paciente. Ele precisa ficar mesmo afastado das tentações da internet.

OF: Como o senhor vê a exposição sexual na internet?

FG: Atualmente, as pessoas buscam a internet para se exibirem e se sentirem desejadas. Uma relação a dois, que implica ter mais intimidade. Muitas mulheres já flagraram seus maridos se masturbando na frente do computador e ficaram chocadas. A personagem Diana não chegou a esse ponto, mas perdeu o controle ao ver o marido conferindo uma cena  no computador, que avaliou como nojenta.

OF:Muitos apostam em zoofilia ou necrofilia…

FG:Nunca atendi nenhum paciente que gostava de ver cenas ousadas com mortos, mas sei que zoofilia era muito comum no interior em décadas passadas quando faltavam as mulheres para transar… Essa realidade mudou muito. A mulher se liberou, é muito influenciada pela indústria da pornografia e não tem tantos preconceitos. Portanto, Silvio de Abreu deve ter uma carta na manga fantástica sobre esse mistério que envolve Gerson. Vamos aguardar os próximos capítulos.

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