“Quero morrer apresentando um programa de TV”, diz André Vasco
Por Redação - 29/03/13 às 10:04
André Vasco nasceu para se comunicar. Animado, divertido e com sacadas rápidas e inteligentes, ele é uma atração à parte do Astros, show de talentos do SBT, e desponta como uma das maiores apostas da televisão brasileira.
Aos 28 anos, ele soma 16 programas na MTV, Band e SBT, e garante que sua oportunidade na telinha foi conquistada após muito esforço e sem apadrinhamentos. Ele começou a carreira como estagiário da MTV, em 2004, mas logo tomou a frente das câmeras.
Prestes a comandar a nova edição do Astros, que estreia no dia 1º de abril no SBT, ele fala com exclusividade a O Fuxico sobre a carreira, contato com o público e, inspirado em Silvio Santos, diz que ainda quer comprar a MTV.
O Fuxico: Uma nova temporada de Astros está na grade do SBT. Quais são as novidades da sua apresentação?
André Vasco: O grande diferencial é que não teremos só um vencedor, será um vencedor por dia através dos duelos. Continuaremos fazendo a nossa releitura dos shows de talentos, recebendo mágicos, cantores, dançarinos… E eu, além de apresentar, vou voltar a fazer os comentários sobre as apresentações. Comentários ácidos, espontâneos e o que mais me der na cabeça.
OF: Por você não fazer parte do júri, chega a torcer por um ou outro candidato?
AV: Tento não tomar partido durante o programa, mas às vezes a gente prefere naturalmente um ou outro. Procuro fazer de tudo para não deixar tão nítido, até porque temos vários tipos de talento. As pessoas geralmente falam dos candidatos mais malucos, mas já trouxemos o Circo de Soleil, já trouxemos uma piscina no palco para que tivéssemos nado sincronizado. Uma piscina em pleno palco! Então todos são únicos. Nosso programa faz sucesso há quatro anos sem apelar, entretendo mostrando arte e talento brasileiro.
OF: Acredita que uma pessoa que está começando agora deva tentar um show de talentos para iniciar a carreira?
AV: Depende de cada pessoa e do momento em que a estrela dela vai brilhar. Eu mesmo comecei em um reality show na MTV, tinha 500 pessoas, fiquei entre as cinco e na hora H perdi. É uma oportunidade e a sua carreira depende da sua vontade, da sua iniciativa. Eu me espelho nos apresentadores que estão aí por merecimento, não por causa de namorada ou indicação. Digo a todos os talentos que passam pelo Astros que é melhor demorar 10, 15 anos para fazer sucesso que ser algo efêmero, acontecer hoje e terminar amanhã.
OF: Você é um dos mais novos apresentadores da tevê. O que fez para conquistar o seu espaço?
AV: Pois é, sou um dos apresentadores mais novos do horário nobre, não possuo grupo de stand up, nunca fui de grupinho, não sou filho de ninguém conhecido e nem casei com nenhuma famosa… Todas as minhas oportunidades foram batalhadas, foram cavadas, fui fazendo teste e conseguindo aos poucos cada degrau. O Silvio Santos, para mim, é um mito, que cresci assistindo. É o maior comunicador do Brasil, mas nunca babei ovo. Meu contato é extremamente profissional e talvez seja por isso que ele aposte em mim.
OF: É verdade que foi animador de festas?
É verdade, não nasci em um berço de ouro, mas paguei a minha faculdade. Me sinto um bom representante da classe média baixa, que está em ascensão. Toquei violino dos 14 aos 17, mas minha mãe não podia mais pagar. Comecei a fazer animação infantil, ganhando R$ 50 por fim de semana. Acredite: já coloquei cabeça de Mônica, Bob Esponja e Teletubbies (risos). Aprendi a ter jogo de cintura, a conviver com pessoas de todos os níveis, sociais, culturais… Hoje, consigo me dar bem como apresentador porque me adapto conforme a música. Tudo isso só me agregou.
OF: Você já disse que se inspira em Luciana Gimenez, Ratinho e Sérgio Malandro. Qual o motivo?
AV: Eu me inspiro, mas não copio, pois quero um dia ser reconhecido pelo meu jeito! Me inspiro no uso do artifício do humor para me comunicar. O Ratinho tem uma comunicação simples, cativante e de fácil acesso. A Luciana, apesar de todas as críticas, tem o melhor talk show da tevê. Ela é autêntica, de verdade, não a conheço pessoalmente, mas ela aparenta ser uma pessoa real. Chega de apresentadores, programas e públicos de mentira!
OF: O que fez com o seu primeiro salário?
AV: Paguei as dívidas, o cartão de crédito… (risos).
OF: Como é o seu contato com o público?
AV: Sou uma pessoa tranquila, tiro foto desde uma pessoa que encontro na rua até o presidente da empresa. E sei que não estou tirando foto porque sou bonitinho, porque não sou galã, sei que as pessoas gostam do meu trabalho. Muita gente diz que levo alegria para a casa delas e, poxa, eu só tenho 28 anos e fico lisonjeado. Procuro atender a todos e isso é muito natural. É claro que quero ser um grande comunicador, mas não estou na tevê para aparecer, para ficar rico. Não penso no meu trabalho como uma possibilidade de gerar algo, faço porque eu amo.
OF: Se você fosse criar um programa para você, como seria?
AV: Eu queria voltar a falar para o público de tarde. Não somente para o jovem, mas também para senhoras de casa, crianças. Entretenimento diário ou aos sábados. Muita gente diz que eu faria bem o Programa Livre e acho que seria uma boa ideia também. Foi um programa que marcou a minha vida, tinha entretenimento, improviso…
OF: Qual é o seu maior sonho?
AV: Meu maior sonho é continuar fazendo o que faço, quero morrer apresentando um programa de tevê. Não quero ser famoso, mas quero ser querido por quem me conhece. Quero que as pessoas entendam o meu jeito e que gostem de mim. E que, um dia, eu compre a MTV e traga todos os meus amigos de volta para lá (risos).
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