Rafael Cardoso afirma que trabalho em TV tem carga maior

Por - 11/11/12 às 17:04

Jorge Rodrigues Jorge / Carta Z Notícias

Conquistar papéis de destaque na tevê é o desejo de diversos atores. Muitas vezes, a trajetória para alcançar tal objetivo – ou apenas tentar, mesmo que sem sucesso – é longa. Mas Rafael Cardoso conseguiu deslanchar na carreira relativamente rápido. A estreia do intérprete de Albertinho, de Lado a Lado, na Globo, aconteceu há apenas quatro anos, em Beleza Pura. Nos anos seguintes, emendou trabalhos importantes como Cinquentinha, Ti-Ti-Ti e A Vida da Gente, onde encarnou o protagonista da trama, Rodrigo. Apesar de sua pouca experiência na tevê, parece que a emissora tem apostado no ator para personagens com perfis variados. Tanto que agora ele interpreta um playboy com desvios de caráter. Tipo bem diferente do mocinho água com açúcar da novela anterior.

"É maravilhoso. A personalidade é totalmente oposta. O Albertinho é um cara, muitas vezes, até sem escrúpulos. Depois, ele começa a repensar algumas coisas. Mas o Rodrigo era um gentleman, que pensava muito e não queria magoar", compara, satisfeito.           

Longe do teatro, Rafael Cardoso afirma que trabalho em TV tem uma carga maiorAliás, Rafael ainda estava envolvido com os trabalhos em A Vida da Gente quando recebeu o convite para a trama atual. E foi justamente essa oposição de caráter entre um personagem e o outro e as possibilidades cênicas de Albertinho que atraíram o ator.

"Acho que o que mais bate para mim quando eu leio a sinopse de um personagem é qual a relevância que ele tem e até onde eu posso ir, até onde posso aprofundar isso", explica.

Na história, o jovem é o típico bon vivant, que só quer aproveitar a vida. Filho da vilã Constância, de Patrícia Pillar, muitas vezes é manipulado pela mãe. Logo no início, se envolveu com Isabel, de Camila Pitanga, e engravidou a moça, que é filha de ex-escravo. Mas, graças aos conselhos inadequados da mãe, não lhe tratou com dignidade e ainda atrapalhou o romance de Isabel com Zé Maria, de Lázaro Ramos.

"Em um primeiro momento, o Albertinho sofre essa pressão da mãe. Naquela época tinha muito de 'não podemos sujar o nome da família'. Depois, com a passagem de tempo, acho que tudo pode acontecer", imagina, referindo-se ao período de seis anos que divide as duas fases da novela.

Para entender o perfil do personagem, Rafael assistiu a filmes e seriados. Entre eles, algumas produções de Alfred Hitchcock, o longa Don Juan DeMarco, de Jeremy Leven, e o seriado Game Of Thrones. O ator tentou não se prender apenas a características específicas de Albertinho. Foi mais além e buscou referências que não necessariamente fizessem parte do caráter psicológico do papel. Principalmente para as sequências em que Albertinho aparece com os amigos Fernando, Umberto e Teodoro, de Caio Blat, Klebber Toledo e Daniel Dalcin, respectivamente. É quando o personagem tem momentos mais engraçados e despojados.

"Sempre quando você está com os amigos, quando se é jovem, independentemente da época, você faz umas bobagens. Acho que nada é uma coisa só. Tudo que você consegue mesclar enriquece", constata.

Rafael também participou de workshops com o elenco para compreender o período pós-abolição da escravatura, retratado em Lado a Lado. Acostumado a fazer cinema e teatro, o ator entende que o tempo de preparo na tevê é bem mais curto. Mas ainda assim extremamente importante para a construção do personagem.

"Na tevê, é uma carga de trabalho grande, mas deu para ter uma boa ideia, conversar, discutir o personagem. Não se tem o tempo que a gente tem nos outros projetos, mas ajudou muito", ressalta ele, que teve aulas de críquete.

Rafael não sentiu grandes dificuldades no esporte porque algumas coisas são parecidas com o taco, que ele costumava praticar quando mais novo. Como a trama também mostra o início do futebol no Brasil, para gravar as cenas de jogos, Rafael precisou esquecer algumas regras básicas porque o esporte era bem diferente do atual.

"No futebol, a gente teve de só não fazer nada. Não podia dar drible, não podia pegar a bola e sair correndo porque eles não faziam condução. Tivemos de desaprender a jogar, errar a bola", diverte-se.

Recuperado da catapora, Rafael Cardoso volta a gravar

Pioneiro no Brasil em cobertura de entretenimento, famosos, televisão e estilo de vida, em 24 anos de história OFuxico segue princípios editoriais norteados por valores que definem a prática do bom jornalismo. Especializado em assuntos do entretenimento, celebridades, televisão, novelas e séries, música, cinema, teatro e artes cênicas em geral, cultura pop, moda, estilo de vida, entre outros.