Rafael Cortez sobre CD: “Não espero ter lucro com isso”

Por - 18/06/11 às 11:34

Ag.News

Rafael Cortez mergulhou de cabeça em seu novo projeto, o CD Elegia da Alma. O repórter do CQC, da Band, concedeu uma entrevista exclusiva para O Fuxico, na qual falou sobre o investimento no álbum, planos de carreira, inspiração e muito mais.

Com uma atitude corajosa, o ator, jornalista e músico, foi capaz de bancar um sonho e dispensar as gravadoras, para que seu trabalho saísse como ele sempre quis: “Na verdade eu fui atrás de fazer esse CD. Eu queria um trabalho bem legal, porque no mercado de violonista existe a carência de repertório novo. E eu queria mostrar muito esse meu diferencial, revelar o ineditismo. Estou com um projeto de música nova e achei que seria legal apostar em um novo filão, mas eles [gravadoras] falavam que eu era humorista e queriam me moldar, então tive que fazer sozinho”, comentou ele.

Ainda falando sobre a sua iniciativa de tomar a frente das negociações, Rafael revelou que sempre esperou algum retorno das gravadoras, até que decidiu bancar 100% o seu trabalho e frisou que não espera lucro com o projeto.

“Eu fiquei esperando muito por gravadora. Mas, se dependesse a vida inteira deles, iria me ‘danar’. Paguei tudo do meu bolso. Eu vinha guardando uma grana e preferi investir as minhas economias nesse projeto, porque sempre foi um sonho meu. Não espero ter lucro com isso, não busquei incentivo cultural, não queria que nenhum tipo de concessão comprometesse o meu projeto. Eu queria tudo da minha opinião”, acrescentou o CQC.

Mas o músico não apenas teve o trabalho de compor as 15 canções inéditas do disco clássico e 100% independente. Ele também acompanhou todos os detalhes de produção, para que saísse tudo conforme o idealizado.

“Acompanhei todos os detalhes, não tem nenhuma linha que eu não tenha participado. Me uni a um time muito bom nessa parte das músicas. Eu fui na produção de uma amigona, Verônica Amorim, uma das minhas melhores amigas e ela dividiu a produção comigo”, comentou.

Consciente de que o CQC exige muito de sua agenda, Rafael garantiu que o CD não vai interferir em suas matérias e que seu foco vai ser sempre a atração da Band. Apesar de não garantir o show do Elegia da Alma a todas as capitais brasileiras, ele dá uma esperança aos seus fãs e diz que vai promover tardes de autógrafos e vai vender seus CDs sempre que correr pelo Brasil com sua peça de stand up commedy, De Tudo Um Pouco:

“Faço muitas matérias no CQC, sempre fui disponível para o programa. Não me sobra muito tempo para fazer concertos. Os shows exigem muito de mim. São 60 minutos ininterruptos. Tenho um complicador para as apresentações: sou humorista. Isso torna o desafio maior, porque a minha plateia vai esperando humor, mas não é isso o que vai acontecer. Não pretendo fazer muitos concertos, quero fazer um bom lançamento aqui em São Paulo e rodar o Brasil com tarde de autógrafos, porque não tenho tempo e é muito extenuante fazer um show de violonista”, comentou ele.

Rafael já se prepara para outra dificuldade com a plateia: deixar de ser caricato e se manter erudito no palco, devido à imagem construída em suas matérias pelo CQC: “fica difícil tirar essa imagem que as pessoas construíram de mim. Em nenhum momento faço aquelas caretas do CQC. Mas, por outro lado, fiz um encarte bem grande para apresentar um trabalho bem detalhado, cheio de fotos, pras meninas adolescentes fãs do programa terem fotos inéditas. Só que eu sei que vai ser difícil. Esse show é uma novidade pra mim também. Vai ser a primeira vez, em um contexto que sou conhecido como humorista. Não vou apresentar um stand up, é um concerto clássico. Não consigo dissociar a minha imagem de CQC, vou precisar conversar entre as músicas, fazer um comentário engraçado. Eu até brinco que estou estreando um stand up recital”, refletiu.

É preciso inspiração para compor um trabalho desta magnitude. Portanto, Rafael revelou como faz para se manter inspirado e disse que tudo o que é belo – por mais que seja triste – é inspirador:

“A inspiração vem da beleza. Principalmente através da beleza é que você se inspira. Nem que seja por meio do sofrimento. A linha que separa a beleza do sofrimento é muito tênue. Muitas coisas têm contextos tristes. A inspiração pode vir da mulher amada, de um ente que já morreu, de um momento que você está em crise”.

Para finalizar, o músico revelou que não pretende gravar um DVD e comentou que se conseguir vender cinco mil cópias do CD já vai se sentir muito feliz:

“Não penso em gravar DVD, porque um DVD de um projeto instrumental me parece um pouco chato. As imagens não são muito legais, é tudo muito parado. Quero que as pessoas tenham acesso ao CD, isso sim. É um trabalho de audição mesmo, não de imagem. É um projeto difícil de vender, mesmo eu sendo popular. Não sou melhor do que ninguém. Não tenho a pretensão de popularizar o ritmo. Se eu vender cinco mil cópias é bom. Vou depender das primeiras críticas. Por enquanto aproveito o  espaço pela popularidade do CQC para divulgar, mas quero conseguir espaço pelo meu trabalho”, concluiu.

 

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