Rapper Oruam vira réu por tentativa de homicídio. Saiba tudo!

A Justiça do Rio de Janeiro recebeu a denúncia do Ministério Público e tornou o rapper Oruam, nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, réu por tentativa de homicídio qualificado. A decisão partiu da juíza Tula Correa de Mello, da 3ª Vara Criminal, que também determinou um novo mandado de prisão preventiva contra o artista.

Entenda o motivo da prisão de Oruam

O processo inclui ainda Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira, amigo do cantor, como coautor do crime. Os dois agora respondem por atirar pedras contra policiais militares durante uma operação no Complexo da Penha.

De acordo com o MP, os objetos acabaram lançados de uma varanda com 4,5 metros de altura, atingindo um dos agentes nas costas e forçando outro a se proteger atrás de uma viatura. O peso das pedras, conforme o laudo, alcançava 4,85 kg — o suficiente, segundo a Promotoria, para causar ferimentos fatais.

Além do peso dos objetos, o MP argumenta que os réus assumiram o risco de matar os agentes, caracterizando dolo eventual. A conduta também teria ocorrido com “motivo torpe” e “meio cruel”, o que pode enquadrar o caso na Lei dos Crimes Hediondos.

A nova acusação vem se somar a outras sete pelas quais o artista já responde: tráfico, associação para o tráfico, resistência qualificada, desacato, dano ao patrimônio, ameaça e lesão corporal. Todas essas acusações formalizaram-se após a ação policial ocorrida em 21 de junho. Na ocasião, Oruam e outros homens tentaram impedir o cumprimento de um mandado de busca e apreensão contra um menor.

Vídeo compromete cantor e defesa aponta abuso policial

Um novo vídeo obtido pelas autoridades mostra o rapper esmurrando uma viatura da PM logo após a confusão. Para o MP, esse registro corrobora a tese de comportamento agressivo e reforça a gravidade da denúncia.

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No entanto, a defesa do cantor insiste que não houve tentativa de homicídio. Em nota, os advogados afirmaram que “Mauro não atentou contra a vida de ninguém” e consideraram “perplexa” a abertura do inquérito com base em fatos que já enquadrados, inicialmente, como lesão corporal. Ainda conforme a defesa, o laudo pericial concluiu que o agente supostamente ferido não correu risco de morte.

Mais tarde, por meio da assessoria de imprensa, a equipe do artista alegou que ele reagiu por “legítima defesa” após virar alvo de ameaças com armas de fogo, agressões físicas e revista sem mandado válido.

De acordo com o comunicado, os policiais teriam usado carros descaracterizados e atuado fora do horário permitido por lei.

A nota menciona ainda que “a ação policial tem sido marcada por violação de procedimentos legais” e aponta abuso de autoridade, citando a Lei nº 13.869/2019. A defesa acusa os agentes de criar uma “narrativa distorcida” para criminalizar o cantor.

Oruam se apresentou à polícia no dia 22 de junho, menos de 24 horas após o episódio, e permanece preso preventivamente. A denúncia por tentativa de homicídio é a primeira relacionada diretamente aos ataques aos policiais.