Record aposta em tramas curtas com a estreia de Dona Xepa

Por - 19/05/13 às 18:32

Divulgação

O tempo de novelas longas, que ficavam na grade por quase um ano, parece ter ficado para trás na Record. Em busca de um novo formato para seus folhetins, a emissora decidiu apostar na adaptação em 96 capítulos de Dona Xepa, que estreia dia 21 de maio.

"Foi uma proposta da emissora. A ideia é fazer novelas mais curtas. É um novo formato para ser testado e ver se realmente dá certo'', explica Gustavo Reiz, autor responsável pela adaptação da peça de Pedro Bloch.

Sem medo das críticas e comparações, Gustavo busca não se sustentar nas duas adaptações para tevê – a homônima, de 1977, e Lua Cheia de Amor, de 1991. A relação frustrada de Xepa, vivida por Ângela Leal, e os dois filhos Édison e Rosália, interpretados por Arthur Aguiar e Thaís Fersoza, é a parte da trama mais próxima da peça de Pedro Bloch.

"São outros tempos. Dramaturgicamente, não seria interessante conduzir a personagem da mesma forma. Fui por outros caminhos", conta Ângela Leal, que encarna sua primeira protagonista aos 66 anos.

"Tenho 40 anos de televisão. Estava em um momento de trabalhos esporádicos e mais tranquilos. Mas não conseguiria dizer 'não' para esse papel", completa.

A nova classe C e seu poder de compra também têm espaço na adaptação de Gustavo Reiz. No entanto, a abordagem será menos caricata e expansiva do que em 'Balacobaco, que se encerra dia 20. Além disso, o autor inseriu elementos bastante atuais para dar o ar modernista da história, como um vídeo de Dona Xepa que cai na internet, as mulheres-fruta, a busca pela fama e a especulação imobiliária.

''São temas abordados com bastante humor. Não podemos ignorar essa fatia importante da sociedade'', defende Reiz.

A história é ambientada em São Paulo, onde aconteceu o início das gravações. Para captar as sequências da cidade, a Record fechou uma parceria com uma produtora independente para tentar apresentar uma maior gama de imagens de São Paulo ao longo da novela. Mas a grande protagonista da história será a feira em que a personagem-título tem sua banca de frutas. Desde novembro, a equipe de cenografia, chefiada por Stella Pugliesi, pesquisou detalhes sobre as feiras paulistas. Ao todo, são 35 cenários e uma cidade cenográfica, localizada na Ilha de Guaratiba, Zona Oeste do Rio de Janeiro, com mais de 2200 m².

''São dois núcleos: os populares e os mais ricos. Pesquisamos muito sobre o bairro do Bexiga'', ressalta Stella. 

O diretor Ivan Zettel não se apega à modéstia ao afirmar que Dona Xepa representa um salto de qualidade na teledramaturgia da Record. Com cada capítulo orçado em R$ 200 mil, o folhetim é o primeiro trabalho da emissora que se aproxima de uma estética cinematográfica.

''A gente acabou de fazer a primeira novela esteticamente em HD com Rebelde. Viemos com esse salto de qualidade incrível'', gaba-se ele, que dirigiu a versão nacional da novela adolescente.

Com uma pegada popular e colorida, a figurinista Marianna Baffa busca um tom sóbrio para o figurino e que não ofusque as sequências da feira, onde se passa boa parte da trama.

''Sempre vou dosando as estampas para montar uma harmonia e não ficar caricato. Tem toda uma preocupação para que o figurino não apareça demais'', aponta ela, que conta com um capital de R$ 50 mil por mês para manutenção da caracterização ao longo da novela, além do  acervo da emissora para as peças mais básicas.

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