Regina Casé: ‘Eu sou sempre a nordestina, e daí?’

Por - 06/11/19 às 15:40

Roberto Filho/Brazil News

Lurdes (Lucy Alves/ Regina Casé) é uma aguerrida mulher nordestina. Natural de Malaquitas, cidade fictícia no Rio Grande do Norte, ela é uma das protagonistas de Amor de Mãe, próxima novela das 21h, da Globo.

Lurdes deu à luz quatro filhos. Há 26 anos, enquanto estava na maternidade em trabalho de parto de Érica (Nanda Costa), Jandir (Daniel Ribeiro), seu marido e pai das crianças, vendeu Domênico (Eros Lazari) aos dois anos para uma traficante de crianças do Rio de Janeiro. Ao descobrir o ocorrido, Lurdes saiu da cidade com os três filhos e, no caminho, encontrou uma criança recém-nascida abandonada na estrada. Foi assim que Camila (Jéssica Ellen) entrou para a família.

No Rio de Janeiro, Lurdes criou um lar harmônico apesar de todas as dificuldades pelas quais a família passou. É uma mulher batalhadora que ama os filhos incondicionalmente. Mesmo depois de tantos anos sem notícias, Lurdes não desiste de encontrar Domênico. 

Esse é o perfil da personagem que marca a volta de Regina Casé à teledramaturgia. A atriz, de 65 anos, se emocionou ao assistir o clipe de apresentação da trama de Manuela Dias, que estreia na Globo no próximo dia 25. A última passagem da atriz pela teledramaturgia foi em 2012, numa breve participação em Cheias de Charme. Mas desde 2008, quando fez Ciranda de Pedra, ela não atuava numa novela completa.

"Estava morrendo de saudade e de medo. Fui recebida com muito carinho e respeito. O que me motivou a voltar às novelas foi a qualidade desse texto maravilhoso, fotografia do Walter Carvalho. Acho que a ficção atualmente é uma maneira mais suave pela emoção de conversar e chegar nas pessoas. As pessoas não conseguem ouvir umas as outras e através da emoção, do amor de mãe e da minha atuação, acho que na dramaturgia, hoje em dia é mais fácil ser o que sempre fui o que quero continuar".

Mãe de Benedita, de 30 anos e de Roque, de 06, a atriz contou que é tão protetora quanto sua personagem e comentou sobre a adoção do caçula.

"Temos uma relação de brincadeira e proximidade muito grande. Meu filho está em uma fase que parece que tem 16 anos. Mas só tem seis. Eu quase morro. Mãe adotiva é um contato direto com o mistério, com o sagrado. Me surpreendeu. Achei que ia ser algo construído aos poucos, no dia a dia. Mas não. No outro dia, já amava o Roque como amo a Benedita", disse.

Sem conter as lágrimas após a exibição do clipe de apresentação da trama, a atriz comentou que não se deixa levar por julgamentos.

"Foi muito emocionante ver o clipe. Não tinha visto nada e nunca olhei no monitor, nunca olho, me jogo mesmo. Essa personagem não pode ter nenhum momento racional. Ela é só emoção. Fiquei muito feliz com o que vi, todo mundo tão despido, é lindo de ver. Há quem diga que eu só interpreto nordestina. Sim, sou sempre a nordestina, e daí? Quando vocês se deparam com uma atriz que só faz a patroa, ela é questionada como se sente? Faço um personagem tão rico e bonito que tento colocar nele pelo menos umas 100 mães, mas se eu puder colocar 1000, melhor ainda".

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