Renata Banhara recruta voluntárias para projeto contra violência doméstica

Por - 10/06/20 às 10:40

Reprodução/Instagram

A violência doméstica é algo que Renata Banhara conhece de perto. A modelo nunca escondeu que é uma sobrevivente de um caso ocorrido em 2018 que corre em segredo de Justiça. Ela processa um ex-marido por ter sido espancada em casa.

Desde então, ela entrou na luta por justiça, ajudando a outras mulheres. Renata criou o projeto Sentinela do Bem e faz plantões em delegacias da mulher de São Paulo, geralmente nos finais de semana. Sua intenção é, simplesmente, ajudar. Contudo, os pedidos têm sido cada vez maiores e a modelo usou suas redes sociais nesta quarta-feira (10), para pedir que as pessoas entendam que seu trabalho é voluntário e cansativo. E alertou para aproveitadores, que se passam por assessores e atrapalham.

"Estou recrutando voluntárias para depois da pandemia. Sentinelas do Bem é um trabalho gigante", destacou.

Em suas incursões pelas DPs, ela leva consigo uma bolsa térmica com garrafas de água, biscoitos lenços de papel e uma camiseta. Mas o que mais faz efeito, são suas palavras de incentivo e sua atitude.

"Não existe Justiça no Brasil para com as mulheres. As jovens, crianças, idosas, as mães estão totalmente descobertas de proteção! Vivo na carne a negligência falta de justiça. Até hoje passo por gravíssimos problemas e não tenho nenhuma resposta ou ajuda. Por essa razão vou para a rua salvar mulheres sei o que elas vivem e irão viver", disse.

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Renata também faz ações no CAE (Centro de Acolhida Especial) Mulheres, em Santo Amaro, que recebe vítimas de violência. Além dos plantões nas delegacias, Banhara arrecada doações para ajudar vítimas em uma casa de acolhimento, na Zona Sul de São Paulo. Mulheres enviam mensagens diariamente para seu Instagram, pedindo ajuda e Renata tenta orientá-las a como proceder para conseguir superar o ciclo da violência. Ela destaca que não está levantando uma bandeira.

"Não é uma bandeira, não sou mastro. É uma causa séria. A justiça é morosa, cega e faz o réu virar vítima. A palavra 'recursos' é o que mais revitimiza as mulheres. Não é só com você,com sua amiga,com sua filha é com nós todas. Todas! O Brasil é imundo para com as mulheres.  A mulher brasileira é um exemplo de resiliência e força pois mesmo com todas as dificuldades ela ainda consegue ir em frente", disse.

Agressão após problema de saúde

Renata viveu um casamento tranquilo, até que uma infecção bacteriana no cérebro que a colocou em risco de morte, fez com que o casal se distanciasse. Depois de dois anos de idas e vindas ao hospital e várias cirurgias, ela voltou para casa, mas o casamento não era mais o mesmo. A modelo lembra que, durante o tratamento, sofria violência psicológica. O ex tentava rebaixar a modelo e criticava sua aparência.

De volta à casa, Renata iniciou uma conversa com o companheiro, desconfiada de que ele levava uma mulher para a casa quando ela não estava. Foi aí que a modelo começou a ser brutalmente agredida.

"Caí da escada, ele me chutando, me batendo pela casa inteira. Foi 1 hora e 40 minutos assim. Até que consegui sair e ir para a delegacia com meu filho, que me protegeu", disse.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou o registro de ocorrência de violência doméstica e o pedido de medida protetiva.

A modelo tem dois filhos, Breno e Marcos André, de relacionamentos anteriores.  

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