Renato Aragão volta à ativa com força total e faz cenas de ação em novo filme

Foram 6 meses fora do ar.  Mas em nada, absolutamente nada, mudou o bom humor de Renato Aragão. O humorista de 79 anos, que sofreu um infarto em março e teve que colocar um stênter no coração, está novo. Cheio de disposição – "Posso ficar por aqui mais uns 30 anos" – ele quer dar continuidade ao que mais gosta: viver e fazer sorrir.

Em entrevista exclusiva à O Fuxico, Renato Aragão falou sobre a volta ao trabalho no telefilme Didi E O Segredo Dos Anjos, destacou sua parceria e lealdade ao amigo Dedé Santana, comentou sobre sua saúde, a biografia que pode surgir e revelou que vai estrear num musical. Com vocês, Didi Mocó Sonrisal Colesterol etc, etc… ou simplesmente Renato Aragão!

O Fuxico: Como está sua saúde após o susto?

Renato Aragão: Estou ótimo! O médico colocou um stênter, que é o que há de mais modernos em assuntos do coração e disse que poderei viver mais 70 anos. Mas não quero não, 30 pra mim já está bom…

OF: Já podemos então confirmar sua volta ao trabalho?

RA: Claro! Estamos em fase de ultimação do texto do telefilme Didi E O Segredos dos Anjos, que será exibido na Globo na semana da criança, em outubro. Os diretores estão escalando o elenco.

OF: Dedé Santanna faz parte?

RA: Sempre! O Dedé participa do telefilme, tem um papel, ele está em todos os meus projetos. Somos uma dupla, sempre.

OF: E haverá alguma surpresa com o Didi neste filme?

RA: Não posso mudar, é o mesmo Didi. Mas com uma carga de aventura que nunca teve antes. Com licença da palavra, mas vou fazer muita merda! Eu não, o Didi! Terá perseguição pela mata, à pé, de carro, garanto que vai ter aventura pura, com varias trilhas na mata. E humor, claro! Será um filme James Bond, não posso fazer algo James Bunda!

OF: Está cheio de gás, então!

RA: Vou descontar o semestre que fiquei parado, vou colocar minha energia toda nesse telefilme, com muito corre-corre. É claro que terá cena calma, paradas, com texto. Mas a maior parte será de externas.

OF: Como é a história?

RA: O texto é emotivo, sobre anjos. Tem uma carga de emoção muito forte. Só posso falar isso…

OF: E a Lívian, participa?

RA: Não, ela desmamou do pai… Tenho saudades de atuar com minha filha, mas ela precisa caminhar, está vendo aí pra atuar em novela.

OF: Nesses 6 meses parado, houve muita reflexão? Pretende mudar algo seja pessoal ou profissionalmente?

RA: Já fiquei sem filmar e sem gravar por 6 anos, com o desaparecimento dos meus companheiros (Zacharias, em março de 1990 e Mussum em morreu julho de 1994) e não estava preocupado. Adotei o lema de Zeca Pagodinho já naquela época e deixei a vida me levar. Até que voltei com o filme O Noviço Rebelde e foi uma explosão de bilheteria. Me deu uma motivação tamanha que fiz outro filme e voltei para a tevê com A Turma do Didi. Dessa vez foram só 6 meses, nada demais.

OF: Depois do telefilme, o teatro…

RA: Pois é, a minha estreia! Aceitei o desafio da dupla Charles Moeller e Claudio Botelho e vou nessa. Eles já tem tudo pronto, tem as cartas na manga, tem visão de Broadway e será tudo macro. Foi uma proposta decorosa, não indecorosa, eles querem teatralizar o filme O Saltimbanco Trapalhão. Estou muito nervoso, mas ao mesmo tempo tranquilo porque sei que esses caras, quando pegam um trabalho, já tem o toque de midas. Terá toda a criação de circo, com grande elenco. O que vier eu traço, e de coração novo!

OF: O que você assistiu na tevê, nesse período de descanso?

RA: Vi de tudo, ficava mexendo o dia inteiro no controle remoto e via tudo, humor, novela, musicais, jornalismo, documentários… mas escrevo muito, então na verdade passava mais tempo escrevendo do que vendo tevê.

OF: Escreve o que, suas memórias?

RA: Faço projetinhos, roteiros, sinopses… Não tenho tempo para escrever biografia, mas tenho dois convites para fazer. O problema é ter que ficar direto com a pessoa que vai escrever. E tem que ser duas: a minha e a do Didi. 

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