Renato Góes sobre Montagner: ‘Um pouco de mim foi com ele’

Com um visual todo estiloso, Renato Góes já chegou esbanjando simpatia, na grande festa de lançamento da novela A Lei do Amor, a próxima das 21h da Globo, que aconteceu na última terça-feira (27), na Casa das Caldeiras, famoso espaço de eventos de São Paulo. 

Além de contar um pouco sobre o Gustavo, seu personagem no novo folhetim, o ator aproveitou uma conversa com os jornalistas presentes para falar sobre a morte de Domingos Montagner, com quem, aliás, chegou a dividir o papel do protagonista Santo, em Velho Chico, atual trama do horário nobre. 

"Mesmo se não tivesse acontecido o que aconteceu, eu estaria junto com ele, até agora. A gente estava conectado. Quando eu estava lá, gravando, ligava para ele e o Domingos me ajudava. Quando ele estava lá, me perguntava o que eu tinha usado de cenário, como tinha usado os objetos, para a gente fazer coisas parecidas, assim como foi com o Gabriel Leone. A gente realmente tinha uma troca muito gostosa, verdadeira e forte, então, independente se eu fosse querer ou não, no final deste trabalho, me desligar do personagem, eu não ia conseguir. Eu tenho certeza que foi um pouco de mim com ele e vai ficar, para sempre, um pouco dele comigo. Tudo o que eu fizer, vou ter a força e a luz dele. Vou estar sempre olhando e segurando na mão dele. O Domingos foi um cara que sempre teve uma atenção muito grande comigo, desde o primeiro dos três trabalhos que fizemos juntos (Cordel Encantado, Jóia Rara e Velho Chico). Já em Cordel, eu pensava: ‘Esse cara é o protagonista, todo mundo está em cima dele, está em um momento incrível, de muita novidade, e ainda tem tempo para ser atencioso comigo’. Nossa troca só foi aumentando e, quando soubemos que íamos dividir um personagem, foi uma coisa muito boa e bacana. O processo, como um todo, foi muito forte, ninguém fez pela metade e esse projeto tem tudo para ficar marcado, para sempre, com seu Umberto Magnani e o Domingos lá em cima, olhando por nós", chegou a afirmar Renato. 

Ainda durante a entrevista, ele foi questionado sobre como fez a transição do personagem e da história de Velho Chico para seu atual trabalho, na trama escrita por Maria Adelaide Amaral, e se o novo folhetim tem lhe ajudado a lidar com a morte do colega e amigo, que se afogou no rio São Francisco, no dia 15 de setembro. 

"Talvez se fosse em algum outro lugar, seria ainda melhor ter um novo trabalho, mas foi difícil entrar lá nos Estúdios Globo depois da morte do Domingos. Sempre tive a referência dele muito próxima de mim, então não tem como chegar lá e não pensar exclusivamente nele, é realmente muito difícil. Foi fortalecedor saber que eu iria continuar por ele e ia ter uma pessoa lá em cima, sabia que ele iria querer não só que o pessoal terminasse a novela, lindamente, em homenagem a ele, mas também que eu continuasse meu caminho, com mais força. Foi isso que fiz, entrei lá, segurei o choro e segui em frente", disse o ator, antes de também falar dos rumores que surgiram, após o acidente, de que poderia retornar para a atual novela, junto com Julia Dalavia. 

"Fiquei lisonjeado com esses rumores, porque eles nada mais eram do que uma vontade do próprio público, de rever aquele casal, que foi bonito e forte. Desde o momento que soube da homenagem, achei linda e justa, nada melhor do que terminar com ele lá", declarou o artista. 

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