Repórter da TV Globo é libertado na madrugada desta segunda-feira
Por Redação - 14/08/06 às 07:33
Após 40 horas, Guilherme Portanova, o repórter da TV Globo seqüestrado por uma facção criminosa de São Paulo na manhã de sábado, dia 12, foi libertado.
O jornalista foi deixado, por volta de 0h30, numa rua do Morumbi, próximo à sede paulista da emissora. Após pedir ajuda a um carro de segurança, ele andou dois quarteirões e chegou à emissora com a camisa na mão, sendo recebido por colegas da Globo, ainda na porta.
Os pais de Guilherme, que vieram da terra natal dele, Porto Alegre, também o aguardavam.
Aos colegas de profissão de outros veículos de comunicação, que cobriam o caso na porta da Globo, ele disse: “Tô bem de saúde, ninguém me agrediu, fui alimentado o tempo todo…”
O repórter, porém, sofreu uma contusão no ombro ao ser colocado no porta-malas de um carro quando foi levado pelos seqüestradores. Antes de ir descansar, ele ainda deu um rápido depoimento à polícia.
Os seqüestradores cumpriram a promessa de libertarem Guilherme, mediante a exibição pela Globo de um vídeo da facção criminosa, que foi ao ar na madrugada de domingo. Nele, o grupo pedia melhores condições carcerárias para os presos.
O Seqüestro
Na manhã de sábado, dia 12, o repórter Guilherme Portanova e o auxiliar técnico Alexandre Calado foram levados por dois homens armados. Eles foram vistos pela última vez numa padaria da zona sul de São Paulo, próxima à sede da TV Globo, no Brooklin. Horas depois, o técnico foi libertado com uma fita de vídeo com a exigência de que ela fosse exibida pela emissora, num prazo fixado. Caso contrário, Guilherme seria morto.
Temendo pela vida do repórter, a Globo exibiu a fita, onde um homem encapuzado leu um texto com reivindicações sobre o atual sistema carcerário.
O vídeo
Abaixo trechos do vídeo exibido:
"Como integrante do Primeiro Comando da Capital, o PCC, venho pelo único meio encontrado por nós para transmitir um comunicado para a sociedade e os governantes.
A introdução do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) inverte a lógica da execução penal… a nova punição disciplinar inaugura novos métodos de custódia e controle da massa carcerária, conferindo à pena de prisão o nítido caráter de castigo cruel.
Queremos um sistema carcerário com condições humanas, não um sistema falido, desumano, no qual sofremos inúmeras humilhações e espancamentos.
Não estamos pedindo nada mais do que está dentro da lei.
Pedimos aos representantes da lei que se faça um mutirão judicial, pois existem muitos sentenciados com situação processual favorável, dentro do princípio da dignidade humana.
O sistema penal brasileiro é, na verdade, um verdadeiro depósito humano, onde lá se jogam seres humanos como se fossem animais.
O Regime Disciplinar Diferenciado é Inconstitucional. Queremos que a lei seja cumprida na sua totalidade. Não queremos obter nenhuma vantagem.
Queremos que: 1 – As providências sejam tomadas, pois não vamos aceitar e não ficaremos de braços cruzados pelo que está acontecendo no sistema carcerário.
Deixamos bem claro que nossa luta é contra os governantes e os policiais. E que não mexam com nossas famílias, que não mexeremos com as de vocês. A luta é nós e vocês".
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