Retrospectiva: O melhor da TV em 2011

Por - 31/12/11 às 09:26

Divulgação

Em 2011, a televisão brasileira encontrou definitivamente com a classe C, com produtos desenhados para atender a esse público que representa mais de 50% das pessoas que assistem TV.

Este foi um ano de mudanças. Alterações nos bastidores e no vídeo. José Luis Datena foi contrato pela Record para comandar a nova versão do "Cidade Alerta". Se despediu da Band com um "até breve" e estreou na Record com cenário improvisado.

Dizem que chegou podendo muito, mas apenas nas promessas. Algum tempo depois, retornou para a Band alegando que não teve condições de trabalho e que foi censurado na Record. Datena se transformou no cara da vez. E falou muito. Foi entrevistado no Vitrine, bateu recorde de audiência no Roda Vida e mostrou um lado mais humano no sofá de Hebe Camargo. Mostrou também que em televisão tudo pode mudar, mesmo quando o contrato é amarrado com multas astronômicas.

Hebe Camargo também mudou em 2011. Seu sofá agora é na Rede TV e a apresentadora resolveu sair do estúdio para mostrar um pouco mais a seu público. Hebe levou prestígio e faturamento à emissora. Já na Globo as principais mudanças aconteceram no jornalismo, numa verdadeira troca de cadeiras. Depois de 14 anos, Fátima Bernardes saiu do "Jornal Nacional". Agora, o boa noite mais esperado da TV é de Patrícia Poeta. Fátima ganhará em 2012 um programa jornalístico na parte da manhã. Renato Machado foi para Londres. Chico Pinheiro assumiu o Bom Dia Brasil com a missão de deixá-lo mais jovem e dinâmico. E no SPTV, César Tralli é o responsável por uma nova fase, marcada por mais informalidade.

Em 2011, a polêmica piada de Rafinha Bastos com a gravidez de Wanessa Camargo. Ela acabou suspenso do programa CQC e provocou a direção da Band através da internet. Foi afastado, fez mais piadas na internet e sua relação com a emissora deteriorou.

Em 2011, a televisão comemorou os 60 anos de teledramaturgia. Produto tipo exportação, que garante audiência e faturamento, ganhou mais espaço no decorrer do ano e recuperou público. Para marcar a data, a Globo ressuscitou a novela das 23h com o remake de "O Astro", folhetim de Janete Clair que criou o famoso "Quem Matou?". O Astro deu certo, conseguiu audiência e ressuscitou definitivamente a faixa das 11 da noite.

Este foi um ano de boas novelas. "Cordel Encantado" encantou, conquistou audiência e provou que é possível sim ousar e seguir as características clássicas de um folhetim. Reis, rainhas, cangaceiros e mocinhas num reino que fica logo ali, em algum lugar do sertão brasileiro. Griselda, de Fina Estampa, sucesso de Lilia Cabral criado por Aguinaldo Silva, é a personagem do ano. Ganhou capa de revista Veja e virou a heroína da classe C e de todas as outras camadas sociais.

Em 2011, o SBT comemorou 30 anos de atividades com direito a festa para funcionários e uma entrevista com Silvio Santos no Guarujá. Suas declarações caíram na internet, mas o figurino com bermuda laranja foi o que mais chamou atenção. Nesta ano, o SBT começou a encontrar novamente o seu caminho e gradativamente recuperou parte de seu público. Há quem afirme que o SBT só não foi melhor em função do fisco de "Amor e Revolução".

Novamente acompanhamos a discussão pelos direitos do Campeonato Brasileiro. O futebol continua do jeito que estava porque a Record não conseguiu convencer os times a mudar de lado. E a Rede TV também não levou. Por falar em Rede TV, a emissora registrou sua melhor audiência com o UFC Rio. Um grande evento que atraiu inclusive estrelas de outros canais. Também perdeu os direitos! Na Record, 2011 foi o ano dos Jogos Panamericanos. A grade diária de programação foi sacrificada para dar espaço às principais competições de Guadalajara. A Record errou, acertou e treinou para as Olimpíadas de Londres. A audiência não atingiu a meta. Lá no início do ano, diretores da Record garantiram que a Globo seria ultrapassada durante o Panamericano. Mas os jogos não ajudaram e na volta da grade normal, houve queda nos índices.

"Tapas e Beijos" foi a grande estreia do ano. A série entrou no lugar do Casseta e Planeta e fez bonito. Conquistou a audiência, a critica!! Levou ao vídeo um texto de extrema qualidade bem interpretado e muito bem editado. "Tapas e Beijos" virou referência dentro e fora da Globo.

Sem dúvida nenhuma, o melhor programa da televisão brasileira foi exibido na TV por assinatura. "Chegadas e Partidas" é um produto holandês que ganhou seu jeitinho brasileiro com a apresentação da sempre competente Astrid Fontenelle.

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