Revista Elle de junho entrevista a atriz Salma Hayek

Em entrevista à Elle deste mês, Salma Hayek revela que sempre foi dona do seu destino. “Sou movida a paixões. Paixão pelo cinema, por comida, pela vida”, conta ela num inglês com sotaque espanhol.
 
Nascida em Coatzacoalcos, no México, filha de um empresário libanês e uma cantora de ópera mexicana, Salma fala muito e sempre gesticulando. “Adoro a disposição dos mexicanos para a vida. Lá tudo acontece de maneira espontânea. Nos Estados Unidos, as pessoas encaram até um encontro com os amigos como se fosse um compromisso formal. Nunca consegui entender”, diz a atriz, que se divide entre a casa em Los Angeles e a fazenda em Washington.
 
Livre e solta desde o fim do namoro com o ator Josh Lucas, em 2004, Salma acredita que intimida o sexo oposto por ser muito independente, decidida e teimosa. Vive dizendo à mãe que só vai se casar no dia em que encontrar um cara mais durão que ela. “Não gosto de homens fracos", afirma.
 
Nem o tal do relógio biológico (ela está com 39 anos) parece pressioná-la a escolher logo o companheiro ideal. “Sempre quebrei regras na vida fazendo coisas que os outros consideravam impossíveis. Se eu quiser ter filhos um dia, certamente vou ultrapassar a barreira da biologia também”, diz.

 
Sete anos com Frida

Uma de suas façanhas foi a indicação ao Oscar por Frida, em 2002. O elogiado desempenho fez dela a primeira mexicana a disputar um prêmio da academia de cinema na categoria de melhor atriz. Vale lembrar que o filme é um projeto antigo. Ela lutou sete anos para levar ao cinema a história da artista e teve que bancar a produção. “Bati em várias portas e mais de uma vez ouvi: ‘Um filme sobre uma mexicana comunista, cabeluda, feia e de bigode? É a fórmula do fracasso’”, conta. 
 
Hoje, a atriz retorna ao cinema com o filme Pergunte ao Pó, que estréia este mês no Brasil. Na adaptação do livro homônimo de John Fante, que se passa nos anos 1930 em Los Angeles, ela vive uma garçonete mexicana por quem o escritor ítalo-americano Arturo Bandini (Colin Farrell) se apaixona. Enquanto ele busca o reconhecimento literário, ela só quer se sentir aceita nos Estados Unidos numa época em que os mexicanos eram proibidos até mesmo de entrar em certos estabelecimentos comerciais.

 
Mundo da moda

Com um rosto lindo e o corpo perfeito, Salma, que já foi a garota da Revlon nos anos 1990 e agora estrela as campanhas da Avon, jura que não se esforça para manter a forma. “Sou gulosa, mas tenho um metabolismo formidável. Se me excedo, me imponho uma dieta ferrenha e faço uma sessão de dança do ventre, que ajuda a deixar a barriga durinha”, revela.
 
Salma também é conhecida por adorar a moda. “Eu ia a desfiles antes mesmo de as celebridades serem convidadas. E os estilistas nem me vestiam. Eu mesma comprava os vestidos. Vestir-se, para mim, é um ritual muito feminino”, conta ela, que desde pequena é ligada em roupas. “Sempre adorei abrir o closet e ficar olhando, decidindo o que usar".
 
Há cinco anos, Salma decidiu se aventurar por trás das câmeras. Assinou a produção executiva de In the Time of the Butterflies na TV e, em 2003, dirigiu o telefilme The Maldonado Miracle. Gostou tanto que montou a sua própria produtora, a Ventanarosa. Agora está escrevendo o roteiro de um longa- metragem, que espera dirigir, com Jamie Foxx (de Ray) encabeçando o elenco. “Sempre quis ter uma voz no cinema e não necessariamente me tornar um rosto famoso”, finaliza.