Reynaldo Gianecchini: “A Marília é um grande amor da minha vida”

Por - 10/12/12 às 18:12

Ag.News

Reynaldo Gianecchini falou sobre sua biografia, Giane – Vida, Arte e Luta, escrita pelo jornalista Guilherme Fiuza. Em entrevista à revista Rolling Stones Brasil, o ator disse que o livro, de alguma forma, foi um jeito de conseguir contar sua vida do jeito que ele queria, relatando fatos de uma maneira que não o rotulou como um super-herói .

“É uma forma de contar o que vale a pena. Eu aceitei fazer esse livro por causa do Guilherme Fiúza, que é um jornalista que eu admiro muito. Ele tem uma forma de contar muito bacana, sem fazer livro de autoajuda e sem tentar me pintar como super-herói. Se fosse para a história ser inspiradora, como as pessoas queriam que fosse, seria por tudo que ela é – pelo jeito que ela é contada, com bom humor, sem ficar só falando da doença”, disse à publicação.

A doença a que Giane se refere é o linfoma não-Hodgkin, rara e agressiva forma de câncer com a qual o ator foi diagnosticado em agosto de 2011. Aos 38, nascido em Birigui, interior de São Paulo, ele se viu frente a um diagnóstico que o desafiou a superar e vencer a doença.

“Eu fui muito honesto, falei minha vida inteira para ele (Fiúza). Mas eu sabia que ele ia contar com muita elegância a história e ficar nos fatos que são relevantes, que fazem uma história bonita. O livro é cheio de imagens muito fortes e isso é mérito dele como escritor”, elogia o ator.

“Conforme eu falava, me vinham cheiros, me vinham imagens das quais eu já tinha esquecido, fiz algumas ligações que talvez não tivesse feito antes na vida,. Nenhum tema foi difícil. A parte de que eu menos queria falar era a doença, porque tinha acabado de me livrar dela e ia ter que reviver tudo. Foi a parte que achei que poderia ser mais chatinha… e nem foi, também. Foi legal repassar tudo e analisar as coisas friamente”, falou Reynaldo, que definiu as entrevistas que concedeu a Fiúza como verdadeiras sessões de terapias.

Ainda sobre o livro, ele conta que quis colocar ali sua vida com tudo que tinha direito:

“Realmente me entreguei. E tinha a prerrogativa depois de aprovar ou não. E quando li, aprovei absolutamente tudo, não pedi para tirar nada. A idéia era essa mesmo, mostrar os meus defeitos, as irritações, coisas politicamente incorretas. Também não tive nenhum momento de ‘aí não vamos entrar’ durante as entrevistas. Falei de absolutamente tudo. Mas uma preocupação nossa foi de não expor ninguém que faz parte da minha história, seria muito deselegante. E não entrar nos detalhes que não são importantes.”

Poucas coisas ficaram de fora. Nas páginas é possível ler sobra sua briga com o empresário, que segundo alguns veículos de imprensa, poderia ter tido um caso com Giane; o casamento com Marília Gabriela, o boato de que seria homossexual e que, na verdade, seu casamento com Gabi serviria para encobrir o romance dele com o filho mais novo dela.

“Essa questão da fofoca nunca foi um peso para mim. Acho tão absurdas certas histórias que vão andando sozinhas, sem a minha participação… essa história, particularmente, é quase algo de que a gente ria, de tão absurda. Nunca atrapalhou nossa vida, nem deixou a gente chateado. A verdade é uma só e a gente vivia uma verdade linda. Quem nos conhecia sabia. Não ficávamos preocupados com o que as pessoas iam pensar de uma história tão absurda que alguém inventou.”

Mesmo o assunto voltando à tona novamente, Gianecchini não se preocupa:

“É importante mostrar também o tanto que você é sacaneado e é minha postura não ficar negando mentira na imprensa porque senão não ia fazer mais nada. Não acho que vá alimentar mais e acho que esse livro não alimenta nada nesse sentido. A idéia não é alimentar fofoquinha nem entrar em detalhes polêmicos ou dúbios, que gerem uma curiosidade desnecessária.”

O ator define suas muitas experiências, viagens pelo mundo e aventuras pouco convencionais:

“A vida é assim para todo mundo que tem coragem. É cheia de possibilidades para todo mundo, o que falta às vezes é coragem de se abrir para o mundo, bancar, em vez de ficar no confortável. Nunca me senti bem no ‘ok’, sempre quis ver mais, testar mais. Sempre fui muito corajoso, essa é a diferença. Porque você vai dar muita cabeçada, mas vai aprender. Quem não quer dar cabeçada fica no confortável e tem uma vida menos rica.”

Giane e suas mulheres

As mulheres que apoiaram Reynaldo Gianecchini durante todo seu tratamento, e também na vida, têm destaque ao longo do livro. Giane faz questão de destacar desde a amiga de infância, Marilza, que o ajudou a conquistar seus primeiros amores, até a ex-esposa, Marília Gabriela, e a amiga Cláudia Raia, que fez de tudo, até brigar com o hospital para diminuir uma conta referente a uma cirurgia.

“Minha mãe sempre foi uma grande parceira. Sempre foi muito minha amiga, sempre tivemos um diálogo gostoso e fomos próximos. Não foi a doença que aproximou a gente. Ela nos aproximou fisicamente, porque morávamos longe, nos víamos menos. Mas ainda assim, compartilhava muito minha vida com ela”, sobre sua mãe, dona Heloísa.

“A Cláudia foi o símbolo absoluto da amizade. Ela foi a primeira pessoa com quem tive contato, porque eu ia fazer Cabaret e ela teria que arrumar outra pessoa. E desde que ela soube, montou acampamento no hospital, ia todos os dias. Foi aquela amizade incondicional. Foi muito bacana colocar as pessoas no lugar certo, que você imaginava que elas mereceriam – na prateleira certa, de amiga-irmã de alma", fala Giane sobre Claudia Raia.

“A Marília é um grande amor da minha vida. Não tinha dúvida de que seria assim para o resto da vida. O nível que a gente teve de relação foi para o resto da vida. Embora o casamento tenha acabado, sempre tive a certeza de que o amor estava ali, muito presente. E que o cuidado um pelo outro existia. É muito bacana confirmar tudo isso", conclui Reynaldo a respeito de Marília Gabriela.

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