Reynaldo Gianecchini lança Cruel em SP e diz: “estou em processo de cicatrização”
Por Redação - 20/06/11 às 16:29
Atualizado às 18h20
Na tarde desta segunda-feira (20), os atores Reynaldo Gianecchini, Erik Marmo e Maria Manoella lançaram o espetáculo Cruel, de Strindberg, no teatro da FAAP, em São Paulo, ao lado do diretor Elias Andreato.
Empolgado com o papel de vilão que interpreta na peça – que tem estreia prevista para 27 de junho – o ator contou que precisou se afastar dos ensaios, por conta de problemas de saúde.
"Atrapalhou só um pouquinho. Tinha que operar de qualquer jeito, mas fiquei só três dias afastado e acabou que não atrapalhou muito. É gostoso para dar uma parada no ensaio. Foi interessante dar esta pausa devido à complexidade do texto", disse ele que operou uma hérnia inguinal e umbilical. Sobre a cirurgia, Giane tranquilizou seus fãs e disse que já está ótimo, mas em processo de cicatrização: Foi uma cirurgia simples, já estou ótimo. Tenho que ficar um mês longe da malhação, estou em processo de cicatrização, mas já dá para eu ter uma vida normal”, falou.
Reynaldo revelou que, dos três personagens, o seu é o mais assumidamente cruel. No espetáculo, Gustavo é ex-marido de Tekla e quer se vingar da amada a qualquer custo, por isso se infiltra no relacionamento da ex com o atual marido, Adolfo:
“Meu personagem é o assumidamente mais cruel. Ele quer se vingar, pois foi destruído. Ele sofreu horrores por causa desta mulher. Mas o delicioso desse texto é a complexidade de todos os personagens. Todos eles têm muitas camadas para explorar. É um jogo verbal, estimulante de fazer. É um teatro que se destrói verbalmente, não é nada gritado. Apesar do meu ser o mais cruel assumidos, os outros têm a sua parcela de crueldade”, contou o galã.
Maria Manoella, a intérprete de Tekla na montagem, revelou que se encantou com a modernidade do texto, que foi escrito por August Strindberg em 1888.
“Minha personagem é casada com Adolfo e eles estão passando férias fora da cidade, quando se encontram com o ex-marido dela, Gustavo. Ela é uma artista, escritora, uma mulher a frente do seu tempo. Ela é apaixonada, vive suas paixões intensamente. Mas o que me encanta nela é a dignidade, a modernidade”, enfatizou.
Erik Marmo, o segundo marido de Tekla, revelou que seu personagem é muito inseguro, pois seu relacionamento começou enquanto Tekla ainda era casada com Gustavo, então ele acredita que a mulher pode repetir a dose: “O Adolfo é o segundo marido dela. Ela abandonou o primeiro para viver com ele e a relação começa desta forma, que o deixa muito inseguro. Ele está em um período que é de virada do século, acreditava em Deus e passa a não acreditar mais. Então, ele se volta para esta mulher e encontra nela a sua salvadora”, comentou.
O diretor Elias Andreato comentou que quis deixar o espetáculo mais direto, para agradar ao espectador. Por isso, fez alguns cortes e adaptou o título do espetáculo: “O que me interessou nesse texto era a relação amorosa dos três personagens. Tentei deixa-lo mais discreto, sempre pensando no telespectador. Me preocupei com isso, não sei se de um jeito rasteiro, mas é a minha visão. Fiz alguns cortes, eliminei um pequeno personagem. Estamos fazendo uma montagem sem rebuscamento, pois o texto foi escrito em outra época e o público não tem mais tanta disponibilidade em assistir. Mudei o título porque Os Credores pode não atrair muito interesse e também porque Cruel é a essência dos personagens. Então, tomei a liberdade de mudar o nome”.
Erik falou ainda sobre o formato do espetáculo, uma vez que todos os personagens têm o mesmo peso na trama: “são sempre dois em cena e só aparecem os três para finalizar a história”, falou.
Completamente envolvido com o novo projeto, Gianecchini disse que o trabalho corporal deste espetáculo, apesar de não dançar, ou fazer grandes movimentos em cena, foi uma das etapas mais difíceis de composição do personagem:
“Existe um trabalho enorme de corpo e voz para a composição deste personagem. Apesar de ser para o teatro, não é gritado, não tem grandes afetações. Precisamos mostrar a simplicidade e expressar a loucura sem que ela seja exagerada, sem haver desperdício. Fisicamente foi o trabalho de maior importância. É preciso ter uma contenção muito grande para viver este papel”, explicou Giane.
O galã falou ainda sobre a diferença do vilão vivido no teatro para seu último personagem nas telinhas: o Fred de Passione: “na televisão você não aprofunda muito, não tem tantas camadas para explorar. O barato da tevê é que você que você não conhece muito bem o personagem. O autor ainda está criando, é uma obra aberta e então vai conseguindo dar uma identidade. No teatro, você vai estudar o personagem. Ele já está lá, pronto, você já sabe o que é. É outro estudo”.
O clima de bastidores não poderia estar melhor. Gianecchini revelou que está empolgado em poder atuar com seus amigos e assegurou não existir disputas no elenco:
“A gente se gosta e queria fazer com essa galera que está aqui. Não existe competição no elenco. Não há alguém com papel maior ou menor. Todos são iguais. Os três vibram. E o engraçado é que ninguém cresce sozinho. Quando um cresce, leva o outro junto”, disse o ator.
Há dois meses ensaiando, o ator comentou também que não leva nenhuma superstição antes de se apresentar, mas que gosta de pedir para que o público consiga assimilar coisas boas de suas apresentações:
“Não tenho nenhuma superstição, mas gosto de mentalizar, é quase uma oração. Gosto de pedir que o espetáculo chegue de algum jeito às pessoas. Também reúno os colegas, para fazer uma roda e ter boas vibrações”, contou.
Para finalizar, o ator comentou que o espetáculo e feito de maneira minimalista e não é focado em arrecadar dinheiro, mas já tem algumas cidades de São Paulo confirmadas para receber a apresentação:
“A ideia é ter essa peça na nossa mão. Vamos nos apresentar sempre em teatros pequenos. Estamos nela como um projeto mesmo, não para ganhar dinheiro. Mas tem algumas cidades que já estão confirmadas, como Santos e Campinas”, concluiu.
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