Reynaldo Gianecchini lança sua biografia em São Paulo
Por Redação - 11/12/12 às 18:53
Atualizado às 19h51.
Reynaldo Gianecchini convocou vários jornalistas para falar sobre sua biografia 'Giane – Vida, Arte e Luta' que chegou às livrarias no último dia três de dezembro e agora está sendo lançado oficialmente em todo o Brasil. O ator compareceu à Livraria Cultura, na Avenida Paulista, em São Paulo, nesta terça-feira (11), e falou sobre diversos assuntos, inclusive sobre os boatos que seria homossexual.
"Eu nunca falei nada. A imprensa falava coisas de mim, milhões de coisas que inventaram, então não tem como contar minha história sem falar disso. A gente não entra em nenhum pormenor nessa história, afinal ela causa várias ramificações que não interessam e não nos interessa alimentar a indústria da fofoquinhas."
Giane também tece elogios ao escritor da obra, o jornalista Guilherme Fiuza, e atribui a ele a vontade de narrar suas histórias através de páginas de papel.
"Eu sou muito fã do Guilherme como jornalista. Tinha certeza de que ele ia fazer um trabalho magnífico, fiquei curioso para saber como ele ia contar a minha história. E, de fato, não me decepcionei. Eu acho o livro brilhante do ponto de vista da narrativa. Ele conta a minha história como se fosse um filme, com dramaturgia; e você acompanha cada passo, curtindo de uma forma muito saborosa, com imagens bonitas e fortes. Aceitei por causa dele, porque eu sabia que ia ser uma coisa muito interessante e que valeria a pena."
Confira os principais pontos da entrevista de Reynaldo Gianecchini:
Como é sua relação com a imprensa?
Gianecchini: Olha, eu nunca tive uma relação ruim com a imprensa, mas confesso que às vezes eu achava que passava do ponto. Uma vez eu fui até eleito como o cara mais sacaneado pela própria imprensa, o mais sacaneado por eles. De uma certa foram, sempre tive uma relação muito boa. Quando saia alguma coisa sobre mim que não era verdade, eu ignorava e sumia por si só. Aí problema de quem publicou errado. No meu tratamento eu tive muito amor da imprensa e já agradeci muitas vezes por isso. Acho que foram muito atenciosos e deram uma cobertura me respeitando, me deram espaço para falar quando eu precisava e só tenho a agradecer.
Que momento te emocionou mais na produção do livro?
Gianecchini: Foram vários os momentos porque eu fui lembrando de muita coisa. Eram lembranças que tinham sumido e que reapareciam na minha memória e, de repente, pipocavam cheiros… Foi muito bom relembrar a infância. Foram vários momentos gostosos de lembrar. Não tem um específico. Quando eu li, me emocionei muito com o capítulo de minha separação. O Fiuza retratou lindamente e com uma poesia tão grande a história de duas pessoas que se amavam e resolveram que o casamento não dava mais certo. Foi uma beleza! Quando u li isso, me emocionei muito.
Como surgiu o trabalho?
Fiuza: Foi, na verdade, um encontro. A vida dele foi escrita pelo Manoel Carlos em coautoria pelo Silvio de Abreu. É incrível como o destino trouxe para ele várias coincidências, desencadeamentos, uma grande aventura e eu entrei nela. Estava prestes a fazer um outro projeto, mas era uma história interessante a ser narrada. Eu fui fazer uma intermediação entre a editora ele, mandei o e-mail para um amiga jornalista e o Giane estava com ela. E assim a gente se encontrou porque a minha amiga falou de mim para ele… A gente se conheceu, almoçamos e comecei a sacar a pessoa que ele é, as histórias de vida e mudei de projeto.
E sobre os boatos sobre sua homossexualidade?
Gianecchini: Eu nunca falei nada. A imprensa falava coisas de mim, milhões de coisas que inventaram, então não tem como contar minha história sem falar disso. A gente não entra em nenhum pormenor nessa história, afinal ela causa várias ramificações que não interessam e não nos interessa alimentar a indústria da fofoquinhas. Sempre brinco que se eu fizesse 10% de tudo o que falam, minha vida seria bem divertida e bem engraçada.
Mas estes boatos te magoavam?
Gianecchini: No começo sim, me incomodavam, mas aprendi a lidar porque senão não tem como você sobreviver. A verdade vai falando por si só e o boato morre na praia. Minha postura nunca foi ficar desmentindo as coisas, ir para a imprensa e ficar falando sobre essas coisas.
Você quer encerrar com essa história?
Gianecchini: Espero sempre encerrar com essa história!
Fiuza: A melhor coisa é ler o livro porque as pessoas sabem que saiu isso e fica ridicularizado no livro. O livro traz a vida dele. Não é para acabar com essa história! Está registrado e foi um fato que aconteceu com ele. Como ele é um ídolo e muito visado por voyeurs, os curiosos, e atribuem a ele muitas coisas como todo ídolo. O melhor convite é ler o livro para saber um pouco mais sobre o Giane. É um cara mais interessante que o público imagina ser. Alguns boatos são ridicularizados no livro porque realmente são ridículos. O lado sacana e engraçado dele nem sempre dá para externar nas pequenas entrevistas rápidas. Ele é um cara que diz que 'se foi publicado é mentira, o resto ele pode estar fazendo'. Essa frase poderia ser do Paulo Francis, Millor Fernandes, mas é do Reynaldo Gianecchini. Aproveitem ele como ele é!
Gianecchini: As pessoas que me veem na praia com uma pessoa e já falam que pode estar pintando um romance. Eu digo não! Se eu tiver em romance, eu não vou à praia onde tem todo mundo. O resto posso realmente estar fazendo.
Você encontrou um equilíbrio depois de seu linfoma não-hodkings?
Gianecchini: A vida é uma troca, muita gente veio tentar me ajudar de alguma forma, veio falar de religião, de medicinas alternativas. Procurei ouvir, absorver e a força interna eu tive de parar com tudo e buscar essa força. Precisei buscar dentro de mim essa conexão, mas eu não dispensei o resto das coisas. Eu precisei ficar quietinho e buscar o meu contato.
Desde que você começou sua luta contra o câncer, já pensava em escrever um livro?
Gianecchini: Eu nunca tinha pensado em escrever um livro e quando acabou meu tratamento recebi uns convites de gente falando que eu tinha de escrever minha história e me parecia muito louco e improvável. Eu não tinha a menor vontade. Eu aceitei pelo Guilherme, que me chamou, mas até ele entrou no projeto super truncado. Ele era a ponte e não para escrever! Eu havia entendido que era ele e pensei 'se for, eu posso até pensar'. A gente entrou numa sintonia. Eu conhecia o trabalho dele, achava muito especial. Quando nos juntamos tivemos certeza que tinha um projeto bacana.
Fiuza: Eu descobri que o Giane é o meu melhor personagem. Foi muita sorte isso. Ele é um ídolo, um cara que está há muito tempo exposto publicamente. Eu fiz a biografia do Bussunda, que sou fissurado, quando ele morreu. Mas eu nunca tinha notado o Giane pensando que ele me renderia um romance, uma grande história. Uma vez iniciando esse processo de repente, descobri que, na verdade, ele é o cara e essa é a vida dele. Claro que tem a TV Globo, mas isso não é a parte protagonista. É o personagem mais potente que já retratei.
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