Rita Lee: ‘Acho arrogante a raça humana se achar a imagem e semelhança de Deus’
Por Redação - 17/09/20 às 08:15
Rita Lee foi a convidada especial do Saia Justa desta quarta-feira (16), no canal GNT. A cantora participou do primeiro bloco e de uma parte do segundo, mas deu para fazer , fazendo colocações, como sempre, interessantes.
Para começar, o programa mostrou algumas cenas e passagens de Rita no começo do Saia, onde formava o quarteto com Monica Waldvogel, Marisa Orth e Fernanda Young, em 2002.
O primeiro tema levantado pela apresentadora Astrid Fontelle foi sobre vergonhas. E Rita contou uma passagem da sua infância:
“Na escola eu avisei minha professora que tinha feito cocô na calcinha. Pô, fazer cocô na calcinha na frente dos moleques…Ela me levou para o banheiro e tirou minha calcinha e disse: ‘Isso não é cocô. Você ficou mocinha’. E interessante que aconteceu a mesma coisa com minha neta, que menstruou pela primeira vez aqui em casa. Ela chegou: ‘Vovó, fiz cocô na calcinha’ e eu expliquei para ela”, contou.
Rita também lembrou uma outra vergonha, já na fase jovem, quando começou a cantar e se apresentar.
“As garotas da minha idade, 23 a 24 anos, já tinham peitinho, bundinha e eu era uma esquálida. Um palito engomado. Inclusive esse era meu apelido. E pensei: ‘Como vou subir no palco e como vai ser? Vou ser andrógena! Vou virar homem, mulher, travesti, vou ser tudo’. E de repente tirei toda a vergonha que tinha daquele corpo que eu tinha, da minha esqualidez e parti para a androgenia”, revelou. “No meu tempo magra era uma coisa preconceituosa e agora é com gordo!”, lembrou.
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A cantora contou para as apresentadoras do programa, como tem sido envelhecer:
“Tenho 73 anos. Tive uma vida maravilhosa. Sorte de ter nascido na família que eu nasci. Sorte de ter trabalhado com música 50 anos alegrando as pessoas. Isso é uma sorte louca. Ter encontrado o Roberto e ter tido 3 filhos maravilhosos e agora 2 netos. Essa coisa do envelhecer é uma outra fase. E uma feitiçaria feminina, assim como a menstruação é uma feitiçaria feminina. O envelhecimento para mulher é muito louco a gente fica com poderes…”, disse.
Na parte final de sua participação, Rita foi questionada sobre o tema escutar e deu um diagnóstico sobre os problemas que a humanidade vem passando por não colocar em prática esse verbo:
“O escutar nesse momento de turbulências. Escutar nossa nave mãe Terra e o que ela está dizendo. A destruição a raça humana. É o verdadeiro vírus da nossa nave mãe Terra. Não está ouvindo a natureza, os animais, os oceanos, os mares, os rios e montanhas. E é muito sutil saber ouvir a mãe Terra. É hippie? Eu sou hippie, sou paz e amor para car*. Ainda fico vendo isso acontecendo e aí, o que vai acontecer? Como ouvir as vozes sutis que nós devemos evoluir. Temos que ter saúde física, mental e psicológica para entender e evoluir”, falou.
“Acho a raça humana é uma raça híbrida: metade celeste e metade terráquea. E está desenvolvendo mais a terráquea do materialismo do consumo e a celestial está sem ouvir direito. Sem ouvir as crianças, os animais, as plantas. É papo de hippie e a gente tentou nos anos 60 jogar uma sementinha, mas não grudou porque veio o sistema e engoliu o ‘paz e amor’. Os hippies foram trabalhar em firma. Agora, com essa pandemia, que a gente está fazendo essa viagem para dentro de si, acho que a gente vai aprender. Toda pandemia a gente aprende alguma coisa. Tem um proposito. Acho arrogante a raça humana se achar ‘a imagem e semelhança de Deus’. Desse Deus eu sou ateia!”, explicou.
Mel Lisboa fala de volta à Globo e ser Rita Lee em filme
Mel Lisboa fala de volta à Globo e ser Rita Lee em filme |
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