Rita Lee diagnosticada com câncer. Entenda o tratamento feito pela cantora

Por - 20/05/21 às 23:00

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Diagnosticada com um câncer primário de pulmão descoberto após exames de rotina, Rita Lee, 73 anos, comunicou que está sendo cuidada por uma junta médica formada pelo Dr. Óren Smaletez, Prof Dr. José Ribas M. de Campos, Drª Carmen Silva Valente Barbas e Dr. Ícaro Carvalho, que indicou como tratamento sessões de imuno e radioterapia.

Em contato com OFuxico, Dr Carlos Gil Ferreira, oncologista clínico do Grupo Oncoclínicas e Presidente do Instituto Oncoclínicas deu detalhes da terapia feita pela cantora. Descoberto em estágio inicial, o tumor está localizado no pulmão esquerdo e será tratado com uma combinação de radioterapia e imunoterapia – medicação considerada um dos principais avanços da oncologia na última década e importante aliada no combate à doença, especialmente por não apresentar na maioria dos casos efeitos colaterais.

"A imunoterapia é um enorme avanço para o tratamento do câncer de pulmão. Para que essa terapia funcione, o diagnóstico precisa ser individualizado e preciso. Conhecendo as células cancerígenas, as medicações vão agir para fortalecer o sistema imunológico que combate aquele mal especificamente. Ou seja, o caminho passa a ser o fortalecimento do sistema. Antes, o que ocorria era a destruição total das células, inclusive as saudáveis, para a eliminação do mal. Agora, o tratamento é focado, o que aumenta as chances de sucesso e qualidade de vida", explica Dr. Carlos Gil.

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Revolução no combate à doença

Em material enviado para a redação o especialista apontou que os tratamentos baseados no conceito de oncologia de precisão, cirurgias minimamente invasivas e programa anti-tabagismo estão entre as grandes aliadas para qualidade de vida dos pacientes

Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) indicam que ao ano mais de 30 mil brasileiros são diagnosticados com câncer de pulmão, fazendo com que o tumor esteja entre os líderes em volume de incidência no país – cerca de 13% de todos os casos registrados. E cabe a ele mais um título pouco valoroso: o de doença oncológica que mais mata todos os anos. O levantamento mais recente, de acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer divulgado em 2018, indica que são 28.717 mortes em decorrência dessa neoplasia maligna a cada 12 meses.

 

Contudo, há motivos a serem celebrados: graças ao avanço proporcionado pelas pesquisas científicas nos últimos anos, os tumores de pulmão atualmente contam com um arsenal poderoso para o enfrentamento da doença, que, somados à quimioterapia, radioterapia e outras condutas de cuidado, tem revolucionando o combate à esse tipo de câncer. Neste cenário, a Imunoterapia – que ativa o sistema imunológico através da combinação de diversos medicamentos – é apontada como uma aliada valiosa e eficaz em muitos casos, podendo ser combinada ou não a outras alternativas terapêuticas.

"A imunoterapia é um enorme avanço para o tratamento do câncer de pulmão. Para que essa terapia funcione, o diagnóstico precisa ser individualizado e preciso. Conhecendo as células cancerígenas, as medicações vão agir para fortalecer o sistema imunológico que combate aquele mal especificamente. Ou seja, o caminho passa a ser o fortalecimento do sistema. Antes, o que ocorria era a destruição total das células, inclusive as saudáveis, para a eliminação do mal. Agora, o tratamento é focado, o que aumenta as chances de sucesso e qualidade de vida", argumenta o oncologista.

O tratamento recebeu dedicatória do Prêmio Nobel de Medicina em 2018 e, desde então, se estabeleceu como melhor caminho para pacientes com Câncer de Pulmão – inclusive em metástases – porque tem uma variedade de componentes agindo especificamente nas células cancerígenas. Dados apresentados na Associação Americana de Pesquisa do Câncer, em Chicago, no mesmo ano, já apontavam a Imunoterapia como a responsável por maior qualidade de vida e probabilidade de sobrevivência, modificando de forma imediata as práticas médicas no tratamento de algumas formas da doença desde então.

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Combate ao tabagismo

O arsenal de avanços na Oncologia tem ainda como aliada a análise genética, tanto para a precisão diagnóstica, quanto para o direcionamento de tratamentos cada vez mais pautados pelo olhar individualizado e eficácia nos resultados. Segundo Carlos Gil Ferreira, exames que ajudam a detectar o perfil molecular de tumores de pulmão têm se mostrado importantes ferramentas no controle da condição.

"Esse tipo de teste proporciona maior precisão e melhor qualidade no diagnóstico, o que é fundamental para uma definição precisa do tratamento. Isso porque, apenas conhecendo com precisão a célula cancerígena o profissional de saúde conseguirá especificar o melhor tratamento para aquele caso", ressalta.

Adicionalmente, seguindo essa visão voltada à união de esforços para obtenção de melhores resultados em toda a linha de cuidados ao paciente, o presidente do Instituto Oncoclínicas ressalta que o combate ao fumo é essencial para reduzir os riscos de incidência de tumores de pulmão. "Nunca é tarde para abandonar o vício. Mesmo no caso de pacientes com diagnóstico de câncer, aqueles que largam o cigarro obtém uma melhora na capacidade de oxigenação que favorece a redução de possíveis efeitos colaterais das terapias empregadas e contribui para uma melhor resposta ao tratamento, com ganhos evidentes para a qualidade de vida", finaliza Carlos Gil.

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