Rita Lee sobre novos hábitos após o câncer: ‘Já transei pra caramba, agora tenho tesão na alma’

Por - 26/09/21 às 16:45

Rita Lee close com óculos laranja e verde e cabelos soltosFoto: Roberto de Carvalho - Reprodução Instagram

Depois da descoberta de um câncer de pulmão, Rita Lee, de 73 anos, mudou completamente sua rotina. A mãe do rock nacional parou de fumar, e disse, em entrevista ao jornal O Globo, que hoje em dia sente mais “tesão na alma”.

“Já transei para caramba e, agora, tenho mais ‘tesão na alma’. Um prazer que é despertado por um bom livro, meditação, quando tento me comunicar telepaticamente com irmãos das estrelas, com meus rituais espirituais”, declarou.

“Tudo muda o tempo todo. Aos 73 anos, por exemplo, tenho meus cabelos brancos. Já fui loira, já fui ruiva — que era um sol na cabeça — e agora tenho a lua comigo. Sinto também um vetor da vida que transforma o desejo”, continuou.

A mulher de Roberto de Carvalho, seu fiel e incansável companheiro, Rita ainda comentou como está sendo o tratamento contra o câncer: “Fiz um pacto com o universo, com o Criador, com os ‘seres de luz’, de que ia segurar a barra de ter um câncer no pulmão. Fiz a radioterapia e agora faço quimioterapia. Os exames estão ótimos. Mas fácil não é.”

Rita, sempre muito cheia de humor, destacou que sabia que algo aconteceria em sua vida: “Sabia que iria acontecer algo. Quantas vezes não disse que teria de pagar algum pedágio da vida? Era um sopro atrás do outro: ‘Pare de fumar. Você fuma desde os 22 anos, pare agora’. Era como uma luz que acendia no fundo da mente”, finalizou.

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EXPOSIÇÃO PELOS 50 ANOS DE CARREIRA

Na última sexta-feira, 24 de setembro, uma megaexposipção foi inaugurada no Museu da Imagem e do Som de São Paulo, para celebra os 50 anos de carreira da roqueira. Lá estão imagens e objetos da caçula da família Jones (que adorava brincar no porão de casa com as irmãs, Mary e Virgínia, e via discos voadores na varanda), fotos dela vestida de noiva no Festival Internacional da Canção, usando o manto de Nossa Senhora no Hollywood Rock e lançando os selinhos que virariam a marca de Hebe Camargo.

Os fãs de Rita Lee e ouvintes da boa música podem viajar pela infância e por momentos marcantes, como a época em que ela integrou o grupo Os Mutantes, a vida ao lado do marido, filhos e netos, os muitos programas de TV e r[adio, entre muitas outras coisas.

“Guardo roupas, figurinos, instrumentos, todo tipo de tralha. Está tudo lá no MIS. É uma viagem colorida e pop. Disneylândia glitter”, resumiu Rita Lee.

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Na segunda-feira, 27 de setembro, ela lança “Change”, música inédita, nas plataformas digitais. E em dois meses, lançará novo infantil pela GloboLivros, abordando a morte de um jeito lúdico; e discorre sobre conversas e prazeres que anda tendo com estrelas e “seres de luz”.

“‘Change’ é minha música nova em parceria com meu amor, o Rob (Roberto de Carvalho), maestro do bom gosto, chique, gostoso e talentoso. Meu parceiro musical perfeito e pai dos meus filhos. A coprodução é do Gui Boratto, que a gente convidou pois estava querendo dar uma passeada nesse universo mais dançante. E a música tem a ver com esse meu lado mutante, que tenho desde que nasci. O que a gente mais quer no mundo nesse momento? Mudar! Mudar para melhor, para mais consciência, mais luz”, disse ela.

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Rita Lee de óculos laranja, chapeu preto e camisa colorida
Foto: Guilherme Samora

SANTA RITA LEE

Adorada pelos fãs, a cantora contou na entrevista ao jornal O Globo – a primeira desde que foi diagnosticada com a doença – como é a sua relação com aqueles que admiram seu trabalho.

 “Me chamam de santa, de fada e de ET também. Eu adoro! Acho que eles sacam essa minha ligação com o extraterreno. A garotada — até hoje — se identifica com ‘Ovelha Negra’, diz o quanto a música os representa. Então, eu me sinto uma padroeira das ovelhas negras (risos). Nunca pensei — enquanto componho — que minha música poderia afetar alguém. Mas em um lançamento de um livro infantil meu, antes da pandemia, um garoto bem jovem veio ao meu lado e cochichou no meu ouvido: ‘Minha família não aceitava o fato de eu ser gay, não me entendia. Já tinha decidido me matar, mas sua música me salvou’. E saiu andando. Até hoje eu me lembro dele.”

Rita também soltou o verbo sobre o preconceito: “Me enche o saco quando ouço pessoas preconceituosas reproduzindo papos de que ‘a mulher é inferior ao homem’, ou dizendo que ser gay é errado… O que é errado? O diferente de você é errado? Eu quero é o diferente. Quero viver num mundo colorido, com todo tipo de etnia, pele, cabelo, gente, bicho, planta e de ETs — mesmo que disfarçados — andando por aí”, disse.

“Eu sou do arco-íris, gosto da luz. Me enche o saco o racismo, a misoginia, a homofobia. Não tenho paciência para isso! Eu ‘tô’ velha! Eu queria chegar em 2021 e perceber mais respeito no mundo. E não ter que continuar falando sobre isso. Mas só se muda com educação. Respeito, educação e liberdade. As pessoas têm de ser livres para serem felizes como elas são. Está tudo muito difícil no mundo, precisamos de mais luz e de mais alegria.”

Rita Lee de pijama xadrez
Foto: Roberto de Carvalho – Reprodução Instagram

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino